sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O governo perdido


O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer. Daniel 4:17.

Entre os seres inferiores, Adão se achara como rei, ... mas, transgredindo ele, foi despojado deste domínio. O espírito de rebelião a que ele próprio havia dado entrada, estendeu-se por toda a criação animal. Assim, não somente a vida do homem, mas a natureza dos animais, as árvores da floresta, a relva do campo, o próprio ar que ele respirava, tudo apresentava a triste lição da ciência do mal. — Educação, 26, 27. 

Não somente o homem mas também a Terra tinha pelo pecado vindo sob o poder do maligno. ... Ao ser criado, foi Adão posto no domínio da Terra. Mas, cedendo à tentação, foi levado sob o poder de Satanás. “Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” 2 Pedro 2:19. Quando o homem se tornou cativo de Satanás, o domínio que exercera passou para o seu vencedor. Assim Satanás se tornou o “deus deste século”. 2 Coríntios 4:4. Ele usurpou aquele domínio sobre a Terra, que originalmente fora dado a Adão. — Patriarcas e Profetas, 67.

Quando Satanás declarou a Cristo: O reino e a glória do mundo me foram entregues, e dou-os a quem quero, disse o que só em parte era verdade, e disse-o para servir a seu intuito de enganar. O domínio dele, arrebatara-o de Adão, mas este era o representante do Criador. Não era, pois, um governador independente. A Terra pertence a Deus, e Ele confiou ao Filho todas as coisas. Adão devia reinar em sujeição a Cristo. Ao atraiçoar Adão sua soberania, entregando-a às mãos de Satanás, Cristo permaneceu ainda, de direito, o Rei. ... 

Os reinos deste mundo eram oferecidos a Cristo por aquele que se revoltara no Céu, com o fim de comprar-Lhe a homenagem aos princípios do mal; mas Ele não seria comprado. ... 

Jesus obteve a vitória por meio da submissão e fé em Deus, e diz-nos mediante o apóstolo: “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4:7. Não nos podemos salvar do poder do tentador; ele venceu a humanidade ...; mas “torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo, e estará em alto retiro”. Provérbios 18:10. — O Desejado de Todas as Nações, 129, 130

domingo, 18 de dezembro de 2016

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o...

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Salmos 121:1, 2.

Ao deslizarem lentamente os vagões [do trem], tivemos uma bela oportunidade de ver o país [Suíça] que atravessávamos. ...
Ali, entre as rochas e cavernas da terra, o Senhor providenciara um lugar de refúgio para o Seu povo. Aquelas capelas, construídas tão alto sobre penhascos que parecem inacessíveis a seres humanos, foram assim arranjadas para oferecer segurança e proteção. Para nós são testemunhas de que houve um tempo em que o povo de Deus sofreu porque, à semelhança de Daniel na antiguidade, assentaram em seu coração que adorariam a Deus segundo os ditames de sua própria consciência. Não consentiriam em que qualquer pessoa lhes servisse de consciência, e sentiram-se mais seguros na rusticidade de rochas e montanhas, onde os animais selvagens faziam sua casa para fugir ao laço do caçador, em vez de confiar-se à misericórdia de seres humanos infectados com uma religião errônea e zelo satânico para manter costumes e tradições humanos em direta oposição à religião da Bíblia. Esses eram cruéis como lobos sanguinários, extirpando a todos os que ousassem discor! dar das doutrinas dos papistas — homens e mulheres que consideravam a Bíblia e a Bíblia só como seu fundamento, até que seus gloriosos raios afastassem do caminho as tradições humanas, tornando desimpedida a vereda do Senhor. ...
O homem do pecado é agente de Satanás. Põe em ação seus poderes inventivos, e Satanás planeja; então os seguidores de Jesus precisam preparar-se para uma luta de vida ou morte. A autoridade da igreja, combinada com as autoridades da nação, pôs mãos ao trabalho para anular a consciência — para ser consciência para todos. Discordar alguém e colocar-se em oposição a esses grandes homens do mundo em sua fé e culto religioso, suscitava infindáveis questões, e não conseguiam guardar essa luz para si mesmos. Quanto mais ponderavam sobre o assunto, mas viam eles o que implicava volver-se das tradições para a Palavra de Deus. Mas deviam enfrentar o conflito, aparelhar-se para a batalha, erguer-se acima da pequenez humana e não permitir que pensamentos de auto-preservação os detivessem diante da perspectiva de imensuráveis perigos e riscos. O Redentor do mundo lhes havia dado em Sua vida um exemplo daquilo que deviam fazer e daquilo que deviam ser a fim ! de conquistar a vida eterna. — Manuscrito 52, 1886.

Cobrir-te-á com as Suas...

Cobrir-te-á com as Suas penas, e, sob Suas asas, estarás seguro; a Sua verdade é pavês e escudo. Salmos 91:4.

O corpo de [João] Huss foi consumido. O concílio fizera tudo o que podia fazer com o homem cujo único crime fora o de não poder aceitar como infalível o Concílio de Constança e de não permitir que aquelas vozes soassem acima da voz de Deus em Sua Palavra. Mas Deus busca novamente aquilo que passou, relembrando os procedimentos de juízo ou misericórdia. ... A biografia dos justos está entre os melhores tesouros que a igreja pode possuir. Temos o benefício dos registros das obras do poder do mal em contraste com os atos daqueles que ao longo de muitos séculos viveram por toda palavra que procede da boca de Deus.
Essa rica experiência nos é transmitida como legado de grande valor. Quando a história se repetir, quando os grandes homens e mulheres da Terra deixarem de ir à Bíblia em busca de luz, evidência e verdade, quando mandamentos humanos forem exaltados acima dos mandamentos de Deus, e quando for considerado crime obedecer a Deus e não às leis civis, então não teremos de palmilhar uma vereda na qual temos apenas poucos exemplos de outros que foram antes de nós.
O Senhor sustentou os Seus fiéis até o fim. Isso deve ser um encorajamento. Deve dar aos justos de todas as épocas a confiança de que o Senhor é imutável. Em favor de Seu povo neste tempo, manifestará Ele Seu poder e graça como o fez em séculos passados. As declarações da Palavra de Deus e a exatidão com que as confirmou na história, combinam-se para dar-nos segurança e instruções do maior valor. ...
Na experiência de Huss houve uma testemunha, um monumento erigido para chamar a atenção do mundo à promessa: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apocalipse 2:10. Registrado na história das nações, João Huss vive. Suas piedosas obras e firme fé, sua vida pura e a conscienciosa aceitação da verdade que diante dele fora desdobrada, a isso não renunciaria ele nem mesmo para livrar-se de uma morte cruel. Aquela morte triunfante foi testemunhada por todo o Céu, pelo Universo inteiro. Satanás ferira o calcanhar da semente da mulher, mas com o ato de Huss foi ferida a cabeça da serpente. ...
As ameias do Céu estão abarrotadas com uma grande multidão de anjos que observam o conflito de seres humanos com o príncipe das trevas. ... Com intenso interesse observam para ver se os filhos de Deus, atormentados, perplexos, perseguidos, denunciados, difamados e condenados como foi o Mestre, buscarão auxílio do Céu. O Céu aguarda que lhe requisitemos os recursos. — Manuscrito 38, 1887.

Também da soberba guarda o Teu servo, que ela não me domine...

Também da soberba guarda o Teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. Salmos 19:13.

A grande verdade de nossa inteira dependência de Cristo para a salvação encontra-se junto ao erro da presunção. Milhares confundem a liberdade em Cristo com ausência de lei; e por ter Cristo vindo para libertar-nos da condenação da lei, muitos declaram que a própria lei foi revogada e que aqueles que a guardam caíram da graça. Desse modo, ao parecerem a verdade e o erro tão próximos, mentes não guiadas pelo Espírito Santo são levadas a aceitar o erro e, fazendo-o, colocam-se sob o poder dos enganos de Satanás. Ao levar assim o povo a receber o erro em lugar da verdade, Satanás está operando para obter a homenagem do mundo protestante.
Toda pessoa necessita colocar-se em guarda contra seus ardis. Devemos ser leitores da Bíblia e obedientes às Escrituras. ... De cada coração deve erguer-se a pergunta: Que é a verdade? Se quisermos permanecer firmes contra os enganosos ensinos que nos cercam por todos os lados — transformar a verdade de Deus em mentira — devemos ter a unção celestial. ...
Aqueles primeiros reformadores, cujos protestos nos deram o nome de Protestantes, sentiram que Deus os chamara para dar a luz do evangelho ao mundo e, ao fazê-lo, estavam prontos a sacrificar suas posses, liberdade e a própria vida. Somos nós, nesta última batalha do grande conflito, igualmente fiéis ao nosso encargo?...
A pena de Lutero era uma força, e seus escritos, disseminados largamente, agitaram o mundo. Os mesmos instrumentos se acham à nossa disposição, com recursos cem vezes maiores. Bíblias e publicações em muitas línguas, apresentando a verdade para este tempo, acham-se ao nosso alcance, e podem ser rapidamente levadas a todo o mundo. ...
A verdade deve ser proclamada nos lugares escuros da Terra. Obstáculos devem ser enfrentados e superados. Uma grande obra precisa ser feita, e aqueles que conhecem a verdade devem agora fazer uma grande intercessão por auxílio. ... Sobre eles deve ser derramado o Espírito de Cristo, e devem preparar-se para ficar em pé no juízo. Enquanto se consagram a Deus, um poder convincente lhes acompanhará os esforços por apresentar a verdade a outros. Não mais podemos dormir no terreno encantado de Satanás, mas utilizar todos os nossos recursos e valer-nos de todas as facilidades com que a Providência nos supriu. ... É dada a promessa: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Mateus 28:20. — Manuscrito 100, 1893

Escreve, pois, as coisas que...

Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Apocalipse 1:19. 

