Lembro-me de, durante a minha adolescência e início de juventude,
ter ouvido algumas vezes o emprego desta expressão - "as melhoras da
morte" - quando alguém se referia a uma pessoa que estava gravemente
enferma, e que depois tinha uma (pelo menos aparente) boa recuperação
(ou melhoras), para, logo a seguir, falecer, quando já ninguém esperava
tal desfecho.
Lembro-me igualmente que eu, na minha mente,
relativizava grandemente essa expressão, para não dizer que era
completamente cético quanto à veracidade do seu conteúdo, por a relegar
para o domínio das crendices populares...
Até que, eu próprio,
durante a minha formação em enfermagem, e sobretudo depois, no pleno
exercício da profissão de enfermeiro, vi com os meus próprios olhos,
alguns destes casos de... "melhoras da morte"! E como contra factos não
há argumentos, tive, obviamente, de rever o que eu próprio cria em
relação ao significado dessa "misteriosa" frase!
Hoje, e desde há
já muitos anos, que eu acredito que essa expressão reflete, na verdade,
uma REALIDADE - não, obviamente, em relação a todos os casos de pessoas
que acabam por falecer, mas relativamente a algumas delas.
E a
minha EXPLICAÇÃO PESSOAL (que, por ser pessoal, isto é, não claramente
baseada na Revelação, é, obviamente, RELATIVA e, por isso, REFUTÁVEL), é
esta: essas "melhoras da morte" são um tempo de Graça "extra", ou
melhor, A ÚLTIMA OPORTUNIDADE que Deus oferece à pessoa que está para
falecer para que ela, nesse momento de MAIOR LUCIDEZ MENTAL, possa tomar
a sua DECISÃO FINAL (a favor ou contra a oferta graciosa de Cristo),
caso ainda não a tenha tomado antes! E, claro está, essa sua decisão
final irá DETERMINAR O SEU FUTURO ETERNO: se há de usufruir da VIDA
ETERNA ou se, pelo contrário, irá morrer a SEGUNDA MORTE, da qual não
haverá mais retorno ou ressurreição!
Eu, pessoalmente, TAMBÉM
CREIO, que o mundo irá viver um tipo de "melhoras da morte", antes de
sucumbir totalmente à morte, morte essa que ocorrerá nos momentos que
precederão a segunda vinda gloriosa de Cristo, isto é, durante o
derramamento das sete últimas pragas, mencionadas em Apocalipse 16. E
se, para as "melhoras da morte" de um qualquer indivíduo, eu não tenho
forma de o poder provar biblicamente (pelo menos até agora não encontrei
tais provas), quanto às "melhores da morte" do mundo (da sociedade, e
não do planeta terra em si), creio ter essas mesmas provas bíblicas! Mas
vocês serão os meus próprios juízes:
O apóstolo Paulo,
referindo-se aos tempos que PRECEDERÃO a "repentina destruição", diz que
alguns (ou muitos?) andarão "dizendo: Paz e segurança" (1
Tessalonicenses 5:3)! Pensem nisto por um pouco: vocês acham mesmo que
os homens andarão dizendo "Paz e segurança", sem que haja NENHUNS
MOTIVOS para substanciar tão OUSADA AFIRMAÇÃO? Eu, muito sinceramente,
CREIO QUE NÃO!
Ou seja, EU CREIO que haverá (no futuro) um
momento na história deste mundo em que, aparentemente (digo bem:
APARENTEMENTE), o mundo parecerá estar numa condição como NUNCA ESTEVE
ANTES, na sua história! Ou seja, parecerá que o mundo nunca esteve tão
bem como antes!
E esses momentos CORRESPONDERÃO, sem dúvida, ao
momento em que estas palavras do Senhor Jesus atingirão o seu CABAL
CUMPRIMENTO: "Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do
Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao
dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O
mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, COMPRAVAM, VENDIAM,
PLANTAVAM e EDIFICAVAM; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do
céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho
do Homem se manifestar." (Lucas 17:26-30; minha ênfase em maiúsculas).
