segunda-feira, 25 de abril de 2016

EM CONTACTO COM OS OUTROS

(NOTA: Este post é uma TRANSCRIÇÃO INTEGRAL do capítulo 41 do livro de EGW, "A Ciência do Bom Viver", edição da Publicadora Servir (de Portugal), publicada em julho de 2015. Na edição online, o capítulo é o mesmo na versão integral e é o 40 na versão condensada, embora, nesta última, sem o texto completo.)

Todos os relacionamentos sociais exigem o exercício do domínio próprio, da paciência e da simpatia. Somos tão diferentes uns dos outros em disposição, hábitos e educação, que a nossa forma de ver as coisas varia muito. Julgamos de maneira diferente. A nossa compreensão da verdade, as nossas ideias em relação à gestão da vida não são as mesmas em todos os aspetos. Não há duas pessoas cuja experiência seja igual em cada pormenor. As provas de uma não são as provas de outra. Os deveres que uma acha leves são, para outra, mais difíceis e perturbadores.

A natureza humana é tão fraca, tão ignorante e tão sujeita ao erro, que todos devemos ser cautelosos na avaliação que fazemos do outro. Conhecemos mal a influência que os nossos atos têm sobre a experiência dos outros. O que fazemos ou dizemos pode parecer-nos de pouca importância, quando, se os nossos olhos se abrissem, veríamos que daí resultam as mais importantes consequências para o bem ou para o mal.

Consideração para com os que carregam fardos
Muitas pessoas têm suportado tão poucos fardos, o seu coração tem vivido tão poucas angústias reais, têm sentido tão pouca perplexidade e preocupação com as situações dos outros, que não conseguem compreender o trabalho de quem verdadeiramente carrega fardos. São tão incapazes de apreciar as cargas dessas pessoas como a criança é incapaz de compreender os cuidados e as fadigas do seu sobrecarregado pai. A criança pode achar estranhos os temores e perplexidades do pai. Parecem-lhe inúteis. Mas, quando a sua experiência tiver aumentado com os anos, quando tiver de carregar os próprios fardos, olhará de novo para a vida do pai, e compreenderá então o que antes era incompreensível. A experiência amarga deu-lhe conhecimento.

A obra de muitas pessoas que carregam fardos não é compreendida, nem apreciados os seus trabalhos, senão depois da sua morte. Quando outros pegam nas cargas que eles depuseram, e enfrentam as dificuldades que eles encontraram, compreendem até que ponto foram provadas a fé e a coragem dessas pessoas. Muitas vezes, perdem, então, de vista os erros que estavam tão prontos a censurar. A experiência ensina-lhes a simpatia. Deus permite que os homens sejam colocados em posições de responsabilidade. Quando erram, tem poder para os corrigir, ou para os retirar do cargo que exercem. Devemos ter o cuidado de não tomar nas nossas mãos o trabalho de julgar que pertence a Deus.

O comportamento de David para com Saul contém uma lição. Por ordem de Deus, Saul tinha sido ungido como rei de Israel. Devido à sua desobediência, o Senhor declarou que o reino lhe seria tirado, e, contudo, quão amável, atenciosa e paciente foi a conduta de David para com ele! Ao procurar tirar a vida a David, Saul dirigiu-se para o deserto e, sozinho, penetrou precisamente na caverna em que David e os seus soldados estavam escondidos: “Então, os homens de David lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. ... E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do Senhor”. (I Samuel 24:4-6). O Salvador ordena-nos: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. (Mat. 7:1 e 2). Lembrem-se de que, em breve, o registo da vossa vida passará em revista diante de Deus. Lembrem-se, também, de que Ele disse: “És inescusável quando julgas, ó homem; ... pois tu, que julgas, fazes o mesmo”. (Rom. 2:1).

Paciência quando ofendido
Não podemos permitir que o nosso espírito se irrite por algum mal real ou suposto que nos tenha sido feito. O inimigo que mais devemos temer é o próprio eu. Nenhuma forma de vício tem efeito mais funesto sobre o caráter do que a paixão humana quando não está sob o domínio do Espírito Santo. Nenhuma vitória que possamos ganhar será tão preciosa como a vitória sobre nós mesmos.
Não podemos permitir que os nossos sentimentos sejam facilmente feridos. Devemos viver, não para proteger a nossa sensibilidade ou a nossa reputação, mas para salvar pessoas. Quando estamos interessados na salvação das pessoas, deixamos de nos preocupar com as pequenas diferenças que muitas vezes surgem ao relacionar-nos uns com os outros. Seja o que for que os outros pensem de nós ou nos façam, nada deve perturbar a nossa união com Cristo, a nossa companhia com o Espírito. “Que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus”. (I Pedro 2:20).

Não se vinguem. Na medida das vossas possibilidades, eliminem tudo o que possa provocar mal-entendidos. Evitem a aparência do mal. Façam tudo o que estiver ao vosso alcance, sem comprometer os princípios, para ganhar a simpatia dos outros. “Se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta”. (Mat. 5:23 e 24).
Se vos forem dirigidas palavras impacientes, nunca respondam no mesmo espírito. Lembrem-se de que “a resposta branda desvia o furor”. (Prov. 15:1). Há um poder maravilhoso no silêncio. As palavras ditas em resposta a alguém encolerizado por vezes servem apenas para o exasperar. Mas a cólera, respondida com silêncio e com um espírito amável e paciente, em breve se esvai.

Sob uma tempestade de palavras ferinas e acusadoras, conservem o vosso espírito apoiado na Palavra de Deus. Encham o vosso espírito e o vosso coração com as promessas divinas. Se forem maltratados ou acusados injustamente, em vez de responder com ira, repitam para vós mesmos as preciosas promessas: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. (Rom. 12:21).

“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará. E Ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia”. (Sal. 37:5 e 6).

“Nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido”. (Luc. 12:2).

“Fizeste com que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; mas trouxeste-nos a um lugar de abundância”. (Sal. 66:12).

Somos inclinados a procurar simpatia e ânimo junto dos nossos semelhantes, em vez de olharmos para Jesus. Na Sua misericórdia e fidelidade, Deus permite muitas vezes que nos desiludam aqueles em quem depositamos confiança, para que possamos compreender quão insensato é confiar nos homens e apoiar-nos na carne. Confiemos inteira, humilde e abnegadamente em Deus. Ele conhece as tristezas que sentimos no mais profundo do nosso ser e que não podemos exprimir. Quando tudo nos parece escuro e inexplicável, lembremo-nos das palavras de Cristo: “O que Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois”. (João 13:7).

Estudem a história de José e de Daniel. O Senhor não impediu as maquinações dos homens que procuravam fazer-lhes mal; mas fez com que todos esses ardis redundassem para o bem dos Seus servos, que, no meio de provas e lutas, mantiveram a sua fé e a sua lealdade.

Enquanto estivermos no mundo, encontraremos influências adversas. Haverá provocações para provar a nossa têmpera; e é ao enfrentá-las com o espírito certo que as virtudes cristãs são desenvolvidas. Se Cristo habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e tolerantes, alegres no meio das contrariedades e das irritações. Dia após dia, e ano após ano, iremos vencendo o nosso eu e crescendo até chegarmos a um nobre heroísmo. Essa é a tarefa que nos foi atribuída; mas não pode ser cumprida sem o auxílio de Jesus, sem uma decisão séria, sem um propósito firme, sem contínua vigilância e sem oração incessante. Cada um tem uma luta pessoal a travar. Nem o próprio Deus pode tornar o nosso caráter nobre ou a nossa vida útil, se não colaborarmos com Ele. Aqueles que se recusam a lutar perdem a força e a alegria da vitória.

Não precisamos de guardar o nosso próprio registo das provas e dificuldades, dos desgostos e tristezas. Todas essas coisas estão escritas nos livros, e o Céu cuidará delas. Enquanto relembramos as coisas desagradáveis, são esquecidas muitas outras sobre as quais é agradável refletir, como a misericordiosa bondade de Deus que nos rodeia a cada instante, e o amor, que deixa os anjos maravilhados, que Deus manifestou ao dar o Seu Filho para morrer por nós. Se, como obreiros de Cristo, sentem que têm tido maiores cuidados e provas do que os outros, lembrem-se de que, para vós, há uma paz que os que evitam estes fardos desconhecem. Há conforto e alegria no serviço de Cristo. Mostremos ao mundo que a vida com Ele não é um fracasso.
Se não se sentem satisfeitos e alegres, não falem dos vossos sentimentos. Não anuviem a vida dos outros. Uma religião fria e sombria nunca atrai almas para Cristo. Afasta-as d'Ele, para as redes que satanás estendeu para os pés dos transviados. Em vez de pensar nos vossos desânimos, pensem no poder de que podem dispor em nome de Cristo. Deixem que a vossa imaginação se fixe nas coisas invisíveis. Que os vossos pensamentos se dirijam para as evidências do grande amor de Deus por vós. A fé pode suportar a prova, vencer a tentação, aguentar o desapontamento. Jesus vive e é o nosso advogado. tudo o que a Sua mediação assegura pertence-nos.
Não acham que Cristo aprecia quem vive inteiramente para Ele? Não acham que visita os que, como o amado João no exílio, estão em lugares difíceis e penosos? Deus não permite que um só dos Seus fiéis obreiros seja deixado sozinho, a lutar em grande desvantagem, e que seja vencido. Preserva, como uma joia preciosa, todo aquele cuja vida está escondida com Cristo n'Ele. De cada um destes, Deus diz: Eu "te farei como um anel de selar; porque te escolhi" (Ageu 2:23).
Portanto, falem das promessas; falem de quão pronto Jesus está para abençoar. Ele não nos esquece nem um só instante. Quando, apesar das circunstâncias desagradáveis, repousamos confiadamente no Seu amor e mantemos a nossa comunhão com Ele, o sentimento da Sua presença inspirará uma alegria profunda e tranquila. De Si, disse Cristo: “Nada faço por Mim mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada.” (João 8:28-29).
A presença do Pai rodeava Cristo, e nada Lhe sucedia que o amor infinito não tivesse permitido para bênção do mundo. Aí residia o Seu motivo de conforto, e o nosso também. Quem está imbuído do Espírito de Cristo habita em Cristo. Tudo o que lhe sucede vem do Salvador que o rodeia com a Sua presença. Nada pode atingi-lo sem a permissão do Senhor. Todos os nossos sofrimentos e desgostos, todas as nossas tentações e provas, todas as nossas tristezas e pesares, todas as perseguições e privações por que passamos, em suma, todas as coisas cooperam para o nosso bem. Todas as experiências e circunstâncias são agentes de Deus através dos quais o bem chega até nós.
Se compreendemos a paciência de Deus para connosco, não julgaremos nem acusaremos ninguém. Quando Cristo vivia na Terra, quão surpresos ficariam os que O acompanhavam se, depois de familiarizados com Ele, Lhe ouvissem dizer uma palavra de acusação, de crítica destrutiva ou de impaciência. Não esqueçamos que aqueles que O amam devem representá-Lo no Seu caráter.
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Rom. 12:10). “Não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.” (I Pedro 3:9).
O Senhor Jesus exige que reconheçamos os direitos de cada pessoa. Devem ser tomados em consideração os direitos sociais dos seres humanos e os seus direitos como cristãos. Todos devem ser tratados com amabilidade e delicadeza, como filhos e filhas de Deus.
O cristianismo transformará um homem num cavalheiro. Cristo era cortês, mesmo com os Seus perseguidores; e os Seus verdadeiros seguidores devem manifestar o mesmo espírito.

Olhem para Paulo, conduzido perante os magistrados. O seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira cortesia, assim como de persuasiva eloquência.

O Evangelho não ensina a cortesia formal usada no mundo, mas a cortesia que deriva de um coração verdadeiramente bondoso.
O mais cuidadoso cultivo das características externas da vida não é suficiente para eliminar toda a irritabilidade, a aspereza nos juízos e a inconveniência nas palavras.

A verdadeira polidez nunca se revelará, enquanto o eu for considerado o objeto supremo.

O amor deve residir no coração. Um cristão verdadeiro encontra os motivos das suas ações no profundo amor que tem pelo seu Mestre.

Das raízes do seu amor a Cristo brota um interesse altruísta pelos seus irmãos. O amor comunica a quem o possui graça, decência e elegância no comportamento. Ilumina a fisionomia e educa a voz; refina e eleva todo o ser.
A vida compõe-se, principalmente, não de grandes sacrifícios ou de realizações maravilhosas, mas de pequenas coisas. Na maior parte das vezes, é pelas pequenas coisas que parecem insignificantes que grande bem ou mal é trazido à nossa vida.