O princípio que somos chamados a defender neste tempo é o mesmo que foi mantido pelos adeptos do evangelho nos dias da grande Reforma. Quando, em 1529, os príncipes se reuniram na Dieta de Espira, dir-se-ia que a esperança do mundo estava prestes a ser esmagada. Diante dessa assembleia foi apresentado o decreto do imperador, restringindo a liberdade religiosa e proibindo toda posterior disseminação das doutrinas da reforma. ...
Questões importantes para o mundo dependiam da ação de uns poucos heróis da fé. Aqueles que haviam aceitado as verdades da Reforma se reuniram, sendo unânime a sua decisão: “Apresentemos uma objeção ao decreto. Em questões de consciência, a maioria não influi.” Redigiram seu protesto e o apresentaram aos Estados reunidos. ...
Neste último conflito, Deus confiou às nossas mãos a bandeira da verdade e da liberdade religiosa que aqueles reformadores desfraldaram. Aqueles a quem Ele abençoou com o conhecimento de Sua Palavra são considerados responsáveis por esse grande dom. Devemos receber a Palavra de Deus como autoridade suprema. Devemos aceitar-lhe as verdades para nós mesmos, como nosso ato individual. Somente seremos capazes de apreciar essas verdades ao esquadrinhá-las por nós mesmos, mediante o estudo pessoal da Palavra de Deus. ...
As igrejas protestantes, tendo recebido as doutrinas que a Palavra de Deus condena, expô-las-ão e as imporão sobre a consciência do povo, assim como as autoridades papais forçaram seus dogmas sobre os advogados da verdade no tempo de Lutero. A mesma batalha será travada novamente, e toda pessoa será chamada a decidir de que lado do conflito se encontrará.
Quando as pessoas não se dispõem a ver a verdade e a recebê-la porque ela envolve uma cruz, estão abrindo a porta às tentações de Satanás. Ele as levará, como o fez com Eva no Éden, a crer numa mentira. A verdade mediante a qual poderiam ser santificados é posta de lado em troca de algum ilusório prazer apresentado pelo destruidor das almas.
Frequentemente ocorre que a mais preciosa verdade pareça estar bem ao lado de erros fatais. O descanso que Cristo prometeu aos que dEle aprenderem se encontra bem ao lado da quietude carnal, e multidões passam por alto o fato de que somente se encontra esse descanso ao se tomar o jugo de Cristo e levar-Lhe o fardo, ao possuir Sua mansidão e humildade. — Manuscrito 100, 1893

Então, o reino dos Céus será semelhante a ...

Então, o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes. Mateus 25:1, 2.

Sempre houve duas classes entre os que professam ser seguidores de Cristo. Enquanto uma classe estuda a vida do Salvador e sinceramente busca corrigir seus defeitos e conformar-se ao Modelo, a outra classe evita as verdades claras e práticas que lhes expõem os erros. Mesmo em seu melhor estado, a igreja não era composta totalmente dos verdadeiros, puros e sinceros. Nosso Salvador ensinou que aqueles que voluntariamente condescendem com o pecado não devem ser recebidos na igreja; ainda assim, ligou a Si homens que eram faltosos no caráter, concedendo-lhes os benefícios de Seus ensinos e exemplo, para que pudessem ter a oportunidade de ver e corrigir seus erros.
Entre os doze apóstolos estava o traidor. Judas foi aceito, não por causa de seus defeitos de caráter, mas apesar deles. Foi ligado aos discípulos para que mediante a instrução e o exemplo de Cristo pudesse aprender o que constitui um caráter cristão e assim ser levado a ver seus erros, arrepender-se e, pelo auxílio da divina graça, purificar sua alma, obedecendo à verdade.
Mas Judas não andou na luz que tão graciosamente fora permitido brilhasse sobre ele. Pela condescendência com o pecado, convidou as tentações de Satanás. Seus maus traços de caráter tornaram-se predominantes. Entregou a mente ao controle dos poderes das trevas, e se zangou quando suas faltas foram reprovadas, sendo assim levado a cometer o pavoroso crime de trair seu Mestre. De igual modo, todos os que acariciam o mal sob uma profissão de santidade, odeiam aqueles que lhes perturbam a paz, condenando sua trajetória de pecado. Quando se lhes apresenta uma oportunidade favorável, à semelhança de Judas, trairão aqueles que para o seu bem procuraram reprová-los.
Os apóstolos encontraram na igreja aqueles que professavam santidade enquanto secretamente acariciavam a iniquidade. Ananias e Safira desempenharam o papel de enganadores, fingindo fazer um sacrifício completo a Deus, quando cobiçavam reter uma parte para si mesmos. ... Ao virem provas e perseguições sobre Seus seguidores, somente aqueles que estavam dispostos a abandonar tudo por amor à verdade desejaram tornar-Se discípulos de Cristo. Assim, enquanto continuou a perseguição, a igreja permaneceu comparativamente pura. Mas quando ela cessou, acrescentaram-se conversos que eram menos sinceros e dedicados, e se abriu o caminho para que Satanás pudesse firmar-se. — The Spirit of Prophecy 4:44, 45.

Tenho, porém, contra ti o tolerares que...



Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os Meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Apocalipse 2:20.

Seu [dos mártires] exemplo vivo e seu testemunho ao morrer foram uma declaração constante da verdade; e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás lhe deixavam o serviço e se alistavam sob a bandeira de Cristo. ...
O grande adversário agora se esforçava por obter pelo artifício o que havia deixado de conseguir pela força. Cessou a perseguição e em seu lugar vinham como substitutas as perigosas seduções de prosperidade temporal e honra mundana. Idólatras foram levados a receber parte da fé cristã, enquanto rejeitavam outras verdades essenciais. Professavam aceitar a Jesus como o Filho de Deus, e a crer em Sua morte e ressurreição; mas não tinham convicção do pecado e não sentiam necessidade de arrependimento ou mudança de coração. Com algumas acomodações de sua parte, propuseram que os cristãos fizessem concessões, a fim de que pudessem unir-se sobre a plataforma da crença em Cristo.
Agora se encontrava a igreja em temível perigo. A prisão, tortura, o fogo e a espada eram bênçãos, em comparação com isso. Alguns cristãos permaneceram firmes, declarando não poder transigir. Outros arrazoaram que, se cedessem ou modificassem alguns aspectos de sua fé e se unissem com aqueles que haviam aceitado parte do cristianismo, isso poderia ser o meio para sua plena conversão. ... Sob o manto de pretenso cristianismo, Satanás se insinuava na igreja, para corromper-lhes a fé e desviar-lhes a mente da palavra da verdade.
Por fim, a maior parte do mundo cristão rebaixou suas normas, e se formou uma união entre a cristandade e o paganismo. Embora os adoradores de ídolos professassem estar convertidos, e se unissem à igreja, continuavam apegados à idolatria, somente mudando os objetos de sua adoração para imagens de Jesus e até de Maria e dos santos. O abominável fermento da idolatria, introduzido assim na igreja, continuou sua funesta obra. Falsas doutrinas, ritos supersticiosos e cerimônias idólatras foram incorporados à sua fé e culto. Ao se unirem os seguidores de Cristo com idólatras, a religião cristã se tornou corrompida, e a igreja perdeu seu poder e pureza. Alguns houve, entretanto, que não foram desencaminhados por esses enganos. — The Spirit of Prophecy 4:42, 43

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Escreve, pois, as coisas que viste, e as...

Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Apocalipse 1:19. 

O princípio que somos chamados a defender neste tempo é o mesmo que foi mantido pelos adeptos do evangelho nos dias da grande Reforma. Quando, em 1529, os príncipes se reuniram na Dieta de Espira, dir-se-ia que a esperança do mundo estava prestes a ser esmagada. Diante dessa assembleia foi apresentado o decreto do imperador, restringindo a liberdade religiosa e proibindo toda posterior disseminação das doutrinas da reforma. ...
Questões importantes para o mundo dependiam da ação de uns poucos heróis da fé. Aqueles que haviam aceitado as verdades da Reforma se reuniram, sendo unânime a sua decisão: “Apresentemos uma objeção ao decreto. Em questões de consciência, a maioria não influi.” Redigiram seu protesto e o apresentaram aos Estados reunidos. ...
Neste último conflito, Deus confiou às nossas mãos a bandeira da verdade e da liberdade religiosa que aqueles reformadores desfraldaram. Aqueles a quem Ele abençoou com o conhecimento de Sua Palavra são considerados responsáveis por esse grande dom. Devemos receber a Palavra de Deus como autoridade suprema. Devemos aceitar-lhe as verdades para nós mesmos, como nosso ato individual. Somente seremos capazes de apreciar essas verdades ao esquadrinhá-las por nós mesmos, mediante o estudo pessoal da Palavra de Deus. ...
As igrejas protestantes, tendo recebido as doutrinas que a Palavra de Deus condena, expô-las-ão e as imporão sobre a consciência do povo, assim como as autoridades papais forçaram seus dogmas sobre os advogados da verdade no tempo de Lutero. A mesma batalha será travada novamente, e toda pessoa será chamada a decidir de que lado do conflito se encontrará.
Quando as pessoas não se dispõem a ver a verdade e a recebê-la porque ela envolve uma cruz, estão abrindo a porta às tentações de Satanás. Ele as levará, como o fez com Eva no Éden, a crer numa mentira. A verdade mediante a qual poderiam ser santificados é posta de lado em troca de algum ilusório prazer apresentado pelo destruidor das almas.
Frequentemente ocorre que a mais preciosa verdade pareça estar bem ao lado de erros fatais. O descanso que Cristo prometeu aos que dEle aprenderem se encontra bem ao lado da quietude carnal, e multidões passam por alto o fato de que somente se encontra esse descanso ao se tomar o jugo de Cristo e levar-Lhe o fardo, ao possuir Sua mansidão e humildade. — Manuscrito 100, 1893.

Eles, porém, clamando em...

Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. Atos dos Apóstolos 7:57, 58. 