Conseguem notar um nítido PARALELISMO entre a passagem paulina de 1
Tessalonicenses 5:3 e esta passagem do evangelista Lucas? Reparem bem:
- Paulo escreveu que os homens andarão dizendo "Paz e segurança";
seguir-se-á a isso uma "repentina destruição" à qual "de nenhum modo
escaparão" (1 Tessalonicenses 5:3);
- Jesus disse que "nos dias
de Ló", "compravam, vendiam, plantavam e edificavam"; e seguiu-se a isso
o quê? Isto: "choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos". E
concluiu dizendo que "assim será no dia em que o Filho do homem se
manifestar" (Lucas 17:28-30).
A destruição de Sodoma, com "fogo e enxofre" que "choveu do céu", foi precedida de "paz e segurança"? Parece que sim!
Tomem, por favor, em consideração, o que Ellen White escreveu sobre
como decorria a vida em Sodoma, antes desta cidade ter sido destruída:
“Saía o Sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar”. Génesis 19:23. Os
brilhantes raios da manhã PARECIAM FALAR APENAS DE PROSPERIDADE E PAZ,
ÀS CIDADES DA PLANÍCIE. Começou a agitação da vida ativa nas ruas;
homens seguiam os seus vários caminhos, preocupados com os negócios ou
os prazeres do dia. Os genros de Ló estavam divertindo-se à custa dos
temores e advertências do velho, já de espírito enfraquecido. SÚBITA E
INESPERADAMENTE, como se fora o estrondo de um trovão provindo de um céu
sem nuvens, DESENCADEOU A TEMPESTADE. O Senhor fez chover do Céu
enxofre e fogo sobre as cidades e a fértil planície; os seus palácios e
templos, custosas habitações, jardins e vinhedos, e as multidões
divertidas, à caça de prazeres, as quais ainda na noite anterior
insultaram os mensageiros do Céu — tudo foi consumido. O fumo da
conflagração subia como o fumo de uma grande fornalha. E o belo vale de
Sidim tornou-se uma desolação, um lugar que nunca mais seria construído
ou habitado — testemunha a todas as gerações da certeza dos juízos de
Deus sobre os transgressores.
As chamas que consumiram as cidades
da planície derramaram a sua luz de advertência, até mesmo aos nossos
tempos. É-nos ensinada a lição terrível e solene de que, ao mesmo tempo
em que a misericórdia de Deus suporta longamente o transgressor, há um
limite além do qual os homens não podem ir no pecado. Quando é atingido
aquele limite, os oferecimentos de misericórdia são retirados, e
inicia-se o ministério do juízo." (Patriarcas e Profetas, pág. 110;
minha ênfase em maiúsculas)
E como era a vida de aparente "prosperidade e paz" em Sodoma?
"Como a mais bela entre as cidades do vale do Jordão, achava-se Sodoma,
situada numa planície que era “como o jardim do Senhor” (Génesis
13:10), pela sua fertilidade e beleza. Ali florescia a luxuriante
vegetação dos trópicos. Ali era a terra da palmeira, da oliveira e da
videira, e flores derramavam o seu perfume através de todo o ano. RICAS
PLANTAÇÕES REVESTIAM OS CAMPOS, E REBANHOS E GADO COBRIAM AS COLINAS
CIRCUNVIZINHAS. A ARTE E O COMÉRCIO CONTRIBUÍAM PARA ENRIQUECER A
ORGULHOSA CIDADE DA PLANÍCIE. OS TESOUROS DO ORIENTE ADORNAVAM OS SEUS
PALÁCIOS, E AS CARAVANAS DO DESERTO TRAZIAM OS SEUS ABASTECIMENTOS DE
COISAS PRECIOSAS PARA LHE SUPRIR OS MERCADOS. COM POUCA PREOCUPAÇÃO OU
TRABALHO, TODA A NECESSIDADE DA VIDA PODIA SER SUPRIDA, E O ANO INTEIRO
PARECIA UM CICLO DE FESTAS.