É pelo fracasso em suportar as provas que nos sobrevêm nas coisas pequenas, que os hábitos são moldados e que se deforma o caráter. E, quando nos assaltam as provas maiores, encontram-nos desprevenidos. Só agindo por princípio nas provas da vida quotidiana é que podemos adquirir poder para ficar firmes e fiéis nas situações mais perigosas e difíceis.
Nunca estamos sós. Quer O escolhamos, quer não, temos um companheiro. Lembrem-se de que, onde quer que estejam, façam o que fizerem, Deus aí está. Nada do que se diz, faz ou pensa escapa à Sua atenção. Para cada palavra ou ação, temos uma testemunha - o Deus santo e que odeia o pecado. Pensem sempre nisso, antes de falarem ou agirem.

Como cristãos, são membros da família real, filhos do Rei dos Céus. Não digam nenhuma palavra, nem pratiquem nenhuma ação que desonre o “bom nome que sobre vós foi invocado”. (Tiago 2:7).
Estudem cuidadosamente o caráter divino-humano, e perguntem-se constantemente: “O que faria Jesus no meu lugar?” Esta deve ser a medida do nosso dever.

Não se associem desnecessariamente com aqueles que, pelos seus artifícios, poderiam debilitar o vosso desejo de fazer o que é certo ou manchar a vossa consciência. Entre estranhos, na rua, nos carros, em casa, não façam nada que possa ter a menor aparência de mal.

 Façam cada dia alguma coisa para melhorar, embelezar e enobrecer a vida que Cristo comprou com o Seu próprio sangue.
Atuem sempre por princípio, nunca por impulso. Temperem a impetuosidade da vossa natureza com a doçura e a bondade. Evitem toda a leviandade e frivolidade. Que nenhum gracejo vil saia dos vossos lábios. Mesmo os vossos pensamentos não devem ser deixados à rédea solta. Devem ser dominados e levados cativos à obediência de Cristo. Que eles estejam ocupados com coisas santas. Então, pela graça de Cristo, serão puros e verdadeiros.
Necessitamos de ter um sentimento constante do poder enobrecedor dos pensamentos puros. A única segurança para uma alma está em pensar corretamente. “Como imaginou na sua alma, assim é” o homem. (Prov. 23:7). A faculdade de se dominar desenvolve-se pela prática. O que a princípio parece difícil torna-se fácil pela repetição constante, até que os retos pensamentos e ações se tornam habituais. Se quisermos, podemos afastar-nos de tudo o que é vulgar e degradante, e alcançar um padrão elevado. Podemos ser respeitados pelos homens e amados por Deus.
Cultivem o hábito de falar bem dos outros. Pensem mais nas boas qualidades daqueles com quem se relacionam, e olhem o menos possível para os seus erros e fracassos.
Quando forem tentados a queixar-se do que alguém disse ou fez, louvem alguma coisa na vida ou no caráter dessa pessoa. Cultivem a gratidão. Louvem a Deus pelo Seu admirável amor em dar a Cristo para morrer por nós. Nunca compensa pensarmos nas nossas mágoas. Deus convida-nos a meditar na Sua misericórdia e no Seu amor incomparável, para que sejamos inspirados com o louvor.
Os trabalhadores fervorosos não têm tempo para pensar nas faltas dos outros. Não podemos viver alimentando-nos das cascas das faltas e fraquezas dos dos outros. A maledicência é uma dupla maldição, que recai mais pesadamente sobre quem fala do que sobre quem ouve. Quem espalha as sementes da dissensão e da discórdia colhe na sua própria alma os frutos mortais. O próprio ato de procurar o mal nos outros desenvolve o mal em quem procura. Ao pensarmos nas faltas dos outros, somos transformados à sua imagem. Mas se contemplarmos Jesus, se falarmos do Seu amor e da perfeição do Seu caráter, somos transformados à Sua imagem. Ao contemplarmos o alto ideal que Ele colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera santa e pura, que é a própria presença de Deus.

Quando aí permanecemos, sai de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contacto connosco.
Em vez de criticar e de condenar os outros, digam: “Devo trabalhar para minha própria salvação. Se coopero com Aquele que deseja salvar a minha alma, devo vigiar-me cuidadosamente, afastar da minha vida tudo o que é mau, vencer todos os defeitos, tornar-me nova criatura em Cristo. Então, em lugar de enfraquecer os que lutam contra o mal, posso fortalecê-los com palavras animadoras.”

Somos demasiado indiferentes uns com os outros. Esquecemos muitas vezes que os nossos companheiros de trabalho precisam de força e de ânimo. Tenham o cuidado de lhes demonstrar o vosso interesse e simpatia. Ajudem-os com as vossas orações, e façam-lhes saber que oram por eles.
Nem todos os que se dizem obreiros de Cristo são verdadeiros discípulos. Entre os que trazem o Seu nome, e que até são contados entre os Seus obreiros, há alguns que não O representam no caráter. Não são governados pelos Seus princípios. Tais pessoas são muitas vezes causa de perplexidade e de desânimo para os seus companheiros de trabalho que são novos na experiência cristã; mas ninguém precisa de ser enganado. Cristo deu-nos um exemplo perfeito. Ordena-nos que O sigamos.
Até ao fim dos tempos, haverá joio no meio do trigo. Quando os servos do pai de família, no zelo pela sua honra, lhe pediram autorização para arrancar o joio, ele disse: “Não; para que, ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa.” (Mat. 13:29 e 30.
Na Sua misericórdia e longanimidade, Deus suporta pacientemente os maus e até os hipócritas. Entre os apóstolos escolhidos de Cristo encontrava-se Judas, o traidor. Deverá, então, ser causa de surpresa ou desânimo a existência de hipócritas entre os Seus obreiros de hoje? Se Aquele que lê os corações, pôde suportar junto de Si quem Ele sabia que O havia de trair, com que paciência não deveríamos nós suportar os que erram!
E nem todos, mesmo entre os que parecem errar mais, são como Judas. Pedro, impetuoso, precipitado e cheio de confiança própria, aparentemente esteve muitas vezes em situação mais desvantajosa do que Judas. Foi mais vezes censurado pelo Salvador. Mas que vida de serviço e sacrifício foi a sua! Que testemunho deu do poder da graça de Deus! Tanto quanto pudermos, devemos ser para os outros o que Jesus era para os Seus discípulos, quando andava e falava com eles na Terra.
Considerem-se missionários, em primeiro lugar, entre os vossos companheiros de trabalho. Por vezes, para ganhar alguma alma para Cristo requer muito tempo e canseiras. E quando uma alma se volta do pecado para a justiça, há alegria na presença dos anjos. Pensam que os espíritos ministradores que velam sobre estas almas ficam satisfeitos ao ver com que indiferença elas são tratadas por alguns que se dizem cristãos? Se Jesus nos tratasse como muitas vezes tratamos uns aos outros, quem de nós poderia salvar-se?
Lembrem-se de que não podem ler os corações. Não sabem os motivos que determinaram as ações que vos parecem erradas. Há muitos que não receberam uma educação correta. O seu caráter está deformado, duro e nodoso, e parece torto em todos os sentidos. Mas a graça de Cristo pode transformá-los. Nunca os ponham de lado, nunca os levem a desanimar ou a perder a esperança, dizendo: “Desapontou-me, e não farei nada por o ajudar.” Algumas palavras ditas precipitadamente sob o efeito da provocação - exatamente o que pensamos que eles merecem - podem cortar as cordas da influência que deviam ter ligado o seu coração ao nosso.

A vida coerente, a paciente tolerância, a calma de espírito em face da provocação, são sempre o argumento mais decisivo e o apelo mais solene. Se tiveram oportunidades e vantagens que os outros não tiveram, reconheçam esse privilégio, e sejam sempre ensinadores sábios, solícitos e amáveis.
Para obter no lacre a impressão nítida e forte de um selo, não lho aplicam de uma maneira precipitada e violenta; colocam cuidadosamente o selo no lacre mole e, lenta e firmemente, fazem pressão sobre ele, até que o lacre tenha endurecido na forma desejada. Tratem as almas humanas da mesma forma. 

A continuidade da influência cristã é o segredo do seu poder, e isso depende da firmeza com que manifestam o caráter de Cristo. Ajudem os que erraram, contando-lhes as vossas experiências. Mostrem-lhes como, quando cometeram erros graves, a paciência, a bondade e o auxílio dos vossos companheiros de trabalho vos deram coragem e esperança.

Até ao Juízo, nunca conhecerão a influência que uma conduta bondosa e prudente teve sobre os incoerentes, os irrazoáveis e os indignos. Quando deparamos com a ingratidão e a traição dos sagrados depósitos, somos tentados a mostrar o nosso desprezo e indignação. É isso que os culpados esperam e estão preparados para isso. Mas a bondosa paciência apanha-os de surpresa e, muitas vezes, desperta os seus melhores impulsos, e faz nascer neles o desejo de uma vida mais nobre.
“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gál. 6:1 e 2).

Todos os que professam ser filhos de Deus deviam ter na mente que, como missionários, serão postos em contacto com todas as classes de pessoas. Há as educadas e as rudes, as humildes e as altivos, as religiosos e as céticas, as instruídas e as ignorantes, as ricos e as pobres. Essas diferentes mentalidades não podem ser tratados da mesma maneira; mas todas carecem de bondade e simpatia. Pelo contacto mútuo, o nosso espírito devia tornar-se delicado e refinado. Dependemos uns dos outros, e estamos intimamente unidos pelos laços da fraternidade humana.

É através dos relacionamentos sociais que o cristianismo entra em contacto com o mundo. Cada homem ou mulher que recebeu a iluminação divina deve derramar luz na senda tenebrosa dos que não conhecem o melhor caminho. A influência social, santificada pelo Espírito de Cristo, deve servir para levar almas ao Salvador. Cristo não deve ser escondido no coração como um tesouro cobiçado, sagrado e doce, fruído exclusivamente pelo possuidor. Devemos ter Cristo em nós como uma fonte de água, que corre para a vida eterna, refrescando a todos os que entram em contacto connosco.

OS "ODIADOS ROMANOS"!

Quem está minimamente familiarizado com o Novo Testamento e, em particular, com os Evangelhos, sabe muito bem que o povo judeu, no tempo do ministério terrestre de Jesus e mesmo algumas décadas antes, "não suportava" (para dizer o mínimo!) os romanos, por nada deste mundo!

Claro que a expressão "não suportava", tem, obrigatoriamente, que estar entre aspas porque, na realidade, eles (os judeus), TINHAM MESMO QUE SUPORTAR OS ROMANOS, porque se encontravam sob o seu jugo militar (o exército romano controlava totalmente a Judeia), político (as autoridades políticas judaicas tinham que se submeter ao governador romano na Judeia - que era Pilatos, no tempo do "julgamento" de Jesus) e económico (os romanos tinham recrutado alguns judeus para, através destes (os publicanos), cobrarem os seus impostos à população judaica). Num aspeto, os romanos eram bastante "liberais": no aspeto religioso, já que permitiam que os judeus seguissem as suas práticas religiosas sem os incomodar grandemente!

Foi, em grande parte, este sentimento anti-romano que fez "elevar até ao rubro" o desejo de que o Messias, tão falado pelos profetas (do Antigo Testamento, obviamente), surgisse na cena da História, para os libertar definitivamente do tão malfadado jugo romano! Só que a intensificação gradual desse desejo, fez alimentar neles uma DISTORÇÃO da esperança messiânica! Eles passaram a desejar o Messias, não tanto para os libertar do pecado, mas para os libertar dos seus algozes romanos!

É este "pano de fundo" que melhor nos permite compreender a atitude de alguns judeus que "estavam para vir com o intuito de arrebatá-Lo [a Jesus] para O proclamarem rei" (João 6:15). Claro, com um rei como esse, que eles tinham acabado de ver a fazer uma multiplicação de pães e peixes (ver: João 6:3-13), e também "tinham visto os sinais que Ele fazia na cura dos enfermos" (João 6:2), a VITÓRIA SOBRE OS ROMANOS estaria, na sua perspetiva, mais do que garantida: ao irem para a batalha contra os romanos com um rei desse "calibre", alimento não lhes faltaria porque, do pouco alimento que sobrasse entre os soldados, Jesus o poderia multiplicar, se houvesse - o que seria de esperar! - feridos nos campos de batalha, Jesus poderia curá-los! Tinham certamente encontrado o rei perfeito! Mas, queriam esse rei, para quê? Para acabar com o jugo romano!

Ellen White intensifica-nos ainda mais esta visão:
Sentado na relva da planície, ao crepúsculo de uma tarde de primavera, o povo comeu do alimento que Cristo provera. As palavras por eles ouvidas, naquele dia, soaram-lhes aos ouvidos como a voz de Deus. As obras de cura que presenciaram eram tais, que só o poder divino as poderia realizar. Mas o milagre dos pães tocou a todos naquela vasta multidão. Todos participaram de seus benefícios. Nos dias de Moisés, Deus alimentara Israel com o maná no deserto; e quem era este que os alimentara naquele dia, senão Aquele de quem Moisés tinha profetizado? Poder algum humano poderia criar, de cinco pães de cevada e dois peixinhos, alimento bastante para saciar milhares de criaturas famintas. E disseram uns aos outros: “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.”