Estêvão foi o primeiro mártir cristão. ... Os inimigos de Deus e da verdade se sentiam instigados pelo ódio e a oposição. Satanás os impelia a resistir à verdade. Estêvão teve de enfrentar com argumentos os mais astuciosos e ardilosos contendores, esperando confundir e derribar seus argumentos. Se Estêvão não tivesse esquadrinhado as Escrituras e se fortalecido com as provas da Palavra de Deus, não teria suportado a prova; mas ele conhecia o fundamento de sua fé e ficou firme, pronto para responder a seus oponentes. 
Estêvão saiu vitorioso. Falou com segurança, sabedoria e poder que assombraram e confundiram os inimigos da verdade. Quando se viram desconcertados e derrotados a cada tentativa, decidiram destruí-lo. Estivessem esses professamente honestos e sábios homens realmente em busca da verdade, teriam admitido as evidências que não podiam contestar. ... Mas não era esse o seu propósito ou caráter. Odiavam a Cristo, odiavam a todos os Seus seguidores, e executaram a Estêvão. — Manuscrito 17, 1885. 
Estêvão, um homem amado por Deus, e alguém que trabalhava para conquistar pessoas para Cristo, perdeu a vida porque apresentava um triunfante testemunho do Salvador crucificado e ressurreto. O registro declara que ele era cheio de fé e poder, e fazia grandes prodígios e milagres entre o povo. ... Mas o espírito que se havia manifestado em amarga oposição ao Redentor do mundo ainda operava nos filhos da desobediência. O ódio que os inimigos da verdade haviam demonstrado para com o Filho de Deus, revelavam em seu ódio para com os seguidores dEle. ... 
Na luz que viram no rosto de Estêvão, as autoridades tinham evidências de Deus. Mas desprezaram as evidências. Ah, quem dera que ouvissem! Quem dera que se arrependessem! Mas não quiseram; e a reprovação de Deus saiu dos lábios da fiel testemunha: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.” Atos dos Apóstolos 7:51. ... 
Aqui dois exércitos estavam em combate, o exército do Céu e o exército de falsos zelotes religiosos. De que lado se colocaria esse grupo dali para a frente? Ainda era possível que se arrependessem e fossem perdoados, mesmo depois de terem cometido esse terrível mal contra Cristo na pessoa de Seu santo. — Manuscrito 11, 1900.

Eis que um etíope, eunuco, alto oficial...

Eis que um etíope, eunuco, alto oficial... estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Atos dos Apóstolos 8:27-29. 

Um mensageiro celestial foi enviado a Filipe [um dos diáconos escolhidos] para indicar-lhe seu trabalho em favor do etíope. O evangelista foi orientado: “Dispõe-te e vai para a banda do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto.” Atos dos Apóstolos 8:26.
Hoje, assim como então, os anjos conduzem e guiam aqueles que se permitem ser guiados e conduzidos. Esse anjo poderia ter ele próprio feito a obra, mas não é esta a maneira de Deus agir. Os crentes devem relacionar-se com outros crentes, e como instrumentos de Deus trabalhar em favor dos perdidos. 
Filipe compreendeu sua obra. Esse alto oficial estava sendo atraído para o Salvador e não resistiu à atração. Ele não fez de sua elevada posição mundana uma desculpa para não aceitar o Crucificado. O evangelista perguntou-lhe: “Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele” para explicar-lhe a Palavra de Deus. Atos dos Apóstolos 8:31. ... 
“Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. ... Então... ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco.” Atos dos Apóstolos 8:35-38. ... 
Enquanto anjos do Céu realizam sua obra, instrumentos do mal estão trabalhando a fim de atrair a mente para alguma outra coisa. Satanás interpõe obstáculos, para que a mente inquiridora, que entenderia a Palavra de Deus, fique confusa. Assim trabalhou ele com Cristo no deserto da tentação. A experiência de Cristo está registrada para que possamos compreender os métodos e planos de Satanás. Tivesse Filipe deixado o caso do eunuco pendendo na balança, ele poderia nunca ter aceitado o Salvador. Anjos maus esperavam a oportunidade em que pudessem incutir suas falsidades e impedir a mente recém-despertada de buscar a verdade. Os instrumentos do Senhor devem consagrar-se inteiramente a Seu serviço, a fim de que possam ser rápidos em compreender sua obra. Como sábios mordomos, devem tirar vantagem de toda circunstância para ensinar a graça de Deus e levar pessoas a Cristo. — Manuscrito 11, 1900.

E, caindo por terra, ouviu uma ...

E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Atos dos Apóstolos 9:4, 5.

Saulo fora educado pelos mais eminentes rabis da época. Fora ensinado por Gamaliel. Saulo era rabi e estadista. Era membro do Sinédrio, e muito zeloso em suprimir o cristianismo. Desempenhou uma parte no apedrejamento de Estêvão e lemos ainda sobre ele: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.” Atos dos Apóstolos 8:3. Mas foi contido em sua carreira de perseguição. 
Enquanto estava a caminho de Damasco para prender quaisquer cristãos que encontrasse, “subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues?”... 
Saulo, convertido, foi chamado Paulo. Uniu-se aos discípulos e esteve entre os principais apóstolos. — Manuscrito 95, 1899. 
Embora os apóstolos fossem muitas vezes abatidos no conflito com pessoas más e com os poderes das trevas, ainda assim eram capacitados a voltar ao conflito, tendo diante de si o triunfo ou a morte, em seus esforços. No corpo, nas chagas, nas feridas e nos açoites recebidos por amor a Jesus, carregavam as evidências da crucifixão de Cristo, as evidências de que eram participantes com Ele em Seus sofrimentos.
Seu livramento e preservação sob múltiplas dificuldades e provas testificavam que Jesus vivia, e por causa de Seu poder viviam eles também. — Manuscrito 58, 1900. {
O leal e fiel Estêvão foi apedrejado até à morte pelos inimigos de Cristo. Certamente não parecia que Deus estivesse fortalecendo a Sua causa na Terra, ao permitir assim que homens ímpios triunfassem. Mas justamente por essa circunstância foi Paulo convertido à fé, e mediante suas palavras milhares foram trazidos à luz do evangelho. — Carta 10, 1879. 
Os escolhidos para a obra de Deus devem ser homens e mulheres fiéis e leais, obreiros a quem Deus possa instruir, que compartilhem aquilo que receberam, proclamando sem reservas a vontade de Deus, apontando um caminho melhor a todos com quem entram em contato. Novos homens e mulheres em Cristo nascem para o conflito, a labuta, o trabalho; nascem para engajar-se no bom combate da fé. Há sempre ao seu alcance um poder mediante o qual podem obter a vitória a cada investida, poder que os capacitará a ser mais que vencedores sobre as dificuldades que encontram. — Carta 150, 1900. 

Ora, todos quantos querem viver...

Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. 2 Timóteo 3:12. 

Herodes e as ímpias autoridades mataram o Justo, mas Cristo nunca matou ninguém, e podemos atribuir o espírito de perseguição — porque as pessoas desejam liberdade de consciência — a seu originador, Satanás. Ele é enganador, mentiroso, homicida e acusador dos irmãos e irmãs. Gosta de ver a desgraça humana. Exulta com a aflição, e ao vermos as cruéis perseguições daqueles que desejavam obedecer a Deus segundo os ditames de sua própria consciência, podemos saber que esse é o mistério da iniquidade. Disse o Senhor a Satanás, a velha serpente: “Este [a Semente da mulher] te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15. Cristo de um modo especial feriu a cabeça da serpente, mas a profecia tem longo alcance. É a declaração de um incessante conflito entre Cristo e Seus seguidores e Satanás e seus anjos e instrumentos humanos sobre a Terra, até o fim do tempo. 
Esse conflito se manifestou sobre o Filho de Deus. Ele foi oprimido; foi desprezado e rejeitado entre os homens, homem de dores e que sabe o que é padecer. A Majestade do Céu precisou deixar vez após vez a cena de Seus labores porque Satanás Lhe feria o calcanhar, e finalmente a malignidade de Satanás alcançou seu máximo poder quando inspirou e controlou a mente de homens ímpios para crucificá-Lo. Ele tem seguido os filhos de Deus, causando-lhes desastre e morte. ... Isaías, Daniel e João anunciaram pela profecia essas mesmas lutas e conquistas pelas quais o povo de Deus passaria, e o triunfo de Satanás em suas supostas vitórias.
A inimizade de Satanás continuará feroz e decidida contra os seguidores de Jesus. ... Onde quer que exista, o mal — rejeitando a luz e a verdade e separando-se do Deus vivo — sempre se alia contra os justos e obedientes. Anjos caídos e seres humanos caídos se unem num companheirismo desesperado. Essa foi a união que formaram os perseguidores dos fiéis. 
Satanás calculou que, se pudesse induzir homens e mulheres, assim como enganou e induziu os anjos em sua guerra, poderia tê-los como aliados seus em todo empreendimento contra o Céu. ... 
A verdade não apresenta ideias misturadas com tradições e fábulas. A religião de Jesus Cristo apresenta a verdade, pura e incontaminada. Suportará uma investigação, e os honestos inquiridores da verdade vão tê-la. A verdadeira religião não excita a mente e os sentimentos, mas apela ao intelecto e ao coração. Está em constante desenvolvimento e ascende cada vez mais alto na direção do Céu. — Manuscrito 62, 1886

Ninguém despreze a tua mocidade; pelo...

Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. 1 Timóteo 4:12. 

Os princípios [de Timóteo] haviam sido tão estabelecidos por uma educação correta, que ele estava apto a ser um mestre religioso em ligação com Paulo, o grande apóstolo aos gentios. Era um simples jovem, mas assumiu suas grandes responsabilidades com mansidão cristã. Era fiel, firme e leal; e Paulo o fez seu companheiro de trabalho e viagens, para que pudesse beneficiar-se de sua experiência em pregar o evangelho e estabelecer igrejas. ... 
Paulo amava a Timóteo porque Timóteo amava a Deus. Seu inteligente conhecimento da piedade prática e da verdade conferiu-lhe distinção e influência. ... A influência moral de seu lar foi decisiva; não espasmódica, não impulsiva, não mutável. A Palavra de Deus era a regra que guiava Timóteo. ... 
Muitos há que agem pelo primeiro impulso, antes que pela experiência e discernimento. Mas Timóteo exercia consideração e calma reflexão, indagando a cada passo: “É este o caminho do Senhor?”... Não tinha talentos particularmente brilhantes; mas sua obra era valiosa porque ele usava no serviço do Mestre as habilidades que Deus lhe dera. O Espírito Santo encontrou em Timóteo uma mente que poderia ser moldada e ajustada como templo para a habitação da divina Presença, porque ele se sujeitava a ser moldado. 
O mais sublime alvo de nossos jovens não deveria ser empenhar-se na busca de algo novo, mas colocar-se sob o ensino das Santas Escrituras. Poderão então possuir os atributos classificados como os mais nobres nas cortes celestes. Ocultar-se-ão em Deus, e em todo o seu ensino simplificarão a verdade original para que não pareça estranha, mas familiar a outras mentes. Entretecê-la-ão em seus pensamentos e na vida prática diária. 
Vemos a vantagem que Timóteo teve num exemplo correto de piedade e verdadeira santidade. ... O evidente poder espiritual da piedade no lar conservou-o puro na linguagem e incontaminado por sentimentos corruptores. Desde criança conhecia ele as Santas Escrituras. Tinha o benefício do registro do Antigo Testamento, e os manuscritos de parte do Novo, os ensinos e lições de Cristo. ... 
Um caráter nobre e equilibrado não vem por acaso. É resultado do processo modelador da edificação do caráter nos primeiros anos da juventude, e da prática da lei de Deus no lar. — Carta 33, 1897. 