A profusão que reinava por toda a
parte deu origem ao LUXO E AO ORGULHO. A OCIOSIDADE E A RIQUEZA tornam
endurecido o coração que nunca foi oprimido pela necessidade ou
sobrecarregado de tristeza. O AMOR AO PRAZER ERA FAVORECIDO PELA RIQUEZA
E LAZER, E O POVO ENTREGOU-SE À SATISFAÇÃO SENSUAL." (Idem, pág. 105;
minha ênfase em maiúsculas)
Se Jesus disse que "assim como foi...
nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem se
manifestar" (Lucas 17:26, 28, 30), pergunto: podemos nós esperar ver um
ESTADO DE COISAS no mundo, em geral, SEMELHANTE ao ESTADO DE COISAS que
existiu na antiga cidade de Sodoma? Sim ou não? Claro que SIM!
E como podemos caracterizar a antiga cidade de Sodoma? Como uma cidade, onde:
- havia um ambiente que pressagiava apenas "prosperidade e paz", MESMO
NO PRÓPRIO DIA em que ela foi destruída com "fogo e enxofre" que "choveu
do céu";
- "toda a necessidade da vida podia ser suprida", ou
seja, não faltava NADA, em termos materiais, porque "ricas plantações
revestiam os campos", "rebanhos e gado cobriam as colinas
circunvizinhas", "a arte e o comércio contribuíam para ENRIQUECER a
orgulhosa cidade da planície" e "as caravanas do deserto traziam os seus
abastecimentos de coisas preciosas para lhe suprir os mercados";
- devido a essa "profusão (ou "fartura de pão e próspera tranquilidade"
- Ezequiel 16:49) que reinava por toda a parte", o "luxo" e o
"orgulho", "a ociosidade e a riqueza", "o amor ao prazer", a "riqueza e
lazer" conduziram aquele povo "à satisfação sensual".
Então, SE
ACREDITAMOS nas palavras de Jesus, podemos ou não esperar um ESTADO DE
COISAS SEMELHANTE ao da cidade de Sodoma, NO MUNDO, antes que sobrevenha
a "repentina destruição" final, que ocorrerá após o término do tempo da
Graça? Sem dúvida que SIM!
EGW também escreveu isto:
"Venha quando vier, o dia do Senhor virá de improviso aos ímpios.
CORRENDO A VIDA A SUA ROTINA INVARIÁVEL; encontrando-se os homens
absortos nos PRAZERES, NEGÓCIOS, COMÉRCIO e AMBIÇÃO DE GANHO; estando os
dirigentes do mundo religioso a ENGRANDECER O PROGRESSO e ilustração
[ou sabedoria; qualidade do que é ilustre] do mundo, e achando-se o povo
embalado NUMA FALSA SEGURANÇA, então, como o ladrão à meia-noite rouba
na casa que não é guardada, SOBREVIRÁ REPENTINA DESTRUIÇÃO aos
descuidados e ímpios, e “de nenhum modo escaparão”. 1 Tessalonicenses
5:3-5. (O Grande Conflito, pág. 38; minha ênfase em maiúsculas)
Sim, amigos, no meio de um CAOS MORAL E ESPIRITUAL em que o mundo viverá
(ver: 2 Timóteo 3:1-5), PRECISAMENTE ANTES do fechamento da porta da
Graça, haverá, entre os "descuidados e ímpios" a sensação de que o mundo
nunca esteve tão bem e, POR ISSO MESMO, muitos clamarão "paz e
segurança", embalando assim "o povo" "numa falsa segurança"! E, de
facto, material e economicamente falando, o mundo parecerá ter
recuperado de uma TERRÍVEL CRISE ECONÓMICA E FINANCEIRA! Serão as...
"melhoras da morte" deste mundo... que, contudo, já está... totalmente
MORIBUNDO.
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