Durante todo o dia essa convicção se robustecera. Aquele ato, que tudo coroou, é a afirmação de que o longamente esperado Libertador Se acha entre eles. As esperanças do povo vão subindo de ponto. É este Aquele que há de tornar a Judeia um paraíso terrestre, uma terra que mana leite e mel. Pode satisfazer todo o desejo. Pode derrubar o poder dos odiados romanos. Pode libertar Judá e Jerusalém. Pode curar os soldados feridos na batalha. Abastecer exércitos inteiros de alimento. Conquistar as nações, e dar a Israel o domínio longamente ambicionado." (O Desejado de Todas as Nações, pág. 260 da edição online)

Mas, como muito bem referiu David Tasker, o autor da Lição da Escola Sabatina deste trimestre (na lição deste passado dia 18 de fevereiro):
"Era o terceiro dia depois da morte de Jesus. Os Seus seguidores ainda estavam atordoados, em choque. Pensavam que Ele iria esmagar os Romanos, mas parecia que tinham sido os Romanos a esmagá-Lo."

O que uma PERSPETIVA ERRÓNEA PODE FAZER! Tivessem eles encarado o "esperado Libertador" na perspetiva correta, e nenhum atordoamento lhes teria invadido a mente e o coração quando Jesus morreu, condenado à morte pelo decreto final de uma autoridade... romana!
A Bíblia afirma, perentoriamente, que "o que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9).

Dar-se-á o caso de, sem disso nos apercebermos, estarmos a REPETIR a história do povo de Israel de outrora, nos nossos dias? É que, DA MESMA FORMA que ao ANTIGO povo de Israel corresponde hoje um NOVO Israel (espiritual), aos romanos de outrora correspondem, nos dias atuais, uns novos romanos "espirituais"! Será que, na perspetiva de alguns (ou da maioria) dos atuais "judeus", os seus maiores inimigos sejam igualmente percecionados como os "odiados romanos"? E o que MAIS faz alimentar a esperança messiânica (no aparecimento do Messias pela SEGUNDA vez) no coração e na mente dos judeus de hoje: a libertação definitiva do poder do pecado e do mal, ou do "poder dos odiados romanos"? Será igualmente possível que alguns dos judeus de hoje mantenham a perspetiva de que Deus, através do Seu atual Israel remanescente irá, pela pregação do "evangelho eterno" (Apocalipse 14:6), "conquistar as nações, e dar a Israel o domínio longamente ambicionado"?

DESENGANEM-SE todos aqueles que alimentam nas suas mentes estas DISTORÇÕES messiânicas!
A mensagem principal que pretendo transmitir é tão simplesmente esta: assim como o ministério terrestre de Jesus DESILUDIU a muitos daqueles que O professavam seguir, e até coroar como rei (ler o resto do capítulo 40 do livro DTN), àqueles mesmo que, antes, pareciam ser alguns dos Seus mais devotos seguidores, assim o ministério da Sua Igreja remanescente irá DESILUDIR a muitos que, aparentemente, são agora alguns dos seus mais devotos membros e/ou simpatizantes! E assim como o ministério terrestre de Jesus pareceu ir, na opinião desses, de derrota em derrota, até à Sua última GRANDE derrota (a Sua morte na cruz do Calvário), assim, para muitos, hoje, o ministério da Sua Igreja parece ir de derrota em derrota!

Mas também, assim como as aparentes derrotas de Jesus revelaram ser grandes vitórias (a Sua morte na cruz foi a MAIOR VITÓRIA alguma vez conseguida EM TODO O UNIVERSO), as aparentes derrotas da Sua Igreja de hoje revelarão ser, no seu devido tempo, grandes vitórias para Deus, para o Seu Reino e para a Sua Verdade, porque Aquele que está no comando da Sua Igreja é Alguém que não conhece derrota: "sobre esta Pedra [Jesus Cristo] edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mateus 16:18). LOUVADO SEJA DEUS!

VER FONTE

PERDOAR É ESQUECER?

Há uns 14 anos, depois de ter apresentado numa reunião de igreja o que a seguir irei aqui apresentar, um irmão, no final da dita reunião, confidenciou-me: "Pastor, foi pena que não tivesse ouvido esta apresentação há 30 anos, pois andei a carregar todos estes anos um fardo desnecessário!"

O que é que trouxe tanto alívio a esse irmão? Pois bem, a simples compreensão de que PERDOAR NÃO É ESQUECER! Não é? Não, no sentido em que, a maior parte das vezes, a palavra "esquecer" é compreendida! Mas vamos aos FACTOS bíblicos:

Um dos mais importantes itens, senão mesmo O MAIS IMPORTANTE de todos os itens da Oração que convencionamos (e muito bem!) apelidar a "Oração Modelo" (também conhecida como a "Oração do Pai Nosso"), é o item do PERDÃO! Por que é que eu digo que esse é o mais importante de todos os itens dessa Oração Modelo? Porque foi O ÚNICO ITEM que Jesus COMENTOU, depois de ter dado a conhecer a Sua Oração! Se nunca repararam, então façam isso agora: A SEGUIR à versão "completa" da Oração, apresentada pelo evangelista Mateus (em Mateus 6:9-13, por oposição à versão mais curta apresentada pelo evangelista Lucas, em Lucas 11:2-4), aparecem as seguintes palavras que Jesus terá dito, logo após a Sua apresentação da Oração: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas." (Mateus 6:14-15).

Sim, Jesus NÃO COMENTOU sobre a necessidade de se santificar o nome de Deus, nem sobre a vinda do Seu reino, nem sobre a necessidade de se fazer a Sua Vontade, nem sobre "o pão nosso de cada dia", nem sobre a nossa crucial necessidade de não cairmos vítimas da tentação e do mal, nem ainda enfatizou como "Teu é o reino, o poder e a glória para sempre" - TUDO ISSO Ele tinha acabado de referir e, certamente, para Jesus, não havia necessidade de dizer mais nada sobre aquilo que Ele tinha deixado bem claro - MAS, apesar da questão do perdão ter ficado igualmente clara, MESMO ASSIM, Jesus reforça, APENAS E SÓ, a questão do PERDÃO, com as palavras acima transcritas! Este facto não deve, não pode, passar desapercebido a nós! E a razão é simples: SEM PERDÃO NÃO EXISTE SALVAÇÃO!

Sem o perdão de Deus, todos nós estamos perdidos, PORQUE "não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Eclesiastes 7:20)! Mas, para que o perdão de Deus em nosso favor SEJA PLENAMENTE EFETIVO, há uma condição: teremos que perdoar "aos homens as suas ofensas" DA MESMA FORMA que Deus nos perdoa a nós! Na parábola do credor incompassivo (relatada apenas por Mateus - em Mateus 18:23-35), Jesus não poderia ter sido mais claro, ao deixar-nos a MESMA LIÇÃO: "Assim também Meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão." (Mateus 18:35).

E COMO É QUE DEUS NOS PERDOA? Muitos e muitos textos bíblicos poderiam ser aqui citados, mas eu escolho apenas três que, no meu entender, revelam de forma ABSOLUTAMENTE CLARA a forma como Deus nos perdoa:

"Eu, Eu mesmo, sou o que APAGO AS TUAS TRANSGRESSÕES por amor de Mim e DOS TEUS PECADOS NÃO ME LEMBRO." (Isaías 43:25; minha ênfase em maiúsculas). Que MENSAGEM PODEROSA este texto encerra, não é verdade? Outro texto:

"De todas as transgressões que cometeu NÃO HAVERÁ LEMBRANÇA contra ele;" (Ezequiel 18:22; minha ênfase em maiúsculas).

"Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que PERDOAS a iniquidade E TE ESQUECES da transgressão do restante da Tua herança? O SENHOR não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar." (Miquéias 7:18-19; minha ênfase em maiúsculas). Pode restar alguma dúvida sobre a forma como Deus nos perdoa?

É precisamente AQUI que surge um GRANDE PROBLEMA na mente de muitos crentes, no seu desejo SINCERO de perdoar "aos homens [que os ofenderam] as suas ofensas"! É que eles querem perdoar aos seus "devedores" (Mateus 6:12) DA MESMA FORMA que Deus os perdoou a eles! Eles querem perdoar e admitem mesmo tê-lo feito ou, pelo menos, esse é o SEU DESEJO, MAS... não conseguem esquecer o que lhes foi feito, não conseguem deixar de ter "lembrança" do que motivou o seu perdão aos outros! E, como não conseguem esquecer-se do que lhes foi feito, COMEÇAM POR DUVIDAR se o seu perdão é, efetivamente, do mesmo tipo de perdão que eles sabem que Deus lhes dá! E a conclusão óbvia parece ser que eles não perdoaram aos outros DA MESMA FORMA que Deus os perdoou a eles! E, se assim é, será que Deus mantém o Seu perdão para com eles, visto que, aparentemente, eles não perdoam "do íntimo... cada um a seu irmão", uma vez que ainda se lembram e não conseguem esquecer-se do que lhes foi feito?

O diabo é um inimigo MUITO CRUEL e ele não deixará de MASSACRAR a mente de muitos cristãos com estas dúvidas, dúvidas essas que são alimentadas... por uma incorreta compreensão da palavra "esquecer", no seu contexto bíblico! Sabem, um dos GRANDES DRAMAS que tem existido, existe ainda e certamente continuará a existir, na interpretação do que a Bíblia nos revela, é que se interpretam palavras, expressões, ou mesmo frases, SEGUNDO O CONCEITO ATUAL que temos de certas palavras ou expressões! Mas as línguas são entidades em constante mutação e, por isso mesmo, o significado ATUAL de uma palavra ou expressão pode não ser exatamente O MESMO que tinha nos tempos bíblicos! Por isso, para INTERPRETARMOS CORRETAMENTE o que determinada palavra ou expressão bíblica significa, teremos que encontrar esse significado... na própria Bíblia, "um pouco aqui, um pouco ali" (Isaías 28:10). Um exemplo de uma incorreta interpretação: hoje, alguns afirmam que Jesus morreu numa quarta-feira à tarde, e ressuscitou no Sábado à noite a seguir, contrariando assim a compreensão tradicional que existe na cristandade em geral de que Jesus morreu numa sexta-feira à tarde e ressuscitou no domingo seguinte, de madrugada!

E por que é que avançam com essa interpretação? Por uma razão "muito simples": é que a Bíblia diz-nos que o próprio Senhor Jesus Cristo afirmou que estaria "três dias e três noites no coração da terra" (Mateus 12:40). Assim sendo, como poderão ter passado "três dias e três noites", de sexta-feira à tarde a domingo de madrugada? Lá está: segundo a nossa ATUAL forma de contar os dias, isso é uma incoerência! Só que, nos tempos bíblicos, os dias não se contavam DA MESMA FORMA como os contamos hoje! E, de facto, na Bíblia, encontramos a FORMA como os dias eram contados e, COM ESSA FORMA, tudo bate certinho (não vou agora entrar em mais detalhes sobre este assunto)!
Voltando ao nosso assunto principal: comparem, por favor, estes dois textos bíblicos, AMBOS escritos pelo MESMO apóstolo (Paulo):

"Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: ESQUECENDO-ME DAS COISAS QUE PARA TRÁS FICAM e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3:13 e 14; minha ênfase em maiúsculas);

"Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, A MIM, QUE, NOUTRO TEMPO, ERA blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus." (1 Timóteo 1:12-14; minha ênfase em maiúsculas).

Conseguem ver nestes textos supracitados, a APARENTE contradição de Paulo? Mas, a "contradição" SÓ EXISTE se não interpretarmos corretamente o que significa a palavra (ou o verbo) "esquecer"! Caso contrário, como poderia o mesmo apóstolo Paulo, POR UM LADO, dizer que se ESQUECIA "das coisas que para trás ficam" e, POR OUTRO LADO, LEMBRAR-SE perfeitamente que, "noutro tempo [da sua vida PASSADA]" tinha sido "blasfemo, e perseguidor, e insolente"? É caso para nos perguntarmos: então, ele ESQUECIA-SE OU NÃO "das coisas que para trás ficam"? E é por esta e por outras que, para muitas pessoas, a Bíblia está cheia de "contradições" e "incoerências"!

A solução para esta - volto a enfatizar: APARENTE! - contradição, é deveras SIMPLES: é que ESQUECER, no sentido bíblico do termo, NÃO É ficar amnésico, isto é, sem qualquer memória de factos passados! "Esquecer" significa uma atitude ativa de não permitir que o passado mais nos incomode! É colocar esse passado num tipo de arquivo morto, ou "nas profundezas do mar"! As memórias estão lá, sim, mas não nos incomodam mais na nossa vivência do presente! Isto é ESQUECER - no sentido bíblico do termo!