Revelação de Jesus Cristo, que...

Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando por intermédio do Seu anjo, notificou ao Seu servo João. Apocalipse 1:1. 

Após a ascensão de Cristo, o testemunho de João a Seu respeito perturbou as autoridades. Com poder, deu ele testemunho de que Cristo era um Salvador ressurreto. Para agradar os judeus, os romanos haviam crucificado a Cristo, e agora buscavam agradá-los ainda mais, colocando João onde sua voz não pudesse ser ouvida por judeus ou gentios. Foi banido para a ilha de Patmos. 
Aparentemente, o Senhor permitiu que Seus inimigos triunfassem, tanto quanto se podia julgar pelas aparências exteriores. Mas a mão de Deus se movia, invisível, no meio das trevas. Deus permitiu que Seu fiel servo fosse colocado onde Cristo pudesse conceder-lhe uma revelação mais maravilhosa de Si mesmo para ser dada ao mundo. ... Ele foi como que escondido numa ilha deserta, e ali Cristo o visitou, dando-lhe a mais maravilhosa visão de Sua glória, e revelando-lhe aquilo que devia sobrevir à Terra. ... 
João foi privado da sociedade de seus irmãos e do prazer da amizade. Mas ninguém podia privá-lo da luz e revelação de Cristo. Uma grande luz devia brilhar de Cristo para Seu servo. Ricamente favorecido foi esse amado discípulo. Com os outros discípulos, viajara com Jesus, aprendendo dEle e banqueteando-se com Suas palavras. ... No santo dia de sábado, o ressurreto Salvador fez conhecida Sua presença a João; e o testemunho então dado a ele também é dado a nós. Deus deseja que examinemos as Escrituras, para que saibamos o que será nos últimos dias da história terrestre. ... 
Este é um poderosíssimo testemunho, mas seu verdadeiro significado mal é discernido. Que todo estudante das Escrituras pondere cuidadosamente cada palavra do primeiro capítulo do Apocalipse, pois cada sentença e cada palavra tem peso e consequências. 
O aparecimento de Cristo a João deve ser para todos, crentes e incrédulos, uma evidência de que temos um Cristo ressurreto. Deve conceder poder vivo à igreja. Por vezes, nuvens escuras cercam o povo de Deus. Parece que a opressão e perseguição poderiam extingui-los. Mas em tais ocasiões são dadas as lições mais instrutivas. Assim como na noite mais escura as estrelas brilham com maior resplendor, assim os mais brilhantes raios da glória de Deus se revelam em meio às mais profundas trevas. Quanto mais escuro o céu, mais claros e impressivos são os raios do Sol da Justiça, o Salvador ressurreto. — Manuscrito 106, 1897.

Eis que o diabo está para...

Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Apocalipse 2:10. 

João estivera intimamente ligado com o Salvador durante Sua vida de ministério. Tinha-Lhe ouvido as maravilhosas palavras e visto as maravilhosas obras, e seu testemunho foi dado em linhas claras. Da abundância de um coração transbordante de amor por Cristo falou ele, e nenhum poder poderia conter-lhe as palavras... 
À semelhança de seu Mestre, João submeteu-se pacientemente a cada tentativa de levá-lo à morte. Quando seus inimigos o puseram num caldeirão de óleo fervendo, julgaram nunca mais ouvir notícias dele. Mas ao serem ditas as palavras de origem satânica: “Assim pereçam todos os que crêem nAquele enganador, Jesus Cristo de Nazaré”, João declarou: “Meu Mestre Se submeteu pacientemente a tudo quanto Satanás e seus anjos puderam inventar para humilhá-Lo e torturá-Lo. Deu a vida para salvar o mundo. Morreu para que pudéssemos viver. Considero uma honra o ser-me permitido sofrer por Seu amor. Sou apenas um fraco pecador, mas Cristo era santo, inocente, incontaminado, separado dos pecadores. Ele não pecou, nem se achou engano em Sua boca.” As palavras de João, enquanto sofria às mãos dos inimigos, exerceram sua influência e ele foi retirado do caldeirão pelos mesmos homens que ali o haviam lançado. 
Depois disso foi João enviado à ilha de Patmos onde, separado dos companheiros de fé, supunham seus inimigos que ele morresse pelas privações e sofrimentos. Mas até mesmo lá fez João amigos e conversos. Os inimigos acharam que por fim haviam colocado a fiel testemunha onde não mais pudesse perturbar a Israel ou aos ímpios governantes do mundo. ... {
Deus, Cristo e as hostes celestiais eram os companheiros de João na ilha de Patmos. Deles recebeu as instruções que partilhou com os que, como ele, estavam separados do mundo. Lá escreveu as visões e revelações recebidas de Deus, contando de coisas que ocorreriam no período final da história terrestre. Quando sua voz não mais testemunhasse da verdade, quando não mais pudesse testificar dAquele a quem amava e servia, as mensagens a ele dadas naquela costa desolada e rochosa sairiam como uma lâmpada que arde. Cada nação, tribo, língua e povo aprenderia do seguro propósito do Senhor, não relativo meramente à nação judaica, mas a cada nação sobre a Terra. — Manuscrito 150, 1899.

Bem-aventurados aqueles que lêem...

Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. Apocalipse 1:3. 

Muitos têm a ideia de que o livro do Apocalipse é um livro selado, e não dedicam tempo e estudo a seus mistérios. Dizem que devem continuar contemplando as glórias da salvação, e que os mistérios revelados a João na ilha de Patmos são dignos de menos consideração do que aquelas. 
Mas Deus não considera assim esse livro. Declara Ele: “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.” Apocalipse 22:18, 19. ... 
O Senhor revelou a Seu servo João os mistérios do livro do Apocalipse, e é desígnio Seu que eles se abram ao estudo de todos. Nesse livro são descritas cenas que agora estão no passado e algumas de interesse eterno que estão ocorrendo ao nosso redor; outras de suas profecias não receberão seu cumprimento completo até ao fim do tempo, quando acontecer o último grande conflito entre os poderes das trevas e o Príncipe do Céu. ... 
Muitas das profecias estão por cumprir-se em rápida sucessão. Todo elemento de poder está para ser posto em ação. A história passada se repetirá; antigas controvérsias despertarão para uma nova vida, e o perigo cercará o povo de Deus por todos os lados. A intensidade toma posse da família humana. Permeia tudo sobre a Terra. E para quê? Esportes, jogos, divertimentos; as pessoas correm e se aglomeram e contendem pela supremacia. Aquilo que é comum e perecível lhes absorve a atenção, de modo que pouco pensam nas coisas de interesse eterno. {
Seres humanos, dotados de energia, zelo e perseverança, colocarão as faculdades que receberam de Deus em cooperação com o despotismo de Satanás para tornar nula a lei do Senhor. Impostores de todo nível e classe alegarão ser dignos e leais, e haverá uma exaltação daquilo que é comum e impuro em contraste com o verdadeiro e santo. Desse modo é aceito o espúrio, e o verdadeiro padrão de santidade rejeitado, assim como a palavra de Deus foi rejeitada por Adão e Eva em troca da mentira de Satanás. — Manuscrito 143, 1901.

Eu, João, irmão vosso ...

Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Apocalipse 1:9.

É por intermédio de alguém que é “irmão e companheiro na tribulação” que Cristo revela ao Seu povo o terrível conflito que deverão enfrentar antes de Sua segunda vinda. Antes de serem abertas perante eles as cenas de sua amarga luta, são lembrados de que outros crentes também beberam o cálice e foram batizados com o batismo. Aquele que susteve essas primeiras testemunhas da verdade não abandonará Seu povo no conflito final. 
Foi numa época de feroz perseguição e grandes trevas, quando Satanás parecia triunfar sobre as fiéis testemunhas de Deus, que João em sua idade avançada foi sentenciado ao desterro. Foi isolado de seus companheiros de fé e detido em seus labores no evangelho; mas não foi separado da presença de Deus. O desolado lugar de seu exílio provou ser para ele a porta do Céu. Diz João: “Achei-me em espírito no dia do Senhor” — o dia que Deus havia abençoado e santificado — “e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro... Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último... Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a Filho de homem.” Apocalipse 1:10-13. ... 
Cristo anda no meio dos castiçais de ouro. Assim é simbolizada a Sua relação para com as igrejas. Ele está em constante comunicação com Seu povo. ... Conquanto seja sumo sacerdote e mediador no santuário celestial, é apresentado andando de um para outro lado entre as Suas igrejas terrestres. ... 
Mais uma vez, ao repousar o Espírito Santo sobre o profeta, ele vê uma porta aberta no Céu e ouve uma voz que o convida a olhar as coisas que hão de acontecer no futuro. Ele diz: “Eis armado no Céu um trono, e, no trono, Alguém sentado; e esse que Se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardónio.” Apocalipse 4:2, 3. Anjos ministradores O rodeavam, esperando ansiosos cumprir-Lhe a vontade, enquanto o arco-íris da promessa de Deus, que era sinal de Seu concerto com Noé, foi visto por João encimando o trono — um penhor da misericórdia de Deus para com cada pessoa crente e arrependida. É um testemunho perpétuo de que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Declara ao mundo todo que Deus jamais Se esquecerá de Seu povo na luta contra o mal. — Manuscrito 100, 1893.

Tenho, porém, contra ti o...

Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os Meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Apocalipse 2:20.