Se o perdão que o Senhor nos concede trouxesse consigo uma correspondente amnésia (o que, muitos, talvez, desejassem que acontecesse!), isso seria ALTAMENTE ARRISCADO para nós, pois, estando amnésicos para aquilo que praticámos, de infame, no passado, poderia predispor-nos, de certo modo, a voltarmos a fazer aquilo do qual fomos perdoados! Deus é bom, e quer precisamente que nos LEMBREMOS de onde viemos, para assim DARMOS MAIS VALOR à operação de resgate que Ele, na Sua Graça e Misericórdia, operou em nosso favor! E o texto de Ezequiel 36:25 a 31 é claríssimo a este respeito, a saber, diz-nos que, a vivência do perdão e da conversão, longe de nos fazer ESQUECER do nosso passado (segundo a nossa compreensão atual), leva-nos, pelo contrário, a melhor nos LEMBRARMOS do nosso passado:

- o versículo 25 é uma referência ao BATISMO (pela água): "Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.";

- o versículo 26 é uma referência à CONVERSÃO ou ao NOVO NASCIMENTO: "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.";

- o versículo 27 fala-nos do PODER PARA A OBEDIÊNCIA que acompanha a nova vida do CRENTE CONVERTIDO: "Porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.";

E agora, pasmem! DEPOIS do crente ter passado pelo batismo, pela conversão, e de ter sido habilitado pelo poder do Espírito Santo a uma nova vida (comparar com: Gálatas 2:19-20), acontece-lhe isto:

- "ENTÃO, VOS LEMBRAREIS dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniquidades e das vossas abominações." (v. 31). E, no Novo Testamento, A MESMA SEQUÊNCIA é indicada: "Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. NAQUELE TEMPO, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, AGORA, vos envergonhais; porque o fim delas é morte." (Romanos 6:20-21; minha ênfase em maiúsculas). Por que é que os crentes, para quem Paulo estava a escrever, iriam envergonhar-se das "coisas" feitas "naquele tempo" em que tinham sido "escravos do pecado"?

Obviamente, porque LEMBRAVAM-SE delas, ou seja, não tinham ficado amnésicos!
Sim, amigos, Deus, através do perdão que nos concede - quando, arrependidos, confessamos os nossos pecados! - esquece-se ou não se lembra dos nossos pecados e olha para nós, como se nunca tivéssemos pecado (lembrem-se do que Ele disse a respeito de Davi - em 1 Reis 14:8), mas Deus não é, obviamente, um Deus amnésico, razão pela qual até nos faz LEMBRAR dos nossos "maus caminhos" para termos "nojo de [nós] mesmos", e assim não voltemos a cair na chiqueirice do pecado (ver: 2 Pedro 2:20-22)! É desta forma que Deus nos perdoa e... esquece os nossos pecados!

VER FONTE

ESFORÇOS ECUMÉNICOS NO PASSADO E NO PRESENTE


O sábio Salomão - rei da antiga nação de Israel e autor dos livros bíblicos de Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos (ou Cantares de Salomão) - fez esta sublime afirmação, que é um autêntico paradigma que nos ajuda a compreender TODA a história humana: "O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; NADA HÁ, POIS, NOVO DEBAIXO DO SOL." (Eclesiastes 1:9)
E ele prossegue, fazendo uma mera pergunta retórica para realçar ainda mais o que acabou de dizer: "Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê isto é novo?" [Resposta enfática] Não! Já foi nos séculos antes de nós." (Eclesiastes 1:10)

O problema é que a memória dos povos, e ainda mais a dos indivíduos "é curta"! É isto mesmo que o sábio Salomão dá a entender para explicar a razão pela qual algumas coisas PARECEM realmente ser novas na história humana: "Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas." (Eclesiastes 1:11)
Perante as declarações inspiradas do sábio Salomão, podemos, com toda a LEGITIMIDADE, afirmar, sem qualquer receio de errarmos, que NÃO HÁ NADA do que atualmente se passa no nosso mundo, que não tenha ocorrido no passado, em termos de experiências humanas, sobretudo no campo espiritual.

Ora, com base nesta visão da história, creio que podemos (e devemos!) aprender muito, ou tudo, com experiências SIMILARES do passado.

Hoje, o mundo religioso em geral - sobretudo, vamos admitir, "entre os homens de boa vontade" (Lucas 2:14; versão Almeida Atualizada), e não entre aqueles que cometem os mais horrendos e terríveis crimes "em nome de Deus" - deseja prosseguir numa senda de paz mundial, em que todos os seres humanos, independentemente das suas religiões, denominações ou crenças, possam viver num clima de fraternidade e de respeito mútuo, APESAR das suas diferenças de género, raça, nacionalidade, cultura, religião ou crença.

Verdade seja dita que este propósito de alcançar uma paz entre todos é ALTAMENTE LOUVÁVEL e DESEJÁVEL, pois é um OBJETIVO BÍBLICO, uma vez que a Palavra de Deus nos adverte a seguirmos "a paz com todos" (Hebreus 12:14), e nos INSTA a que "se possível, quanto depender de vós, tende paz com TODOS OS HOMENS [o que certamente INCLUI todo e qualquer ser humano que vive à face deste planeta terra]." (Romanos 12:18). Neste sentido, os cristãos em geral, e os adventistas do sétimo dia em particular, deveriam ser as pessoas mais PACIFISTAS (ou PACIFICADORAS) à face da terra! Porquê? Porque o Deus que nós, cristãos (adventistas), dizemos ADORAR e SERVIR, Ele mesmo, disse isto: "Bem-aventurados os PACIFICADORES, porque serão chamados FILHOS DE DEUS." (Mateus 5:9; minha ênfase em maiúsculas) Ou seja, segundo o próprio Senhor Jesus Cristo, uma CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL dos verdadeiros "filhos de Deus" é a de serem "pacificadores"!

E "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus", ao dirigir-se "à igreja de Deus que está em Corinto" (2 Coríntios 1:1), afirmou isto: "Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e NOS DEU O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e NOS CONFIOU A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, ROGAMOS QUE VOS RECONCILIEIS COM DEUS." (2 Coríntios 5:18-20; minha ênfase em maiúsculas). Nesta passagem, o apóstolo Paulo nos indica igualmente ALGO FUNDAMENTAL: para existir uma PACIFICAÇÃO GENUÍNA entre todos os seres humanos, EM PRIMEIRO LUGAR deve ocorrer uma RECONCILIAÇÃO INDIVIDUAL DE CADA SER HUMANO COM DEUS: "Reconcilia-te, pois, com Ele [Deus] e tem paz, e assim te sobrevirá o bem." (Jó 22:21).

Qual deverá ser, por conseguinte, a nossa POSIÇÃO ou ESCOLHA no mundo religioso ATUAL que pretende ser cada vez mais PACIFICADOR (ou, utilizando um termo muito na moda - ECUMÉNICO)?

Creio que a melhor forma de responder a esta QUESTÃO CRUCIAL PARA OS NOSSOS DIAS é a de retirarmos lições de uma experiência ecuménica vivida por alguns filhos de Deus, no passado! Essa experiência vem relatada no capítulo 3 do livro bíblico de Daniel:
No antigo império de Babilónia, o seu "rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro... levantou-a no campo de Dura, na província de Babilónia" e, em seguida, "mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado" (Daniel 3:1 e 2).

Qual seria a intenção de Nabucodonosor, o antigo monarca de Babilónia, ao querer ajuntar num só local, e numa só adoração, pessoas de todos os "povos, nações e homens de todas as línguas" (Daniel 3:4 e 7)? Certamente que o seu objetivo era criar o ambiente "perfeito" para que TODOS se pudessem UNIR numa ADORAÇÃO COMUM!

Sim, tratava-se de uma ADORAÇÃO, uma vez que a ordem era dada para isso mesmo: "Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas: no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, VOS PROSTRAREIS e ADORAREIS a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou." (Daniel 3:4-5).

Mas, havia VÁRIOS PROBLEMAS com esta ADORAÇÃO ECUMÉNICA:
- Em primeiro lugar, esta "celebração ecuménica" era IMPOSTA: "Ordena-se a vós outros... [que] vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro". E era IMPOSTA SOB AMEAÇA DE MORTE: "Qualquer que se NÃO PROSTRAR será, NO MESMO INSTANTE, lançado na fornalha de fogo ardente." (Daniel 3:6). A expressão "no mesmo instante" mostra que não era tomado em linha de conta qualquer tempo para reflexões: ou se aceitava a adoração (repito: imposta!), ou então era-se condenado à morte (pela fogueira - um método de pena de morte que Babilónia sempre apreciou)! A consciência individual deveria, por conseguinte, ser TOTALMENTE RENDIDA ao "espírito" da celebração coletiva: ou fazes o que te é imposto, ou então não tens o direito de permanecer vivo! Só estas DUAS OPÇÕES! Mais nenhuma!

O DEUS VERDADEIRO NUNCA IMPÕE A ADORAÇÃO de nenhuma das Suas criaturas! Por conseguinte, se alguém, EM NOME DE DEUS, tenta IMPOR, por força de decretos e/ou por ameaça de morte, uma qualquer adoração ou estilo de adoração, de uma coisa podemos estar ABSOLUTAMENTE CERTOS: essa pessoa não está possuída do espírito do Verdadeiro Deus, pois "onde está o Espírito do Senhor, AÍ HÁ LIBERDADE." (2 Coríntios 3:18). Tão simples quanto isto!

- Em segundo lugar, esta adoração, para ser levada a efeito, pressupunha a transgressão de um CLARO MANDAMENTO DE DEUS: "Não farás para ti IMAGEM DE ESCULTURA, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. NÃO AS ADORARÁS, NEM LHES DARÁS CULTO; porque Eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos." (Êxodo 20:4-6; minha ênfase em maiúsculas).

Como se pode ADORAR A DEUS e, AO MESMO TEMPO, desrespeitar uma CLARA ORDEM dada por esse mesmo Deus que, supostamente, se pretende adorar? Isto é, simplesmente, o cúmulo da INCOERÊNCIA ou mesmo, da ESTUPIDEZ! Um dos profetas de Deus, do passado, resumiu este conceito muito bem, nestas palavras: "Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à Sua palavra? Eis que O OBEDECER É MELHOR DO QUE O SACRIFICAR [um tipo de adoração], e o atender, melhor do que a gordura de carneiros." (1 Samuel 15:22).

- Em terceiro lugar aquela ADORAÇÃO que teve lugar "no campo de Dura" (Daniel 3:1) ocorreu APÓS o acontecimento que vem relatado no capítulo anterior (o capítulo 2 do livro de Daniel), a saber, que "o Deus do céu" (Daniel 2:19) "fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser NOS ÚLTIMOS DIAS [uma expressão idiomática utilizada no Antigo Testamento que, geralmente, tem o significado de "futuro" - ver: Génesis 49:1; Números 24:14; Deuteronómio 4:30; 31:29; Isaías 2:2; Ezequiel 38:16; Oseias 3:5]." (Daniel 2:28), ou, dito de outra forma, "revelou o que há de ser" (Daniel 2:29).

E o que é que "o Deus do céu" "fez saber ao rei Nabucodonosor"? Fez-lhe saber, através de uma "grande estátua" (Daniel 2:31) que ele viu em "sonho" (Daniel 2:1, 3, 4, 5, 6, 7, 9), que o seu reino (Babilónia) - representado pela "cabeça... de fino ouro" (Daniel 3:32, 37-38), SERIA SUCEDIDO por outros grandes reinos ou impérios mundiais, ANTES que se estabelecesse DEFINITIVAMENTE o reino de Deus - "um reino que não será jamais destruído... [que] não passará a outro povo... [e que] subsistirá para sempre" (Daniel 2:44). Pois bem, inclinar-se diante daquela "imagem de ouro" (Daniel 3:1) - que quase todos os eruditos bíblicos são unânimes em afirmar tratar-se de uma "imagem" em tudo semelhante à "grande estátua" que o rei Nabucodonosor tinha visto em sonho, e da qual Daniel deu a correta interpretação - seria EQUIVALENTE a subscrever a visão da história que Nabucodonosor tinha e NÃO a visão da história que "o Deus do céu" lhe tinha REVELADO, através do Seu servo Daniel! Compreendem, então, o que estava "em jogo" na ADORAÇÃO daquela "imagem de ouro"?

E os três companheiros de Daniel - "Sadraque, Mesaque e Abede-Nego" (Daniel 3:12), os nomes babilónios de "Hananias... Misael... e... Azarias" (Daniel 1:7; 2:17) - tinham participado, juntamente com Daniel, na oração feita a Deus para que Este lhes revelasse o "mistério" do sonho que o rei tinha tido (ver: Daniel 2:17 e 18). Por conseguinte, eles CONHECIAM MUITO BEM o significado do sonho que o rei Nabucodonosor tina tido! Assim sendo, prostrarem-se diante da "imagem de ouro" que o mesmo rei tinha levantado no campo de Dura para ser adorada, seria mostrar que acreditavam mais num homem do que em Deus!