Seu [dos mártires] exemplo vivo e seu testemunho ao morrer foram uma declaração constante da verdade; e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás lhe deixavam o serviço e se alistavam sob a bandeira de Cristo. ... 
O grande adversário agora se esforçava por obter pelo artifício o que havia deixado de conseguir pela força. Cessou a perseguição e em seu lugar vinham como substitutas as perigosas seduções de prosperidade temporal e honra mundana. Idólatras foram levados a receber parte da fé cristã, enquanto rejeitavam outras verdades essenciais. Professavam aceitar a Jesus como o Filho de Deus, e a crer em Sua morte e ressurreição; mas não tinham convicção do pecado e não sentiam necessidade de arrependimento ou mudança de coração. Com algumas acomodações de sua parte, propuseram que os cristãos fizessem concessões, a fim de que pudessem unir-se sobre a plataforma da crença em Cristo.
Agora se encontrava a igreja em temível perigo. A prisão, tortura, o fogo e a espada eram bênçãos, em comparação com isso. Alguns cristãos permaneceram firmes, declarando não poder transigir. Outros arrazoaram que, se cedessem ou modificassem alguns aspectos de sua fé e se unissem com aqueles que haviam aceitado parte do cristianismo, isso poderia ser o meio para sua plena conversão. ... Sob o manto de pretenso cristianismo, Satanás se insinuava na igreja, para corromper-lhes a fé e desviar-lhes a mente da palavra da verdade. 
Por fim, a maior parte do mundo cristão rebaixou suas normas, e se formou uma união entre a cristandade e o paganismo. Embora os adoradores de ídolos professassem estar convertidos, e se unissem à igreja, continuavam apegados à idolatria, somente mudando os objetos de sua adoração para imagens de Jesus e até de Maria e dos santos. O abominável fermento da idolatria, introduzido assim na igreja, continuou sua funesta obra. Falsas doutrinas, ritos supersticiosos e cerimônias idólatras foram incorporados à sua fé e culto. Ao se unirem os seguidores de Cristo com idólatras, a religião cristã se tornou corrompida, e a igreja perdeu seu poder e pureza. Alguns houve, entretanto, que não foram desencaminhados por esses enganos. — The Spirit of Prophecy 4:42, 43. 

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Eis... o Leão da tribo de Judá. ....

Eis... o Leão da tribo de Judá. ... E entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Apocalipse 5:5, 6. 

O Salvador foi apresentado a João sob os símbolos do “Leão da tribo de Judá” e de “um Cordeiro como tendo sido morto”. Aqui foi expressa toda a obra da redenção. Esses símbolos representam a união do onipotente poder e do amor que se sacrifica. Como Leão de Judá, Cristo defenderá Seus escolhidos e os fará sair vitoriosos, porque O aceitaram como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Cristo, o Cordeiro morto — que foi desprezado, rejeitado, vítima da ira de Satanás, da violência e crueldade humanas — quão terna foi Sua simpatia para com Seu povo no mundo! E proporcional às profundezas infinitas de Sua humilhação e sacrifício como Cordeiro de Deus, será Seu poder em glória como o Leão de Judá, para o livramento de Seu povo. 
Perante João foram abertos os grandes eventos do futuro, os quais deviam abalar os tronos de reis e levar todos os poderes terrestres a tremer. Ele contemplou o desfecho de todas as cenas terrestres, o estabelecimento do reino dAquele que é o Rei dos reis, cujo reino durará para sempre. ... Ele viu Cristo recebendo a adoração de todos os exércitos do Céu e ouviu a promessa de que, em qualquer tribulação que pudesse sobrevir ao povo de Deus, se pacientemente a suportassem, seriam mais do que vencedores por meio dAquele que os amara. ... 
João estava agora preparado para testemunhar as emocionantes cenas do grande conflito entre aqueles que guardam os mandamentos de Deus e aqueles que tornam nula a Sua lei. Ele viu o surgimento do poder operador de milagres que devia enganar a todos os que habitam sobre a Terra, os quais não estão ligados com Deus, “dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu”. Apocalipse 13:14. ... 
Acerca dos leais e fiéis que não se curvaram aos decretos de governantes terrestres contra a autoridade do Rei do Céu, diz o revelador: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” Apocalipse 14:12. 
Essas lições são para nosso benefício. Necessitamos firmar nossa fé em Deus, pois justamente diante de nós está um tempo de prova para toda pessoa. Cristo, sobre o Monte das Oliveiras, anunciou os terríveis juízos que precederiam Sua segunda vinda. Embora essas profecias tivessem um cumprimento parcial por ocasião da destruição de Jerusalém, terão uma aplicação mais direta nos últimos dias. — Manuscrito 100, 1893. 

Haverá sinais. ...

Haverá sinais. ... Haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo. Lucas 21:25, 26. 

João também foi testemunha das terríveis cenas que ocorrerão como sinais da vinda de Cristo. Ele viu exércitos dispostos para a batalha e pessoas desmaiando de terror. Viu a terra movida de seu lugar, montanhas transportadas para o meio do oceano, cujas ondas rugiam revoltadas. Viu as taças da ira abertas, e a pestilência, fome e morte vindo sobre os habitantes da Terra. 
O refreador Espírito de Deus já está sendo retirado da Terra. Furacões, tempestades, incêndios e inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida sucessão. A ciência procura explicar tudo isso. Os sinais que se avolumam em redor de nós, anunciando o próximo aparecimento do Filho de Deus, são atribuídos a qualquer outra causa que não a verdadeira. As pessoas não podem distinguir os anjos sentinelas, contendo os quatro ventos para que não soprem enquanto os servos de Deus não forem selados; mas quando Deus mandar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de conflito que pena alguma poderá descrever. 
Estamos no limiar de grandes e solenes acontecimentos. A profecia cumpre-se rapidamente. O Senhor está às portas. Em breve deverá abrir-se diante de nós um período de intenso interesse para todos os que estão vivos. As controvérsias do passado serão revividas. Novas controvérsias surgirão. Nem sequer se sonha com as cenas que em breve hão de cumprir-se em nosso mundo. Satanás está operando mediante instrumentos humanos. 
Mas os servos de Deus não devem confiar em si mesmos nessa grande emergência. O programa dos eventos vindouros está nas mãos do Senhor. O mundo não está sem governo; a Majestade do Céu tem nas mãos o destino das nações, bem como os interesses de Sua igreja. ... 
O importante futuro está diante de nós. Para enfrentar suas provas e tentações, e executar-lhe os deveres, requerer-se-á grande fé e perseverança. Mas podemos triunfar gloriosamente, pois nenhuma pessoa que creia, vigie e ore cairá presa dos ardis do inimigo. Todo o Céu está interessado em nosso bem-estar e aguarda nosso pedido de sabedoria e força. No tempo de prova justamente diante de nós, o divino penhor de segurança será colocado sobre aqueles que têm guardado a palavra de Sua paciência. — Manuscrito 100, 1893.

Outros, por sua vez, passaram pela...

Outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Hebreus 11:36. 

Quando Jesus revelou a Seus discípulos o destino de Jerusalém e as cenas do Segundo Advento, predisse também a experiência de Seu povo, desde o tempo em que seria tomado deles até ao Seu retorno com poder e glória para libertá-los. Do Olivete, contempla o Salvador as tormentas prestes a abater-se sobre a igreja apostólica e, penetrando mais profundamente no futuro, Seus olhos discernem as ferozes, devastadoras tempestades que fustigariam Seus seguidores nas eras vindouras de trevas e perseguição. ... 
A história da igreja primitiva testifica do cumprimento das palavras do Salvador. Os poderes da Terra e do inferno se dispuseram contra Cristo na pessoa de Seus seguidores. ... Os cristãos foram privados de suas propriedades e expulsos de seus lares. ... Grande número selou seu testemunho com o próprio sangue. ... 
Sob a mais feroz perseguição, essas testemunhas de Jesus conservaram sua fé incontaminada. ... Com palavras de fé, paciência e esperança, encorajavam uns aos outros a suportar privações e aflições. A perda de todas as bênçãos terrenas não podia forçá-los a renunciar a sua fé em Cristo. Provas e perseguições nada mais eram do que passos que os levavam para mais perto de seu descanso e sua recompensa. ...
Foram em vão os esforços de Satanás para destruir a igreja de Cristo pela violência. O grande conflito no qual os discípulos de Jesus entregaram a vida não cessou quando esses fiéis porta-estandartes caíram em seu posto. Mediante a derrota, venceram. Os obreiros de Deus foram mortos, mas Sua obra prosseguiu firmemente. O evangelho continuou a disseminar-se e o número de seus adeptos a aumentar. ... Disse um cristão, debatendo com governantes pagãos que promoviam a perseguição: “Podem atormentar, afligir e afrontar-nos. Sua maldade põe à prova nossa fraqueza, mas sua crueldade é inútil. Nada mais é que um convite mais forte para trazer outros à nossa crença. Quanto mais formos ceifados, mais brotaremos de novo. O sangue dos cristãos é semente.” 
Milhares foram encarcerados e mortos; mas outros brotaram para ocupar-lhes o lugar. E aqueles que foram martirizados por sua fé estavam seguros em Cristo, e por Ele considerados vencedores. Combateram o bom combate e deverão receber a coroa de glória quando Cristo voltar. Os sofrimentos que suportaram aproximaram os cristãos uns dos outros e de seu Redentor. — The Spirit of Prophecy 4:39-42

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O julgamento é este: que a luz veio ao mundo...

O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz. João 3:19.

A perda de uma pessoa é apresentada como uma catástrofe, em comparação com a qual o ganhar o mundo submerge em insignificância. ... Em Jerusalém está representada toda pessoa que negligencia os atuais privilégios e recusa a luz que Deus lhe enviou. Têm sido acalentados os conselhos de Deus? Têm sido aceitos os apelos e as advertências de Seus servos? Dá-se atenção às admoestações? Ah, quem dera que possamos individualmente melhorar os momentos áureos deste “teu dia”, para que não nos venha a palavra “mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos”. Lucas 19:42. Se a luz brilha em nossos dias, devemos recebê-la, apreciá-la e andar na luz sem esperar para ver se pessoas importantes ou eruditos a aceitam. ...
As palavras de Cristo são: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.” Mateus 5:17. ... Jesus olhou através dos séculos e viu que o mundo cristão pensaria e ensinaria que a morte de Cristo revoga a lei do Pai. Ele faz, portanto, uma precisa declaração para esclarecer todas as mentes que não desejam ser enganadas nesse ponto. ...
Homens e mulheres têm morrido sem guardar o sábado do sétimo dia. Eram pessoas boas e viveram segundo a luz que possuíam. Não podiam ser responsáveis pela luz que nunca tiveram. Devemos prestar contas da luz que brilha em nossos dias. Seria insensatez desculpar nossa transgressão da lei de Deus porque pessoas boas em gerações passadas não a guardaram. ...
Nunca é seguro permanecermos indiferentes à luz. Se pessoas professamente boas e notáveis não obedecem à lei de Deus, é isso razão para transgredirmos?... Foram os escribas, príncipes, sacerdotes, homens do santo ofício, homens que criam estar a sua justiça acima da do mundo inteiro, que perseguiram a Cristo. Esses piedosos embusteiros foram os mais ferozes perseguidores que Jesus teve. ... Foram os mestres do povo que zombaram dEle enquanto pendia da cruz.
Os professos cristãos de hoje que rejeitam a luz, não serão mais favoráveis àqueles que recebem a luz da verdade e nela se regozijam, do que o foram os judeus nos dias de Cristo. Se soubessem que Ele era o Príncipe da vida, não O teriam crucificado. Por que não sabiam? Porque rejeitaram toda evidência que lhes fora dada de que Cristo era o Messias. ... Considerarão os crentes como um povo pequeno, fraco, um punhado de fanáticos, e deles falarão zombeteiramente. — Carta 35, 1877

domingo, 6 de novembro de 2016

Estreita é a porta...

Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Mateus 7:14.

O manso e amado discípulo [João] disse: “Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.” 1 João 2:4. A Palavra de Deus é muito clara e precisa. É uma questão perigosa professar ser seguidor de Jesus e pelas obras negá-Lo pela indiferença até mesmo para com um só de Seus requisitos. 
A história da Reforma nos ensina que a igreja de Cristo não deve nunca chegar a paralisar-se e cessar a reforma. Deus está na dianteira, dizendo como o fez a Moisés: “Marchem”. “Dize aos filhos de Israel que marchem.” Êxodo 14:15. A obra de Deus vai avante; passo a passo o Seu povo avança em meio a conflitos e provas, até à vitória final. A história da igreja nos ensina que o povo de Deus não deve ficar estereotipado em suas teorias da fé, mas preparar-se para nova luz, para abrir a verdade revelada em Sua Palavra. 
A história passada do avanço da verdade em meio ao erro e às trevas, mostra-nos que a verdade sagrada não é acalentada e procurada pela maioria. Aqueles que avançam na reforma, obedecendo à voz de Deus — “Marchem” — têm estado sujeitos a oposição, tortura e morte; e em face de prisões e ameaçados de tortura e morte, julgam a verdade para seu tempo de suficiente importância para a ela apegar-se tenazmente, entregando a vida em lugar de sacrificar a fé. Não contam sua vida como preciosa, se sacrificada pela verdade de Deus. A verdade em nossos dias é tão importante quanto o foi nos dias dos mártires. ... 
O que seria se nos dias de Lutero as pessoas tivessem assumido a posição de defender sua desobediência aos requisitos de Deus dizendo: “Deus é misericordioso demais para condenar-me por não receber uma verdade impopular. Nossos intelectuais e líderes religiosos não a aceitam. Correrei o risco de transgredir a lei de Deus porque o mundo a rejeita. ... Estou satisfeito com minha religião;... arriscar-me-ei a acompanhar a multidão.”
Se eu for com a multidão, a Bíblia me diz que estou no caminho largo que conduz à morte. Declara a Majestade do Céu: “Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” Devemos prestar contas da luz que brilha em nossos dias. Cristo chorou em agonia sobre Jerusalém porque ela não conhecia o tempo de sua visitação. Era seu dia de confiança, seu dia de oportunidade e privilégio. ... A revoltante ingratidão, o vazio formalismo e a hipócrita insinceridade de centenas de anos extraíram-Lhe dos olhos aquelas lágrimas de irreprimível angústia. — Carta 35a, 1877

domingo, 9 de outubro de 2016

Vede que grande amor nos...

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não O conheceu a Ele mesmo. 1 João 3:1. 

Quantos hoje vêem a Jesus Cristo, o Salvador do mundo, como Ele é? Quão poucos O conhecem! Quão poucos conhecem o Pai! Todos quantos conhecem a Cristo têm conhecimento do Pai. Uma das maiores bênçãos que podem sobrevir à humanidade caída é ver a Cristo como Ele é; o precioso Salvador, vê-Lo como Ele é! Quantos têm uma visão parcial de Jesus Cristo. Quantos O reconhecem como o Redentor do mundo, mas não O conhecem como Salvador pessoal; e isto é essencial — o conhecimento de Deus em Jesus Cristo. ...
“E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança.” 1 João 3:3. Que esperança? Ora, a de ver a Jesus como Ele é, a fé viva que se apodera do braço do infinito Deus, a fé viva que recebe a Cristo como Salvador pessoal. Quem O conhece dessa maneira? Nenhum dentre todos os vislumbres casuais que você tiver de Cristo salvará uma única pessoa. Você O conhece pela viva ligação da fé?...
Havia uma obra maravilhosa para que Ele realizasse, quando veio à Terra. Satanás conduzia as coisas como bem entendia. Reclamava o território terrestre como pertencente a ele, o príncipe do mundo. Cristo veio para disputar-lhe o poder e essa reivindicação. Cristo veio para resgatar a raça humana de seu poder opressivo. ... O campo de batalha se encontrava exatamente aqui neste pequeno mundo; o conflito continuava entre o Príncipe da vida e os poderes das trevas. Qual deles triunfaria? Todo o universo celestial, todos os seres celestes, contemplavam a Cristo e tomavam conhecimento da batalha. Aqui estava Cristo disputando a autoridade de Satanás, e Satanás O seguia a cada passo, decidido a derrotá-Lo com suas tentações, decidido a cansar e exaurir a paciência e longanimidade de Deus para com a família humana, a fim de que pudesse arruinar todos os seus membros. ...
Seja qual for a sua fraqueza, [mesmo] tolhido por debilidades, em Deus há esperança para você. Nosso precioso Salvador veio para salvar totalmente a pessoa que vai a Ele. ... Àqueles cuja mente se ocupa com os prazeres terrenos, Ele vem e ergue a voz de advertência, apresentando a eternidade; abre o Céu diante de você, o limiar iluminado e avivado com Sua glória, a glória que flui pela porta aberta. A porta está aberta de par em par, graças a Deus. — Manuscrito 86, 1894.

A partir deste momento, Pilatos procurava...

A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-Lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César. João 19:12. 

Depois de ter Herodes feito sua obra satânica, enviou Cristo, sem ter pronunciado juízo contra Ele, de volta a Pilatos, um homem convencido da verdade, mas indisposto a ceder. Pilatos parecia atuar mediante influências invisíveis para reconhecer suas convicções a respeito do Santo de Israel. Sua mente inconstante foi compelida a reconhecer que Cristo não era um impostor, que nem um único traço de engano se poderia encontrar em Suas palavras e atitudes. ... Diante daquela multidão satânica, enlouquecida, propôs ele o açoite em lugar da cruz.
Os decididos sacerdotes e príncipes planejaram que não ficasse de fora o açoitamento, mas não consentiriam em que nada menos que a cruz fosse a Sua punição. Essa é a natureza humana hoje, quando se encontra sob o controle de Satanás. ...
Pilatos não estava disposto a condenar a Cristo, e julgou que poderia, independentemente dos príncipes, fazer um apelo à simpatia, ao lado humano do caráter da turba. Sabia que nada tinha a esperar nesse sentido dos sacerdotes e maiorais. Fez um breve discurso, declarando que não achara em Cristo falta alguma. Confirmou o testemunho de Herodes, de que as testemunhas contra Cristo eram inúteis — não concordavam entre si. ...
Pilatos agia contra a luz, contra evidências esmagadoras e contra sua convicção. Os sacerdotes e príncipes viram que não poderiam obter tudo o que desejavam. Pilatos tinha as evidências e a justiça a seu lado, e se ele tivesse assumido firmemente a sua posição com base na inocência de Cristo, ter-se-ia poupado do remorso e desespero de um homem que sacrificou a inocência ao mortal ódio e inimizade de um povo invejoso e professamente religioso. Jesus foi açoitado. 
Uma mensagem de Deus advertiu Pilatos do ato que estava para cometer. ... Enquanto Pilatos examinava o Prisioneiro, sua esposa foi visitada por um anjo do Céu, e numa visão da noite vira o Salvador e com Ele conversara. ... Ouviu a condenação pronunciada por Pilatos, e viu-o entregar Cristo a Seus matadores. Com um grito de terror, despertou. Pedindo pena e papel, escreveu-lhe palavras de advertência. Agora, no dilema de Pilatos, um mensageiro abre caminho até ele com uma mensagem de sua esposa: “Não te envolvas com esse Justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por Seu respeito.” Mateus 27:19. — Manuscrito 112, 1897

Não sabes que tenho autoridade para Te...

Não sabes que tenho autoridade para Te soltar e autoridade para Te crucificar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre Mim, se de cima não te fosse dada. João 19:10, 11.

Na sala do julgamento acha-Se Cristo, ligado como preso. O magistrado olha para Ele com suspeita e severidade. O povo se reúne rapidamente, e os espectadores estão por todos os lados enquanto se lêem as acusações contra Ele: “Afirma ser o rei dos judeus.” “Recusa-Se a pagar tributo a César.” “Faz-Se igual a Deus.”...
Pilatos estava convencido de que nenhuma evidência de culpa poderia ser comprovada, a despeito de terem os sacerdotes e príncipes declarado que Ele falava blasfêmia. Mas os judeus estavam sob a inspiração de Satanás como estiveram Caim e outros assassinos, decididos a destruir a vida em lugar de salvá-la. “Insistiam, porém, cada vez mais, dizendo: Ele alvoroça o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui.” Lucas 23:5.
Agora pensou Pilatos ver uma oportunidade de livrar-se da questão do julgamento de Cristo. Percebeu claramente que os judeus haviam entregado a Cristo por inveja. ... “Ao saber que era [Cristo] da jurisdição de Herodes, estando este, naqueles dias, em Jerusalém, lho remeteu.” Lucas 23:7.
Era esse o Herodes cujas mãos estavam manchadas com o sangue de João. “Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-Lo, por ter ouvido falar a Seu respeito; esperava também vê-Lo fazer algum sinal.” Lucas 23:8.
A obra e missão de Cristo no mundo não era satisfazer a frívola curiosidade de príncipes, governantes, sacerdotes ou camponeses. Veio para curar os quebrantados de coração. ... Pudesse Cristo ter proferido qualquer palavra para sarar as feridas das pessoas enfermas de pecado, e não guardaria silêncio. Mas as preciosas gemas da verdade, instruíra Ele os discípulos, não deviam ser lançadas aos porcos. E a atitude de Cristo perante Herodes tornou Seu silêncio eloquente.
O povo judeu levara seu tão aguardado Messias à condenação pelo poder sob o qual eles mesmos se encontravam em servidão. Procuraram obter a condenação do Príncipe da vida — o Único que os podia libertar da escravidão. — Manuscrito 112, 1897.

É costume entre vós que eu vos...

É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? João 18:39.


O grande conflito entre o Príncipe da luz e o príncipe das trevas não reduziu um jota ou um til de sua influência com a passagem do tempo. ...
Em nosso favor, Cristo enfrentou as capciosas tentações satânicas e nos deixou um exemplo de como vencer Satanás no conflito. Exorta Seus seguidores, dizendo: “Tende bom ânimo; Eu venci o mundo.” João 16:33. Satanás tem feito magistrais esforços para perpetuar o pecado. Dispôs seus instrumentos malignos para guerrear contra Jesus Cristo num ativo e desesperado conflito, a fim de poder ferir o coração do infinito Amor. Seduziu as pessoas a se curvarem aos ídolos, obtendo assim a supremacia sobre os reinos terrestres. Concluiu que ser o deus deste mundo era a melhor coisa depois de obter a posse do trono de Deus no Céu. Em grande medida, tem sido bem-sucedido em seus planos. Quando Jesus esteve na Terra, Satanás levou as pessoas a rejeitarem o Filho de Deus e escolherem Barrabás, que no caráter representava a Satanás, o deus deste mundo.
O Senhor Jesus Cristo veio para disputar a usurpação de Satanás nos reinos do mundo. O conflito ainda não terminou, e ao nos aproximarmos do fim do tempo, a batalha se torna mais intensa. Ao aproximar-se o segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, instrumentos satânicos são movidos de baixo. Não só aparecerá Satanás como ser humano, mas personificará a Jesus Cristo, e o mundo que rejeitou a verdade o receberá como o senhor dos senhores e rei dos reis. Exercerá seu poder e operará sobre a imaginação humana. Corromperá a mente e o corpo das pessoas e operará mediante os filhos da desobediência, fascinando e seduzindo, como o faz a serpente. Que espetáculo será o mundo para os seres celestiais! Que espetáculo contemplará Deus, o Criador do mundo!

A forma que Satanás assumiu no Éden para levar nossos primeiros pais a transgredir foi de natureza a desnortear e confundir a mente. Ele trabalhará de maneira [igualmente] sutil ao nos aproximarmos do fim da história terrestre. Todo o seu poder enganador será posto em ação para completar a obra de iludir a família humana. Tão enganadora será sua atuação, que as pessoas farão como nos dias de Cristo, e ao se lhes perguntar: “A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?” o clamor quase universal será: “Barrabás, Barrabás!” E quando se fizer a pergunta: “Que farei, então, deste a quem chamais o Rei dos Judeus?” o clamor novamente será: “Seja crucificado!” — Manuscrito 39, 1894; The Review and Herald, 14 de Abril de 1896.

Todo ramo que, estando em Mim, não der...



Todo ramo que, estando em Mim, não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. João 15:2.

Tenho pensado na lição que Cristo deu a Seus discípulos justamente antes de entrar no Jardim do Getsémani, sabendo que seria Sua última oportunidade de instruí-los antes da crucifixão. Ele lhes diz, apontando para uma videira — e a videira era algo que os judeus valorizavam e respeitavam grandemente, considerando-a bela — “Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em Mim, não der fruto, Ele o corta.”
Aqui existe algo para o nosso estudo. ... Temos agora nossas oportunidades para produzir fruto; podemos revelar que somos ramos produtores de frutos na vinha. E se sairmos agora de maneira descuidada e indiferente, qual será nossa posição? Ele nos diz que nos removerá, pois não podemos fazer nada sem Cristo, e se somos um ramo morto e não extrairmos seiva e nutrição da Videira viva, tornar-nos-emos galhos secos. Ele diz que todo ramo que dá fruto, Ele o limpa [desbasta], a fim de que produza mais fruto. ...
Temos o inimigo em nosso mundo com quem pelejar. Temos os poderes das trevas a enfrentar. Teremos de estar nesse conflito enquanto durar o tempo. Nosso Salvador esteve em conflito com os poderes das trevas, e esses poderes estiveram em conflito com Ele, mesmo depois de ter Ele vindo ao mundo. Satanás estava em conflito com Ele. E tão logo começou Ele a exercer a Sua faculdade de raciocínio, entrou em conflito com os poderes das trevas. Sua própria chegada — como um bebê em Belém — devia erguer um estandarte contra o inimigo. ...
E quando Ele se foi, o que fez? Quem deveria assumir o conflito? Quem são os seres visíveis que devem assumir o conflito aqui neste mundo e levá-lo até o final? São os seguidores de Cristo, toda alma entre eles. Não somente os designados pastores. É aí que nosso povo comete um grande erro. Parecem achar que dia após dia, hora após hora, minuto a minuto no conflito, os pastores devem cuidar deles. Isso diz respeito a cada um de nós.
Não sabemos que obra Deus tem para que façamos. ... Se temos apenas aquele único talento e o entregamos aos banqueiros e trabalhamos com esse único talento, e Deus vê que somos fiéis no mínimo, Ele nos dará outro talento. ... E assim o talento continua aumentando e crescendo; e quanto mais entregarmos aos banqueiros, mais talentos teremos para empregar para a glória de Deus. — Manuscrito 56, 1890.

Já não falarei muito convosco, porque aí vem o...


Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim. João 14:30

O Comandante do Céu foi assaltado pelo tentador. Não teve uma passagem livre e desobstruída pelo mundo. Não foi deixado livre e sem impedimentos para conquistar pessoas para o Seu reino mediante Sua graciosa misericórdia e benignidade. ... Nenhum ser humano viera ao mundo e escapara do poder do enganador. Todas as forças da confederação do mal se dispuseram em Seu caminho para empenhar-se em batalha contra Ele e, se possível, prevalecer sobre Ele. ... 
Satanás viu a imagem de Deus no caráter e na pessoa de Jesus Cristo. Ele sabia que se Cristo executasse Seu plano, sua autoridade satânica teria fim. A vida de Cristo, portanto, foi uma guerra constante contra os instrumentos satânicos. ... O conflito intensificou-se em ferocidade e malignidade ao ser arrancada repetidamente a presa de suas mãos. ... 
Justamente antes de Sua crucifixão o Salvador disse: “Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim.” Embora aquela fosse a hora do poder das trevas, em antecipação ao Seu triunfo pôde Cristo dizer: “O príncipe deste mundo já está julgado.” João 16:11. “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.” João 12:31. Vendo completada a obra da redenção, Ele pôde, mesmo às portas da morte, falar da grande libertação final e representar as coisas futuras como se já fossem presentes. O Filho unigênito do infinito Deus pôde com sucesso executar o grande plano que tornou certa a salvação da humanidade. ... 
A condição do mundo antes do primeiro aparecimento de Cristo é um quadro da condição do mundo exatamente antes de Seu segundo advento. A mesma iniquidade existirá; Satanás manifesta o mesmo poder enganador sobre a mente humana. ... Ele está preparando seu exército de instrumentos humanos para o envolvimento no último conflito contra o Príncipe da vida, para subverter a lei de Deus, que é o fundamento de Seu trono. Satanás operará com miraculosas apresentações para confirmar as pessoas na crença de que ele é o que alega ser — o príncipe deste mundo — e que a vitória é sua. Voltará suas forças contra os que são leais a Deus; mas embora possa causar dor, aflição e agonia entre os seres humanos, não poderá poluir a alma. ... O povo de Deus nestes últimos dias deve esperar entrar no auge do conflito, pois a Palavra profética diz: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandame! ntos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” Apocalipse 12:17. — Carta 43, 1895; The Review and Herald, 29-10-1895.

Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não...

Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. João 14:27.

No Oriente, a saudação costumeira ao visitar o lar de um amigo era “Paz seja com esta casa” e, ao deixá-la, eram usadas as mesmas palavras. Mas a despedida de Cristo foi de um caráter totalmente diferente. João 14:27. Muita coisa está incorporada nessas palavras. Elas são da maior importância e ecoarão até os mais remotos confins da Terra. ...
Cristo trouxe consigo essa paz ao mundo. Veio para conceder essa paz, para que todo o que nEle crê possa ter a paz que excede todo entendimento. Ele, o Redentor do mundo, levou consigo essa paz ao longo de Sua vida terrestre, e agora chegara o momento em que devia entregar Sua vida, para que o tesouro da paz pudesse habitar para sempre no coração pela fé. Deixou essa paz com Seus discípulos e a está implantando e mantendo no coração de todos quantos lhe recebem a presença. ...
Chegara o momento da última tentativa de Satanás para vencer a Cristo. Mas Jesus havia declarado: Ele nada tem em Mim, nenhum pecado que Me coloque em seu poder. Ele nada pode achar em Mim que se curve a suas sugestões satânicas. ...
Por que esse severo conflito com o príncipe do mundo quando Jesus, durante Sua infância, juventude e varonilidade, tinha vivido a lei de Deus?... Com uma palavra, Cristo poderia ter subjugado os poderes de Satanás. Mas Ele veio ao mundo para suportar toda prova, toda provocação que os seres humanos poderiam enfrentar sem se sentirem desafiados ou provocados, revidando em palavras, no espírito ou em ação. Para a honra e glória de Deus, devia Ele oferecer-Se ao Pai como sacrifício vivo, imaculado. ... Os mundos não caídos, os anjos do Céu e a raça caída observavam cada movimento feito pelo Representante do Pai e Representante da perfeita humanidade. E Seu caráter permaneceu sem defeito. ...
O último assalto viria em breve. A grande vitória a ser alcançada era a união com Seu povo escolhido de modo que, embora devesse Cristo ser levado da Terra para o Céu, Sua igreja pudesse manter comunhão com Ele. ...
Por vezes nossas provas não vêm isoladas, seguidas por um período de paz e descanso; as tentações vêm como uma esmagadora onda para destruir tudo diante de si. As aflições não criam cristãos, mas simplesmente desenvolvem neles a mente e a vontade de Cristo, os vivos princípios da virtude e santidade. — Manuscrito 44, 1897

Em verdade, em verdade vos digo que...


Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós Me trairá. João 13:21. 