Como se comportaram, então, esses três "companheiros" de Daniel perante esse grande desafio?

1º) COMPARECERAM "no campo [ou "planície", segundo outras versões bíblicas] de Dura" (Daniel 3:1).
 Pergunto: será que "Sadraque, Mesaque e Abede-Nego" não sabiam qual seria o objetivo daquele encontro ecuménico? Dificilmente! Então, e se sabiam, por que COMPARECERAM naquele local, onde iria ser ADORADA aquela "imagem de ouro" que o rei de Babilónia tinha mandado levantar?
Não teria sido MUITO MELHOR "cortar logo o mal pela raiz" e NÃO COMPARECER num local onde o espírito da multidão os poderia facilmente INDUZIR a fazerem algo contra a sua consciência?
 Já algumas pessoas me responderam a esta questão, afirmando que eles foram OBRIGADOS a comparecer naquele local! Sim, não tenho a menor dúvida que essa foi a REALIDADE com que eles se confrontaram! Mas, não foram eles igualmente confrontados com uma OBRIGAÇÃO no campo de Dura? E não poderiam eles VIOLAR a IMPOSIÇÃO que lhes era feita de COMPARECEREM "no campo de Dura", DA MESMA FORMA que iriam, posteriormente, VIOLAR a IMPOSIÇÃO que lhes foi feita de ADORAREM a "imagem de ouro? A resposta parece-me totalmente óbvia: CLARO QUE SIM! Então, VOLTO A PERGUNTAR: por que COMPARECERAM eles "no campo de Dura"?

Certamente por que eles estavam convictos de que DEVERIAM OBEDECER ÀS AUTORIDADES ATÉ ONDE A SUA CONSCIÊNCIA O PERMITISSE!

2º) REJEITARAM adorar a "imagem de ouro" que o rei Nabucodonosor tinha mandado levantar!
Nas palavras de alguns dos presentes naquela planície (que poderia, certamente, albergar muitos milhares e milhares de adoradores), e que seriam, seguramente, alguns colegas de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na corte do rei de Babilónia [não se esqueçam de que "a pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província de Babilónia" (Daniel 2:49)], "há uns homens JUDEUS, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilónia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego [conseguem aqui perceber uma crítica velada ao rei?]; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste" (Daniel 3:12). Estes críticos de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, certamente sentiam um grande incómodo (para dizer o mínimo!) desde que o rei os tinha nomeado para posições de grande responsabilidade em Babilónia, e agora deparava-se-lhes uma oportunidade áurea para "se verem livres deles"! E eles devem ter certamente "jurado a si mesmos" que não iriam deixar passar esta oportunidade! Aliás, o facto de que eles VIRAM que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não adoravam a imagem de ouro, no meio de toda aquela multidão, é claramente um INDICADOR de que eles estavam ali por perto, porque, conhecendo a fé desses homens, eles já previam que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não iriam adorar a imagem de ouro!

3º) NÃO ENTRARAM EM DISCUSSÃO COM O REI, E FORAM CORTESES PARA COM ELE:
"Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto NÃO NECESSITAMOS DE TE RESPONDER [por outras palavras: disseram ao rei que seria TOTALMENTE INÚTIL entrarem numa discussão sobre aquilo que ele (o rei), lhes tinha ordenado]" (Daniel 3:16). Além disso, não há NADA no texto bíblico que nos permita concluir que algum deles, ou os três, tenha tido alguma atitude, ou dito alguma palavra menos cortês e educada para com o rei! Pelo contrário, eles manifestaram seguramente no seu comportamento, atitudes e palavras, o conselho que, muitos séculos mais tarde, o apóstolo Pedro disse dever ser a atitude do cristão perante as autoridades: "Tratai a TODOS com honra, amai aos irmãos, temei a Deus, HONRAI AO REI" (1 Pedro 2:17).

4º) TINHAM PLENA CONSCIÊNCIA DE QUEM ERAM E AFIRMARAM ISSO MESMO!
Não tiveram qualquer receio de dizer ao rei isto: "Se o NOSSO Deus, a quem SERVIMOS" (Daniel 3:17). Por outras palavras: não esconderam a sua IDENTIDADE RELIGIOSA, nem se "deixaram levar" por falsos conceitos de que seria uma forma de orgulho espiritual identificarem-se como servos do Deus Altíssimo, dando com isso a entender que eram melhores ou mais crentes que os outros! Eles NÃO SE COMPARARAM COM NINGUÉM, TÃO SOMENTE AFIRMARAM AQUILO QUE ERAM!

5º) A FÉ DELES EM DEUS MANTER-SE-IA, INDEPENDENTEMENTE DO QUE DEUS FIZESSE PARA COM ELES.
Eles conheciam MUITO BEM, de forma pessoal, o Deus a quem serviam! E, por esta razão, sabiam muito bem que esse Deus a quem eles serviam, TERIA PODER para os livrar da morte: "Se o nosso Deus, a quem servimos QUER livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei." (Daniel 3:17).
Mas TAMBÉM ADMITIAM A HIPÓTESE de que Deus não quisesse livrá-los "da fornalha de fogo ardente": "Se não..." (v. 18).
A VERDADEIRA e GENUÍNA fé em Deus, NÃO DEPENDE do que Deus entende por bem fazer ou deixar de fazer por nós! Aceita os PLANOS DE DEUS específicos para a nossa vida, e ponto final! Não entra num tipo de "jogo" ou "negócio" com Deus, do género: "Senhor, se me fizeres isto ou aquilo, ENTÃO, eu farei, ou serei, ou terei fé em Ti..." Não, não, não! Ter fé em Deus é... SIMPLESMENTE CONFIAR QUE ELE SABE O QUE É MELHOR PARA NÓS, sem discutir com Ele o que quer que seja!

6º) MANTIVERAM-SE FIRMES NA SUA DECISÃO, apesar de lhes ter sido reiterado que, se não adorassem a imagem seriam, "no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente" (Daniel 3:15): "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste." (v. 18)

NUNCA consigo ler estas palavras que estes homens proferiram diante da MAIOR AUTORIDADE HUMANA que, na época, existia à face do planeta terra, sem sentir um "arrepio" ou uma FORTE EMOÇÃO a perpassar por todo o meu ser: a sua decisão ESTAVA TOMADA, VIESSE O QUE VIESSE! QUE FÉ! QUE OUSADIA! QUE CORAGEM! QUE EXEMPLO DE ABSOLUTA FIDELIDADE AO DEUS A QUEM SERVIAM! Com eu anseio possuir TODOS ESTES ATRIBUTOS que se manifestaram na vida destes GIGANTES DA FÉ!

Como é que nós, HOJE, devemos nos comportar diante de SITUAÇÕES IDÊNTICAS? É necessário repetir-vos como se comportaram "Sadraque, Mesaque e Abede-Nego"?

VER FONTE

VERDADES "INCÓMODAS" PARA O POVO REMANESCENTE!


Há muitos membros do povo remanescente de Deus que ACREDITAM, sincera e piamente (e disto não tenho a MENOR DÚVIDA!), que A FORMA MAIS OUSADA de hoje fazermos EVANGELISMO EFETIVO, é avançarmos, decididamente, na denúncia dos poderes corruptos que nos cercam. Contudo, quando estudo a Bíblia mais a fundo, NÃO É ISTO que eu encontro, COMO REGRA GERAL (digo bem: como REGRA GERAL, não como excecões, que só confirmam a regra!).

Por isso, é minha convicção que:
1º) Ainda não chegou a PLENITUDE do tempo para dizermos tudo!
2º) Que, por enquanto, o Senhor pode servir-se de certos poderes corruptos (como o papado católico-romano) para cumprir os Seus planos e desígnios!

Eu já sei que alguns vão querer me "crucificar", mas, mesmo que pensem que não podem, DE FORMA ALGUMA, concordar comigo, queiram, por favor, prestar alguma consideração ao seguinte:
Quanto ao PRIMEIRO PONTO, permitam-me dizer-lhes que eu acredito piamente que será no PERÍODO DO ALTO CLAMOR (período que estará compreendido DESDE a saída do decreto dominical mundial ATÉ ao final do tempo da Graça), que a mensagem que deverá SACUDIR o mundo inteiro será dada sem quaisquer reservas, mas na sua PLENITUDE TOTAL (passo o pleonasmo!). Obviamente que isto NÃO SIGNIFICA que, individualmente, eu e qualquer um de vós, crentes na Verdade Presente, não possamos e não DEVAMOS mesmo transmitir essa Verdade Presente, agora!

Mas, uma coisa vos posso garantir: por muito INTENSA que possa ser a apresentação da Verdade Presente agora, ela estará longe de "chegar aos calcanhares" do poder com que ela será transmitida no tempo do Alto Clamor!

E quanto a não dizermos tudo agora, EM TERMOS DE CRÍTICAS ÀS AUTORIDADES RELIGIOSAS DO NOSSO TEMPO, eu tomo COMO EXEMPLO SUPREMO o ministério do nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele, claramente, SÓ COMEÇOU A CRITICAR as autoridades religiosas do Seu tempo (ver: Lucas 20:45-47; Marcos 12:38-40 e sobretudo Mateus 23:1-36) MESMO NA "RETA FINAL" do Seu ministério terrestre (a DIAS de ser preso e morto!), E NÃO ANTES DISSO!

Se não concordam comigo (e têm TODA A LIBERDADE para não concordarem!), então empreendam uma pesquisa, na Bíblia e no Espírito de Profecia, e provem-me que eu estou errado! Se o fizerdes, GARANTO-VOS que renunciarei, DE IMEDIATO, a esta minha convicção!

Em resumo: é tempo para proclamarmos as verdades essenciais para este tempo? CLARO QUE SIM! Mas isso NÃO É SINÓNIMO de nos sentirmos na liberdade, com alguns se sentem, de CRITICAR ABERTAMENTE as autoridades religiosas do nosso tempo! Esse tempo há de chegar, mas ainda não chegou na sua plenitude! Percebem a DIFERENÇA?

EM QUE MOMENTO do seu discurso é que Estêvão, o primeiro mártir cristão, CRITICOU ABERTAMENTE as autoridades religiosas do seu tempo, dizendo-lhes isto: "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes." (Atos 7:51-53)? Não foi mesmo no final do seu discurso? Reparem no tom do seu discurso, proferido diante do Sinédrio (a "Assembleia da República" da nação judaica daquele tempo), nos versículos 2 a 50 do mesmo capítulo 7 de Atos! Um discurso sem quaisquer acusações, mas NEM POR ISSO deixando de apresentar verdades cruciais para aquele tempo! Reparem: 48 versículos contendo um discurso não ofensivo, e APENAS 3 versículos (no final!) apresentando um discurso "ofensivo", mas não menos verdadeiro!

Sabem o que Ellen G. White diz a respeito da MUDANÇA REPENTINA no tom do discurso de Estêvão? Diz isto:
"Ao atingir Estêvão este ponto [o que ele disse até ao versículo 50], houve um tumulto entre o povo. Quando estabeleceu conexão entre Cristo e as profecias, e falou, como fizera, a respeito do templo, o sacerdote, pretendendo estar tomado de horror, rasgou as vestes. Para Estêvão, esse ato foi um sinal de que a sua voz logo seria silenciada para sempre. Viu a resistência que encontraram as suas palavras, e compreendeu que estava a dar o seu último testemunho. Embora ainda estivesse no meio do seu sermão, concluiu-o abruptamente. Interrompendo subitamente o relato da história que vinha seguindo, e volvendo-se para os seus juízes enfurecidos, exclamou: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes”. Atos 7:51-53." (Atos dos Apóstolos, pág. 55 da edição online)

Reparem: EGW diz-nos que ele "embora ainda estivesse no meio de seu sermão, concluiu-o abruptamente."! Porquê? Porque percebeu CLARAMENTE que "a sua voz logo seria silenciada para sempre"! E então, SÓ NAQUELE MOMENTO, desferiu uma crítica "impiedosa" contra aqueles dirigentes religiosos CORRUPTOS! Mas NÃO ANTES DISSO!

Não tinha Jesus FEITO EXATAMENTE O MESMO? Quando percebeu que, em breve, "a Sua voz logo seria silenciada para sempre", então NESSE MOMENTO (e SÓ NESSE MOMENTO!) desferiu as críticas com que "fulminou" aquela "raça de víboras" (Mateus 23:33)!

Temos que, como Jesus muito bem disse, ser "PRUDENTES como as serpentes e símplices como as pombas" (Mateus 10:16), SOB PENA de corrermos, DESNECESSARIAMENTE, o risco de colocarmos em causa o ministério que o Senhor nos confiou! Jesus, MUITAS VEZES, durante o tempo "normal" do Seu ministério, não pediu que não fizessem publicidade dEle ou daquilo que Ele tinha dito? Se não acreditam, tomem o tempo para lerem estes versículos bíblicos: Marcos 1:43-44; 3:11-12; 5:43; 7:24, 36; 8:26, 30; 9:9, 10, 30-31.

Prezados irmãos e amigos: deixem-me claramente dizer-vos isto: por vezes, fico ESTUPEFACTO com a falta de conhecimento, de sabedoria e sobretudo de tato que tantos, no nosso meio, têm! Uns têm, CLARAMENTE, falta de zelo e de fervor em transmitirem as verdades essenciais para este tempo! Mas outros, talvez (não sei!), para "COMPENSAREM" a falta de zelo dos outros, manifestam zelo "a mais" (claro que NUNCA pode haver um BOM zelo a mais!), isto é, manifestam um zelo que NÃO É equilibrado por uma VISÃO COMPLETA de tudo o que está escrito! Dão grande ênfase a ALGUMAS COISAS QUE, REALMENTE, ESTÃO ESCRITAS, mas "fazem vista grossa" ou simplesmente ignoram ou não conhecem OUTRAS COISAS, QUE TAMBÉM ESTÃO ESCRITAS!

Fazem-me lembrar os fariseus a quem Jesus disse isto: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado OS PRECEITOS MAIS IMPORTANTES DA LEI: A JUSTIÇA, A MISERICÓRDIA E A FÉ; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!" (Mateus 23:23; minha ênfase em maiúsculas). Ou seja, aqueles homens "tão religiosos" eram tão "miudinhos" em dizimarem até as ervinhas mais pequenas, e esqueciam, ou melhor, NEGLIGENCIAVAM, aquilo que o próprio Senhor Jesus definiu como sendo "os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé"!!! Hoje, vê-se algo MUITO SEMELHANTE no nosso meio: não há preocupação em dizimar ervinhas, mas alguns só falam em determinados assuntos (CORRETOS, diga-se de passagem!), mas NEGLIGENCIAM outros, porventura "mais importantes"! Devíamos "fazer estas coisas, sem omitir aquelas", como Jesus instruiu àqueles homens, no passado, e nos instrui a nós, hoje!

O que fazer com textos como o de Apocalipse 22:18 e 19 que nos repreendem, quer por fazermos "qualquer acréscimo" ao que está escrito, quer por "tirar qualquer coisa" ao que está escrito? HAJA COERÊNCIA!

Mais uma vez vos digo: podem não concordar comigo, ou mesmo NÃO QUERER concordar comigo! SOIS ABSOLUTAMENTE LIVRES de tomardes a opção QUE QUISERDES TOMAR! Mas uma coisa vos digo IGUALMENTE: se estais convictos de que já chegou o tempo para dizerdes tudo - inclusive para criticarem as autoridades religiosas do nosso tempo - então façam (ou continuem a fazer) isso mesmo! Quem sou eu para vos impedir! Mas, nesse caso, NÃO CONTEM COMIGO!

Eu prefiro seguir este conselho inspirado: "Oh, quão cuidadoso deve ser cada obreiro para não correr adiante do Mestre, mas seguir onde Ele mostrar o caminho! Como alegraria aos inimigos da nossa fé lançar mão de qualquer declaração feita por nosso povo que exija retratação! Devemos agir discreta, sensatamente, pois esta é a nossa força; pois então Deus operará connosco, e por nós, e em nosso favor." (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 228)

"Muitos desviarão o olhar dos deveres atuais, do conforto e das bênçãos no presente, e tomarão emprestado aflições com respeito à crise futura. Isso causará um tempo de angústia antecipado, e não receberemos graça para tais aflições antecipadas." (Mensagens Escolhidas, vol. 3, págs. 383-384).
Quanto ao SEGUNDO PONTO: Deus PODE AGIR OU FAZER CUMPRIR OS SEUS PLANOS, MESMO ATRAVÉS DE AGENTES OU PODERES CORRUPTOS! Não acreditam? Então, como interpretam textos bíblicos, como estes:
- "Ai da ASSÍRIA, CETRO DA MINHA IRA! A vara em sua mão é o instrumento do MEU FUROR." (Isaías 10:5; minha ênfase em maiúsculas). E a Assíria tinha feito isto:
"Verdade é, SENHOR, que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras." (Isaías 37:18);
"Já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, como as destruíram totalmente;" (Isaías 37:11).
- "porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o EGITO, MEU POVO, e A ASSÍRIA, OBRA DE MINHAS MÃOS, e Israel, minha herança." (Isaías 19:25; minha ênfase em maiúsculas)

Leram bem? A Assíria, um reino ou império totalmente corrupto (se ainda têm dúvidas, vejam o que diz o livro de Naum, que fala da cidade de Nínive, que era a CAPITAL da Assíria!), e Deus a dizer que a Assíria era o "cetro da [SUA] ira", e "o instrumento do [SEU] furor"? Como poderia ser? Pois bem, É ISSO MESMO que a Bíblia nos diz!

Deus, ao comandar a história das nações, tem MUITAS VEZES permitido que o mal (de uns) PUNA o mal (de outros)! Mas, essa nação ímpia (a Assíria) veio ela, igualmente, a ser punida pelo Senhor? Claro que sim (vejam: Isaías 10:12; 24-25; 14:25; 30:31-32; 31:8 e o livro de Naum)!
- "Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Visto que não escutastes as Minhas palavras, eis que [Eu] mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei da Babilónia, MEU SERVO, e os trarei contra esta terra, contra os seus moradores e contra todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e os porei por objeto de espanto, e de assobio, e de ruínas perpétuas." (Jeremias 25:8-9).

O QUÊ??? Deus disse mesmo isto: "Nabucodonosor, rei da Babilónia, MEU SERVO"??? Poderá, HOJE, o Senhor DIZER O MESMO do ATUAL REI DA BABILÓNIA, o papa? A Bíblia não fala de uma Babilónia, no tempo do fim (ver: Apocalipse 14:8; 16:19 e os capítulos 17 e 18)? Tenham MUITO CUIDADO e REFLITAM BEM ANTES de responder!!! E reparem que vos estou a apresentar O QUE ESTÁ ESCRITO, NÃO OPINIÕES MINHAS!!!

Mas há mais:
"Agora, eu entregarei todas estas terras ao poder de Nabucodonosor, rei da Babilónia, MEU SERVO; e também lhe dei os animais do campo para que o sirvam. TODAS AS NAÇÕES SERVIRÃO A ELE [não parece isto uma DESCRIÇÃO EXATA do poder que a Babilónia do tempo do fim terá?], a seu filho e ao filho de seu filho, até que também chegue a vez da sua própria terra [não chegará, IGUALMENTE, o tempo em que a Babilónia ATUAL cairá?], quando muitas nações e grandes reis o fizerem seu escravo." (Jeremias 27:6-7).

Agora, amigos, "APERTEM BEM O CINTO", para não "desmaiarem":
"Se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilónia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilónia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o SENHOR, até que Eu a consuma pela sua mão." (Jeremias 27:8)
"Mas a nação que meter o pescoço sob o jugo do rei da Babilónia e o servir, Eu a deixarei na sua terra, diz o SENHOR, e lavrá-la-á e habitará nela." (Jeremias 27:11)
"Também falei aos sacerdotes e a todo este povo, dizendo: Assim diz o SENHOR: Não deis ouvidos às palavras dos vossos profetas que vos profetizam, dizendo: Eis que os utensílios da Casa do SENHOR voltarão em breve da Babilónia. É mentira o que eles vos profetizam. Não lhes deis ouvidos, SERVI AO REI DE BABILÓNIA E VIVEREIS; por que se tornaria esta cidade em desolação?" (Jeremias 27:16-17)

Ai, ai, ai: já estou a imaginar alguns de vós a ficardes com GRANDES "NÁUSEAS"! Mas não precisam de "VOMITAR", tenham calma!

Mas, ANTES de prosseguir, deixem-me perguntar-vos uma coisa: normalmente comparamos a Babilónia atual com a antiga, verdade ou não? Sim, comparamos! E fazemos MUITO BEM em comparar, PORQUE "o espírito" da ATUAL Babilónia é IGUALZINHO "ao espírito" da antiga Babel e da antiga Babilónia, e mesmo da antiga "Babilónia" do tempo do Novo Testamento, a saber, Roma pagã (ver: 1 Pedro 5:13)! E então? Essa COMPARAÇÃO, que é ABSOLUTAMENTE LEGÍTIMA, só serve para umas coisas, e para outras, não? Queremos SOMENTE TOMAR EM CONSIDERAÇÃO AQUILO QUE NOS INTERESSA, e deixar de parte o que não nos convém?

E, já agora, uma outra questão: como é que vocês acham que as palavras do profeta Jeremias (que era o VERDADEIRO profeta!) foram recebidas pelo antigo povo de Judá, ele que dizia que deveriam servir "ao rei de Babilónia" para viverem? E como seriam recebidas as palavras dos FALSOS PROFETAS que diziam que NÃO deveriam servir ao rei de Babilónia: "Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que vos dizem: Não servireis ao rei de Babilónia. É mentira o que eles vos profetizam. Porque não os enviei, diz o SENHOR, e profetizam falsamente em Meu nome, para que eu vos expulse e pereçais, vós e eles que vos profetizam." (Jeremias 27:14-15)?
Quem é que, DE TODA A APARÊNCIA, parecia ser o falso profeta e quem é que parecia ser os verdadeiros profetas?
Iria a antiga Babilónia conhecer a IRA de Deus e a DESTRUIÇÃO? Absolutamente! E irá a ATUAL Babilónia conhecer, IGUALMENTE, a IRA de Deus e a DESTRUIÇÃO? Sem qualquer dúvida!

Reparem o que Deus disse da antiga Babilónia:
"Porque eis que EU SUSCITAREI e [EU] FAREI subir contra a Babilónia um conjunto de grandes nações da terra do Norte, e se porão em ordem de batalha contra ela; assim será tomada. As suas flechas serão como de destro guerreiro, nenhuma tornará sem efeito." (Jeremias 50:9) A minha ênfase em maiúsculas, neste versículo, serve para mostrar que Deus ASSUME, para Si mesmo, a luta contra Babilónia, mas isso seria ATRAVÉS de quem, na prática? Através de "um conjunto de grandes nações da terra do Norte", sobretudo dos medos: "Eis que eu despertarei contra eles [os babilónios] OS MEDOS, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro. Os seus arcos ferirão os jovens, e eles não terão misericórdia dos bebés, nem olharão com compaixão para as crianças. Babilónia, a jóia dos reinos, o esplendor do orgulho dos babilónios, será destruída POR DEUS [novamente Deus a ASSUMIR algo que foi feito por seres humanos, provando assim que os medos estavam a CUMPRIR OS PLANOS DE DEUS], à semelhança de Sodoma e Gomorra." (Isaías 13:17-19).
"Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que [EU] CASTIGAREI o rei da Babilónia e a sua terra, como [EU] CASTIGUEI o rei da Assíria." (Jeremias 50:18; minha ênfase em maiúsculas)

"[Eu] Lancei-te o laço, ó Babilónia, e foste presa, e não o soubeste; foste surpreendida e apanhada, porque contra o SENHOR te entremeteste." (Jeremias 50:24). Pergunto: a Babilónia ATUAL, também se intromete "contra o SENHOR"? Claro que SIM! Então, é CORRETA a COMPARAÇÃO entre a antiga e a atual Babilónia, sim ou não? E se é, por que é correta a comparação para umas coisas, e não é para outras? Temos, obviamente, de ACEITAR O TODO e NÃO APENAS UMA PARTE!

"Ouve-se a voz dos que fugiram e escaparam da terra da Babilónia, para anunciarem em Sião A VINGANÇA DO SENHOR, nosso Deus, A VINGANÇA DO SEU TEMPLO [que estava em Jerusalém]. Convocai contra Babilónia a multidão dos que manejam o arco; acampai-vos contra ela em redor, e ninguém escape. RETRIBUÍ-LHE SEGUNDO A SUA OBRA; conforme tudo o que fez, ASSIM FAZEI A ELA; porque se houve arrogantemente contra o SENHOR, contra o Santo de Israel." (Jeremias 50:28-29; minha ênfase em maiúsculas)

"Fugi do meio da Babilónia, e cada um salve a sua vida; não pereçais na sua maldade; porque É TEMPO DA VINGANÇA DO SENHOR: ELE LHE DARÁ A SUA PAGA." (Jeremias 51:6)

Esta expressão "tempo da vingança do SENHOR", faz-me lembrar este texto: "A Mim me pertence a vingança, a retribuição, A SEU TEMPO," (Deuteronómio 32:35). E quando é que chega esse "Seu tempo"? A resposta vem no versículo seguinte: "Porque o SENHOR fará justiça ao Seu povo e se compadecerá dos Seus servos, QUANDO VIR QUE O SEU PODER SE FOI, e já não há nem escravo nem livre." (Deuteronómio 32:36).

Pode, então, como afirmei, o Senhor servir-se, HOJE, do papado para cumprir os Seus planos? Claro que sim! Da MESMA FORMA que se serviu de Babilónia, no passado: "A Babilónia era um copo de ouro NA MÃO DO SENHOR, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, enlouqueceram. " (Jeremias 51:7; minha ênfase em maiúsculas).

Não nos é familiar esta linguagem - "copo de ouro" (ou "cálice de ouro" - Apocalipse 17:4), "embriagava a toda a terra" ("e com o vinho da sua devassidão foi que se embebedaram os que habitam na terra" - Apocalipse 17:2)? Sim, é! E não diz o texto de Jeremias que o "copo de ouro" com que Babilónia "embriagava a toda a terra" estava "NA MÃO DO SENHOR"?

Mas vocês poderão dizer-me: mas, pastor, Deus não quer enganar a ninguém! Sim, claro que não quer enganar a ninguém, MAS, não disse o apóstolo Paulo que, àqueles que "não acolheram o amor da verdade para serem salvos", "DEUS lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça." (2 Tessalonicenses 2:10-12)?

JÁ PERCEBERAM, AGORA, o que eu, REALMENTE, quero transmitir? Um CONCEITO BÍBLICO, não meu!

E, por último: não disse o apóstolo Paulo isto: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação." (Romanos 13:1-2)? Paulo escreveu isto para quem?

Não para os coríntios, nem para os tessalonicenses, nem para os filipenses, nem para os gálatas ou os efésios, mas para... os ROMANOS!!! Ou seja, para aqueles crentes que, por habitarem no "epicentro" do próprio império romano, ou seja, a sua cidade capital, Roma, estariam certamente mais despertos para as abominações que as autoridades de tal império certamente cometiam! E, pergunto: não é, HOJE, o atual império romano, uma "autoridade superior"? Certamente que sim!

Tal como no tempo de Jeremias, tal como no tempo do apóstolo Paulo, TAL COMO HOJE, a mensagem para o povo de Deus FOI SEMPRE A MESMA: NOS SUBMETERMOS ÀS AUTORIDADES DOMINANTES, ATÉ ONDE A NOSSA CONSCIÊNCIA NOS PERMITIR IR! E a nunca levantarmos a nossa voz, em críticas abertas e ousadas, A NÃO SER quando notarmos que a nossa "voz logo será silenciada para sempre"!

Que o nosso bom Deus nos dê a sabedoria e o discernimento para sabermos viver as nossas vidas de forma SÁBIA, como "pombas", mas também como "serpentes" (Mateus 10:16).

VER FONTE

TRISTE HISTÓRIA DE AMOR


O relacionamento de Deus com o Seu povo é, ao longo de toda a Bíblia, frequentemente descrito através da metáfora do relacionamento conjugal entre um homem e uma mulher. E, no Novo Testamento, o apóstolo Paulo é, sem dúvida alguma, o autor que mais escreveu sobre essa comparação metafórica, como na passagem de Efésios 5:22-33, onde ele, quase no final da sua explanação, diz isto: "Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja." (Efésios 5:32).

Assim sendo, é possível compreendermos melhor o relacionamento de Cristo com a Sua Igreja, através do relacionamento conjugal, DA MESMA FORMA que é possível compreendermos o IDEAL de Deus para o relacionamento conjugal através da forma como Deus se relaciona com a Sua Igreja (ou o Seu povo). Estão de acordo, sim ou não? É que é fundamental termos este conceito bem estabelecido na nossa mente para compreendermos o que iremos ver a seguir...

A passagem de Apocalipse 3:20 é, pelo menos entre os adventistas do sétimo dia, sobejamente conhecida: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo."

O que, talvez, possa não ser tão conhecido, é que esta imagem de alguém a bater a uma porta, utilizada pela "Testemunha fiel e verdadeira" (Apocalipse 3:14), é uma imagem que NÃO É ORIGINAL, uma vez que ela JÁ TINHA SIDO UTILIZADA nos escritos do Antigo Testamento, nomeadamente no livro de Cântico dos Cânticos (ou Cantares de Salomão): "Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que está batendo: Abre-me, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite." (Cantares 5:2)

Conseguem aperceber-se das semelhanças claras entre estes dois textos bíblicos? Na passagem de Apocalipse 3:20 lemos sobre Cristo (o Noivo) a bater à porta do coração do Seu povo (a noiva), em Cantares 5:2 lemos sobre um homem a bater à porta da casa da sua amada! Mas estes dois textos, DEVIDO AO FACTO DA TAL COMPARAÇÃO METAFÓRICA SER LEGÍTIMA, podem ser utilizados em AMBOS os casos! Ainda me acompanham?

Na passagem de Cantares 5, vemos que a amada NÃO RESPONDEU, DE IMEDIATO, à solicitação "do [seu] amado", provavelmente por estar muito sonolenta ou numa situação bem cómoda, para ela: "Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés, tornarei a sujá-los?" (Cantares 5:3)
Mas o homem tenta insistir: "O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele." (Cantares 5:4)

O texto não é explícito, mas, "para bom entendedor, meia palavra basta": APESAR do coração da mulher se ter comovido por amor "do [seu] amado", ela continuou a NÃO REAGIR, ou seja, não se levantou para ABRIR a porta da sua casa àquele que ela até amava e que estava, fora de casa, totalmente à mercê dos elementos naturais, o "orvalho" e as "gotas da noite"!

Resultado? O homem, cansado de bater à porta, sem ser correspondido, acabou por se ir embora!
E, perante este facto - o homem ter-se ido embora - poderíamos facilmente supor que a mulher, agora já sem ser "incomodada" com as repetidas batidas à porta, do seu amado, tenha finalmente podido descansar serenamente! Mas NÃO FOI ISSO QUE ACONTECEU! Talvez, curiosa ou mesmo perplexa por ter deixado de ouvir as batidas na porta da sua casa, ela levantou-se e foi abrir a porta: "Levantei-me para abrir ao meu amado; as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos mirra preciosa sobre a maçaneta do ferrolho." (Cantares 5:5)

TARDE DEMAIS! O seu amado já tinha partido: "Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes, ele me falou; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu." (Cantares 5:6)

E agora, PASMEM: aquela que não estava, sequer, na disposição de "sujar os seus pés" para APENAS abrir a porta da sua casa ao seu amado, CONSENTE AGORA em sair de sua casa e a deambular pela sua cidade como uma louca: "Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me e feriram-me; tiraram-me o manto os guardas dos muros. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de amor." (Cantares 5:7-8)

Há ATRASOS que "se pagam" caro, MUITO CARO! E esta história bíblica, não poderia, certamente, ter um final mais... INFELIZ! É certamente uma daquelas histórias de... "PARTIR O CORAÇÃO"!

O assunto é MUITO SÉRIO e SOLENE, amigos! O nosso bondoso Deus, aparentemente (digo bem, aparentemente!), não se cansa de bater à porta do nosso coração! Mas PODE, SIM, CHEGAR o momento em que Ele, finalmente, se canse de NÃO SER CORRESPONDIDO! E, quando esse momento chegar, Ele retirar-se-á! E retirar-se-á... PARA SEMPRE! A essa Sua retirada DEFINITIVA, Jesus deu-lhe um nome: o PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO (ver: Mateus 12:30-32).

POR ISSO, a Bíblia nos adverte, em termos MUITO FORTES, contra a tendência cómoda da PROCRASTINAÇÃO (ver o significado desta importante palavra, aqui):
- "Assim, pois, como diz o Espírito Santo: HOJE, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos pais Me tentaram, pondo-Me à prova, e viram as Minhas obras por quarenta anos." (Hebreus 3:7-10);
Quantos não veem claramente as "obras" de Deus nas suas vidas, e, por isso mesmo, podem sentir no seu coração um grande amor por Alguém que tanto amor lhes demonstra, MAS, estão tão comodamente instalados nas suas vidas, que não permitem dar-se "ao trabalho" de abrirem a porta do seu coração ao Divino Noivo! CUIDADO... pois Ele poderá, mais brevemente do que você poderá alguma vez imaginar, RETIRAR-SE DEFINITIVAMENTE da "sua porta"!

"Enquanto se diz: HOJE, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação." (Hebreus 3:15);
"HOJE, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração." (Hebreus 4:7).
Se endurecerdes o vosso coração, então Ele poderá retirar-se definitivamente de vós, como na história que acabámos de analisar!

E sabem que, A EXEMPLO do que aconteceu com aquela mulher da história bíblica, MUITOS, um dia, mas já TARDE DEMAIS, andarão, como loucos, à procura de Deus (e do conhecimento da Sua Palavra) e não acharão o que procuram? Sim, é isso mesmo que nos dizem estes textos inspirados: "Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda a parte, procurando a palavra do SENHOR, e não a acharão." (Amós 8:11-12)?

Esta forma de interpretar Cantares 5:2-8 - a DIMENSÃO SOBRENATURAL do relacionamento de Deus com o Seu povo - é, como vimos, PERFEITAMENTE LEGÍTIMA! Ainda concordam comigo?

Mas, como também referi, existe uma OUTRA FORMA de interpretar aquela história de Cantares e o texto de Apocalipse 3:20, que é a DIMENSÃO NATURAL, entre um homem e uma mulher.

Que lições eu retiro desta dimensão simplesmente humana? É simples:

1º) Quantas mulheres (literais), por vezes, por simples comodismo ou talvez até (não sei!), por um "idealismo" romântico que vivem de forma muito narcisista (só para elas!) ("já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez?" - o que denota que sentem-se bem, sozinhas, só com elas próprias!), não permitem que um homem, que até podem amar (atenção: NÃO estou a falar de um homem que NÃO seja amado por uma mulher, mas de um que ela ame, de facto!), continue, vez após vez, a "bater à porta" do seu coração, sem lhes dar qualquer atenção CONCRETA? Quantas, por terem reagido desta forma, acabaram, finalmente, por ver os seus respetivos amados (pretendentes, namorados ou mesmo noivos) partirem... para não mais voltarem a... cortejá-las! E depois que eles partiram, ficaram loucas à procura deles, mas... simplesmente para constatarem que os perderam PARA SEMPRE!

2º) Quantas mulheres (também literais), mas estas já casadas, não têm tido para com os seus respetivos maridos (por vezes, ou talvez até, muitas vezes) a MESMA ATITUDE da mulher descrita em Cantares 5:2 a 8? Mas agora, neste caso (e SOMENTE neste caso de haver um relacionamento conjugal LEGÍTIMO), de que é que eu estou a falar? Estou a falar, OBVIAMENTE, do tipo MAIS PROFUNDO de relacionamento humano, que SÓ PODE SER VIVIDO entre um homem e uma mulher que, consciente e voluntariamente, decidiram, um dia, ligar-se um ao outro pelos sagrados votos do matrimónio: a união sexual.

O relacionamento sexual é, sem quaisquer dúvidas, o grau mais elevado, profundo, abrangente, satisfatório, gratificante, intenso, prazeroso, que um homem e uma mulher podem viver no contexto do seu relacionamento conjugal! Não existe, em NENHUM outro relacionamento humano, algo mais profundo e sagrado como o relacionamento sexual entre o marido e a esposa!

Por isso, o apóstolo Paulo não poderia ser mais enfático, ao afirmar isto: "O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. NÃO VOS PRIVEIS UM AO OUTRO, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que satanás não vos tente por causa da incontinência." (1 Coríntios 7:3-5; minha ênfase em maiúsculas).

Muitas mulheres utilizam o seu corpo como um tipo de "moeda de troca" para conseguirem algo específico dos seus maridos, ou então, simplesmente, não sentem a profunda convicção de que NÃO LHES ASSISTE o direito de "gerirem" o seu corpo, como se fosse delas mesmas! Por muito bonitas, atraentes ou corretas que possam parecer certas ideias ou teorias, uma coisa é certa: a Palavra de Deus é que deve ser o CRITÉRIO NORMATIVO para qualquer mulher cristã! O mesmo se aplica, obviamente, ao marido cristão!

Assim sendo, a mulher deve ter a PLENA CONVICÇÃO de que, quando o seu marido a procura, para com ela se relacionar intimamente, ela NÃO TEM O DIREITO de recusar! E, se o fizer - algo que pode, obviamente fazer! - está a cometer uma ILEGALIDADE! E isto, porquê? Porque ela "não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido" (1 Coríntios 7:4)! Só existem, segundo a Bíblia, DOIS MOTIVOS, pelos quais pode haver uma pausa no relacionamento sexual entre marido e mulher:
1º) Durante o período menstrual da mulher:
"Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação." (Levítico 18:19);
"nem se chegando à mulher na sua menstruação;" (Ezequiel 18:6);
"No teu meio, descobrem a vergonha de seu pai e abusam da mulher no prazo da sua menstruação." (Ezequiel 22:10);
2º) "Por mútuo consentimento" (1 Coríntios 7:5), ou seja, com o acordo de ambos.

Escusado será dizer que, se a mulher procura o seu marido para com ele se satisfazer sexualmente (algo que, ao contrário do que dão a entender certos conceitos não bíblicos, é PERFEITAMENTE LEGÍTIMO), ou se procura seduzi-lo para um envolvimento íntimo, e este recusar, tal homem está simplesmente a cometer UM CRIME! É TÃO PECAMINOSO um homem envolver-se sexualmente com uma mulher que não é a sua esposa legítima, como é não envolver-se com a sua legítima esposa, quando esta assim o deseja! Porquê? Porque "semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher" (1 Coríntios 7:4).

É seguramente por este princípio bíblico não ser seguido, que satanás consegue ter tanto êxito em tentar muitos casais a tomarem a decisão de escolherem o horrível e amargoso caminho da infidelidade conjugal! E muitos, depois de terem perdido o seu amado ou a sua amada, andam, a seguir, como loucos à procura dele ou dela e, não o/a achando, procuram então, muitas vezes, encontrar um "substituto" ou uma "substituta", que NUNCA consegue, de facto, suplantar a falta do outro!

"Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio [quer o "repúdio" como divórcio, quer o "repúdio" sexual ao seu cônjuge] como também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis." (Malaquias 2:15-16).

"AS MELHORAS DA MORTE"

Lembro-me de, durante a minha adolescência e início de juventude, ter ouvido algumas vezes o emprego desta expressão - "as melhoras da morte" - quando alguém se referia a uma pessoa que estava gravemente enferma, e que depois tinha uma (pelo menos aparente) boa recuperação (ou melhoras), para, logo a seguir, falecer, quando já ninguém esperava tal desfecho.

Lembro-me igualmente que eu, na minha mente, relativizava grandemente essa expressão, para não dizer que era completamente cético quanto à veracidade do seu conteúdo, por a relegar para o domínio das crendices populares...

Até que, eu próprio, durante a minha formação em enfermagem, e sobretudo depois, no pleno exercício da profissão de enfermeiro, vi com os meus próprios olhos, alguns destes casos de... "melhoras da morte"! E como contra factos não há argumentos, tive, obviamente, de rever o que eu próprio cria em relação ao significado dessa "misteriosa" frase!

Hoje, e desde há já muitos anos, que eu acredito que essa expressão reflete, na verdade, uma REALIDADE - não, obviamente, em relação a todos os casos de pessoas que acabam por falecer, mas relativamente a algumas delas.

E a minha EXPLICAÇÃO PESSOAL (que, por ser pessoal, isto é, não claramente baseada na Revelação, é, obviamente, RELATIVA e, por isso, REFUTÁVEL), é esta: essas "melhoras da morte" são um tempo de Graça "extra", ou melhor, A ÚLTIMA OPORTUNIDADE que Deus oferece à pessoa que está para falecer para que ela, nesse momento de MAIOR LUCIDEZ MENTAL, possa tomar a sua DECISÃO FINAL (a favor ou contra a oferta graciosa de Cristo), caso ainda não a tenha tomado antes! E, claro está, essa sua decisão final irá DETERMINAR O SEU FUTURO ETERNO: se há de usufruir da VIDA ETERNA ou se, pelo contrário, irá morrer a SEGUNDA MORTE, da qual não haverá mais retorno ou ressurreição!

Eu, pessoalmente, TAMBÉM CREIO, que o mundo irá viver um tipo de "melhoras da morte", antes de sucumbir totalmente à morte, morte essa que ocorrerá nos momentos que precederão a segunda vinda gloriosa de Cristo, isto é, durante o derramamento das sete últimas pragas, mencionadas em Apocalipse 16. E se, para as "melhoras da morte" de um qualquer indivíduo, eu não tenho forma de o poder provar biblicamente (pelo menos até agora não encontrei tais provas), quanto às "melhores da morte" do mundo (da sociedade, e não do planeta terra em si), creio ter essas mesmas provas bíblicas! Mas vocês serão os meus próprios juízes:

O apóstolo Paulo, referindo-se aos tempos que PRECEDERÃO a "repentina destruição", diz que alguns (ou muitos?) andarão "dizendo: Paz e segurança" (1 Tessalonicenses 5:3)! Pensem nisto por um pouco: vocês acham mesmo que os homens andarão dizendo "Paz e segurança", sem que haja NENHUNS MOTIVOS para substanciar tão OUSADA AFIRMAÇÃO? Eu, muito sinceramente, CREIO QUE NÃO!

Ou seja, EU CREIO que haverá (no futuro) um momento na história deste mundo em que, aparentemente (digo bem: APARENTEMENTE), o mundo parecerá estar numa condição como NUNCA ESTEVE ANTES, na sua história! Ou seja, parecerá que o mundo nunca esteve tão bem como antes!

E esses momentos CORRESPONDERÃO, sem dúvida, ao momento em que estas palavras do Senhor Jesus atingirão o seu CABAL CUMPRIMENTO: "Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, COMPRAVAM, VENDIAM, PLANTAVAM e EDIFICAVAM; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar." (Lucas 17:26-30; minha ênfase em maiúsculas).

Conseguem notar um nítido PARALELISMO entre a passagem paulina de 1 Tessalonicenses 5:3 e esta passagem do evangelista Lucas? Reparem bem:

- Paulo escreveu que os homens andarão dizendo "Paz e segurança"; seguir-se-á a isso uma "repentina destruição" à qual "de nenhum modo escaparão" (1 Tessalonicenses 5:3);

- Jesus disse que "nos dias de Ló", "compravam, vendiam, plantavam e edificavam"; e seguiu-se a isso o quê? Isto: "choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos". E concluiu dizendo que "assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar" (Lucas 17:28-30).

A destruição de Sodoma, com "fogo e enxofre" que "choveu do céu", foi precedida de "paz e segurança"? Parece que sim!

Tomem, por favor, em consideração, o que Ellen White escreveu sobre como decorria a vida em Sodoma, antes desta cidade ter sido destruída:

“Saía o Sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar”. Génesis 19:23. Os brilhantes raios da manhã PARECIAM FALAR APENAS DE PROSPERIDADE E PAZ, ÀS CIDADES DA PLANÍCIE. Começou a agitação da vida ativa nas ruas; homens seguiam os seus vários caminhos, preocupados com os negócios ou os prazeres do dia. Os genros de Ló estavam divertindo-se à custa dos temores e advertências do velho, já de espírito enfraquecido. SÚBITA E INESPERADAMENTE, como se fora o estrondo de um trovão provindo de um céu sem nuvens, DESENCADEOU A TEMPESTADE. O Senhor fez chover do Céu enxofre e fogo sobre as cidades e a fértil planície; os seus palácios e templos, custosas habitações, jardins e vinhedos, e as multidões divertidas, à caça de prazeres, as quais ainda na noite anterior insultaram os mensageiros do Céu — tudo foi consumido. O fumo da conflagração subia como o fumo de uma grande fornalha. E o belo vale de Sidim tornou-se uma desolação, um lugar que nunca mais seria construído ou habitado — testemunha a todas as gerações da certeza dos juízos de Deus sobre os transgressores.

As chamas que consumiram as cidades da planície derramaram a sua luz de advertência, até mesmo aos nossos tempos. É-nos ensinada a lição terrível e solene de que, ao mesmo tempo em que a misericórdia de Deus suporta longamente o transgressor, há um limite além do qual os homens não podem ir no pecado. Quando é atingido aquele limite, os oferecimentos de misericórdia são retirados, e inicia-se o ministério do juízo." (Patriarcas e Profetas, pág. 110; minha ênfase em maiúsculas)

E como era a vida de aparente "prosperidade e paz" em Sodoma?

"Como a mais bela entre as cidades do vale do Jordão, achava-se Sodoma, situada numa planície que era “como o jardim do Senhor” (Génesis 13:10), pela sua fertilidade e beleza. Ali florescia a luxuriante vegetação dos trópicos. Ali era a terra da palmeira, da oliveira e da videira, e flores derramavam o seu perfume através de todo o ano. RICAS PLANTAÇÕES REVESTIAM OS CAMPOS, E REBANHOS E GADO COBRIAM AS COLINAS CIRCUNVIZINHAS. A ARTE E O COMÉRCIO CONTRIBUÍAM PARA ENRIQUECER A ORGULHOSA CIDADE DA PLANÍCIE. OS TESOUROS DO ORIENTE ADORNAVAM OS SEUS PALÁCIOS, E AS CARAVANAS DO DESERTO TRAZIAM OS SEUS ABASTECIMENTOS DE COISAS PRECIOSAS PARA LHE SUPRIR OS MERCADOS. COM POUCA PREOCUPAÇÃO OU TRABALHO, TODA A NECESSIDADE DA VIDA PODIA SER SUPRIDA, E O ANO INTEIRO PARECIA UM CICLO DE FESTAS.

A profusão que reinava por toda a parte deu origem ao LUXO E AO ORGULHO. A OCIOSIDADE E A RIQUEZA tornam endurecido o coração que nunca foi oprimido pela necessidade ou sobrecarregado de tristeza. O AMOR AO PRAZER ERA FAVORECIDO PELA RIQUEZA E LAZER, E O POVO ENTREGOU-SE À SATISFAÇÃO SENSUAL." (Idem, pág. 105; minha ênfase em maiúsculas)

Se Jesus disse que "assim como foi... nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar" (Lucas 17:26, 28, 30), pergunto: podemos nós esperar ver um ESTADO DE COISAS no mundo, em geral, SEMELHANTE ao ESTADO DE COISAS que existiu na antiga cidade de Sodoma? Sim ou não? Claro que SIM!

E como podemos caracterizar a antiga cidade de Sodoma? Como uma cidade, onde:

- havia um ambiente que pressagiava apenas "prosperidade e paz", MESMO NO PRÓPRIO DIA em que ela foi destruída com "fogo e enxofre" que "choveu do céu";

- "toda a necessidade da vida podia ser suprida", ou seja, não faltava NADA, em termos materiais, porque "ricas plantações revestiam os campos", "rebanhos e gado cobriam as colinas circunvizinhas", "a arte e o comércio contribuíam para ENRIQUECER a orgulhosa cidade da planície" e "as caravanas do deserto traziam os seus abastecimentos de coisas preciosas para lhe suprir os mercados";

- devido a essa "profusão (ou "fartura de pão e próspera tranquilidade" - Ezequiel 16:49) que reinava por toda a parte", o "luxo" e o "orgulho", "a ociosidade e a riqueza", "o amor ao prazer", a "riqueza e lazer" conduziram aquele povo "à satisfação sensual".

Então, SE ACREDITAMOS nas palavras de Jesus, podemos ou não esperar um ESTADO DE COISAS SEMELHANTE ao da cidade de Sodoma, NO MUNDO, antes que sobrevenha a "repentina destruição" final, que ocorrerá após o término do tempo da Graça? Sem dúvida que SIM!

EGW também escreveu isto:

"Venha quando vier, o dia do Senhor virá de improviso aos ímpios. CORRENDO A VIDA A SUA ROTINA INVARIÁVEL; encontrando-se os homens absortos nos PRAZERES, NEGÓCIOS, COMÉRCIO e AMBIÇÃO DE GANHO; estando os dirigentes do mundo religioso a ENGRANDECER O PROGRESSO e ilustração [ou sabedoria; qualidade do que é ilustre] do mundo, e achando-se o povo embalado NUMA FALSA SEGURANÇA, então, como o ladrão à meia-noite rouba na casa que não é guardada, SOBREVIRÁ REPENTINA DESTRUIÇÃO aos descuidados e ímpios, e “de nenhum modo escaparão”. 1 Tessalonicenses 5:3-5. (O Grande Conflito, pág. 38; minha ênfase em maiúsculas)

Sim, amigos, no meio de um CAOS MORAL E ESPIRITUAL em que o mundo viverá (ver: 2 Timóteo 3:1-5), PRECISAMENTE ANTES do fechamento da porta da Graça, haverá, entre os "descuidados e ímpios" a sensação de que o mundo nunca esteve tão bem e, POR ISSO MESMO, muitos clamarão "paz e segurança", embalando assim "o povo" "numa falsa segurança"! E, de facto, material e economicamente falando, o mundo parecerá ter recuperado de uma TERRÍVEL CRISE ECONÓMICA E FINANCEIRA! Serão as... "melhoras da morte" deste mundo... que, contudo, já está... totalmente MORIBUNDO.

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