Os discípulos haviam perscrutado atentamente o rosto uns dos outros, enquanto indagavam: “Porventura, sou eu, Senhor?” Mateus 26:22. Até então Judas estivera em silêncio, como que desinteressado. Agora seu silêncio atraía para ele todos os olhares. Para fugir à investigação dos discípulos, perguntou, como eles haviam feito: “Acaso sou eu, Mestre?” Jesus respondeu solenemente: “Tu o disseste.” Mateus 26:25. ...
Mesmo agora poderia Judas ter reconhecido sua culpa, mesmo agora rompido o poder sedutor sobre si. Cristo lhe estava justamente ao lado, pronto para auxiliá-lo. Mas seu orgulho e a tentação do inimigo foram tão fortes que ele não teve poder para escapar da cilada. Em vez de lançar-se sobre a misericórdia de um compassivo Salvador, preparou-se para resistir. ...
A história de Judas apresenta o triste fim de uma vida que poderia ter sido honrada por Deus. ... O próprio Judas havia solicitado um lugar no círculo mais íntimo de discípulos. Com grande veemência e aparente sinceridade, declarou: “Senhor, seguir-Te-ei para onde quer que fores.” ...
Os discípulos estavam ansiosos por que Judas fosse contado entre eles. Tinha imponente aparência, era dotado de perspicácia e habilidade executiva, e eles o recomendaram a Jesus como pessoa que Lhe seria de grande utilidade na obra.
O rosto de Judas não era repulsivo. Era vivo e inteligente, mas carecia da ternura e compaixão que se vêem numa pessoa verdadeiramente convertida. ... Servindo aos outros, Judas poderia ter desenvolvido espírito abnegado. Mas ao passo que ouvia diariamente as lições de Cristo e Lhe testemunhava a vida isenta de egoísmo, Judas condescendia com uma disposição cobiçosa. ...
Cristo leu o seu coração, e em Seus ensinos demorava-Se sobre os princípios de generosidade que feriam pela raiz a cobiça. Apresentava diante de Judas o odioso caráter da ganância, e muitas vezes compreendeu o discípulo que seu caráter fora descrito, apontado seu pecado; mas não queria confessar e abandonar sua injustiça. Era cheio de presunção e, em lugar de resistir à tentação, continuava em suas práticas fraudulentas. ...
Se bem que Jesus conhecesse Judas desde o princípio, lavou-lhe os pés. E o traidor teve o privilégio de unir-se com Cristo na participação do sacramento. ... A ele fora oferecido o pão da vida e a água da salvação. A ela fora dada a lição do Salvador. Mas Judas recusou-se a ser beneficiado. — Manuscrito 106, 1903.

Aproximou-Se, pois, de Simão Pedro, e...

Aproximou-Se, pois, de Simão Pedro, e este Lhe disse: Senhor, Tu me lavas os pés a mim? João 13:6.

Ao chegar a vez de Pedro, ele foi incapaz de dominar-se e exclamou com espanto: “Senhor, Tu me lavas os pés a mim?”...
Calmamente Jesus respondeu: “O que Eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois.” João 13:7. Sentindo agudamente a humilhação de seu Senhor, e cheio de amor e reverência para com Ele, Pedro com grande ênfase exclamou: “Nunca me lavarás os pés.”
Solenemente disse Jesus a Pedro: “Se Eu não te lavar, não tens parte comigo.” João 13:8.
Um raio de luz penetrou a mente do discípulo. Ele viu que o serviço que recusava era um tipo da purificação mais elevada — a purificação espiritual da mente e do coração. Não podia suportar a ideia de separar-se de Cristo; isso teria sido para ele a morte. “Não somente os pés”, disse, “mas também as mãos e a cabeça.” João 13:9.
“Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo.” João 13:10.
Aquele que viera do banho estava limpo, mas os pés calçados de sandálias logo se encheram de pó, e necessitavam novamente ser lavados. Assim Pedro e seus irmãos haviam sido lavados na grande fonte aberta para o pecado e a impureza. Cristo os reconhecia como Seus. Mas a tentação os levara ao mal, e necessitavam ainda de Sua graça purificadora. Quando Jesus Se cingira com a toalha para lhes lavar o pó dos pés, desejava, por aquele mesmo ato, lavar-lhes do coração a discórdia, o ciúme e o orgulho. Isso era de muito mais importância que a lavagem de seus empoeirados pés. Com o espírito que então os animava, nenhum deles estava preparado... para participar na ceia pascoal, ou tomar parte no serviço comemorativo que Cristo estava para instituir. Seu coração devia ser limpo. O orgulho e o interesse egoísta criaram dissensão e ódio, mas tudo isso lavou Cristo ao lavar-lhes os pés.
Operou-se uma mudança de sentimentos. Olhando para eles, Jesus podia dizer: “Vós estais limpos.” Agora havia união de coração, amor de um para com o outro. Tornaram-se humildes e dóceis. Com exceção de Judas, cada um estava disposto a conceder ao outro o mais alto lugar. ...
Antes da participação nos emblemas do corpo partido e do sangue derramado de Cristo, toda diferença existente entre irmão e irmão deve ser removida. ... Devemos buscar um preparo para nos assentarmos com Cristo em Seu reino. — Manuscrito 106, 1903.

Nem considerais que vos convém que...

Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação. João 11:50. 

Com Caifás, encerrava-se o sacerdócio judaico. Esse orgulhoso, prepotente e ímpio homem provara sua indignidade de envergar os trajes de sumo sacerdote. Não possuía nem capacidade nem autoridade do Céu para realizar o trabalho. ... Por assim dizer, Caifás não era sumo sacerdote. Vestia os trajes sacerdotais, mas não mantinha ligação vital com Deus. ... 
O pretenso julgamento de Cristo mostra quão vil se tornara o sacerdócio. Os sacerdotes contrataram pessoas para testemunharem falsamente sob juramento, para que Jesus fosse condenado. Mas nessa ocasião a verdade saiu em auxílio de Cristo. ... Assim se mostrou que as acusações contra Ele eram falsas, que as testemunhas haviam sido subornadas por homens que acalentavam no íntimo os mais vis elementos de corrupção. Era desígnio de Deus que os homens que entregaram a Jesus ouvissem o testemunho de Sua inocência. “Eu não acho nEle crime algum”, declarou Pilatos. João 18:38. E Judas, lançando aos pés dos sacerdotes o dinheiro que havia recebido para trair a Cristo, deu testemunho: “Pequei, traindo sangue inocente.” Mateus 27:4. 
Anteriormente, quando o Sinédrio havia sido convocado para traçar planos no sentido de prender Jesus e condená-Lo à morte, Caifás dissera: Não podeis ver que o mundo vai atrás dEle? Ouviram-se as vozes de alguns membros do conselho, rogando aos outros que dominassem sua paixão e ódio contra Cristo. Desejavam impedir que fosse condenado à morte. Em resposta a eles, Caifás dissera: “Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação.” 
Essas palavras foram pronunciadas por alguém que não lhes conhecia o significado. ... Ele estava condenando Aquele cuja morte acabaria com a necessidade de tipos e sombras, cuja morte era prefigurada em cada sacrifício feito. Mas as palavras do sumo sacerdote significavam mais do que ele ou aqueles que se aliavam a ele sabiam. Com elas, testemunhava que chegara o tempo em que o sacerdócio de Arão cessaria para sempre. ... 
Caifás foi aquele que devia estar oficiando quando tipos e sombras encontrassem a realidade, quando o verdadeiro Sumo Sacerdote devia assumir Seu ofício. ... Pessoas com todo tipo de caráter, justas e injustas, estarão em suas posições. Com o caráter que formaram, desempenharão sua parte no cumprimento da história. — Manuscrito 101, 1897

Não vos escolhi Eu em número de...

Não vos escolhi Eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. Referia-Se Ele a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era quem estava para traí-Lo, sendo um dos doze. João 6:70, 71.

Judas foi alguém que exerceu grande influência sobre os discípulos. Tinha imponente aparência e excelentes qualificações. Mas esses atributos não haviam sido santificados a Deus. Judas havia aberto as câmaras de sua mente, a porta de seu coração, às tentações de Satanás. Suas energias eram dedicadas a servir-se e exaltar-se, e a amar o dinheiro. ...
Aquela pobre e independente pessoa, separada do espírito e da vida de Cristo, passou por tempos difíceis. Estava sempre sob condenação, porque as lições de Cristo lhe eram cortantes. Ainda assim, não se transformou nem se converteu num ramo vivo mediante a ligação com a Videira verdadeira. Ah, se Judas tão-somente humilhasse o coração diante de Deus sob esta divina instrução que apontava tão claramente para ele mesmo nos princípios estabelecidos! Não teria então continuado a ser um tentador para seus irmãos discípulos, semeando-lhes no coração a semente da incredulidade.
Satanás semeara no coração e na mente de Judas a semente que ele comunicou a seus irmãos. As questionadoras dúvidas que foram passadas do diabo para a mente de Judas, ele as passou à mente de seus irmãos. Apresentava tantas acusações de seus irmãos, que se contrapunha às lições de Cristo. Foi por isso que Jesus chamou Judas de diabo. ...
Não existe coisa tal como ocupar uma posição neutra. Cada um terá prestado a Ele um serviço segundo a sua capacidade. E todos, pela fé em Cristo, terão um senso do privilégio de estarem ligados a Ele. ... O discípulo cuja religião é tão-só uma profissão, distingue-se dos verdadeiros. ...
Não é suficiente ouvir a Palavra de Deus. A menos que seja ensinada por Deus, a verdade não será aceita para a salvação da alma. Deve ser levada à vida prática. O instrumento humano revelará se foi ensinado por Deus. E se não foi, não é porque Deus não esteja disposto a ensinar, mas porque a pessoa não está disposta a receber Seu ensino e comer o Pão da Vida.
“Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz [que Deus envia] e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.” João 3:20. Odeia a repreensão. ... A pessoa que tem justiça própria não buscará a luz. Ama as trevas mais do que a luz, porque não deseja ver-se como Deus a vê. “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.” João 3:21. — Manuscrito 67, 1897; ver também The Review and Herald, 2 de Fevereiro de 1897.

Veio para o que era Seu, e os...

Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam. João 1:11.

Perante eles [a multidão com Jesus em Sua entrada triunfal], descortinava-se a cidade de Jerusalém, com o templo de alvo mármore, banhado de glória pelos raios do sol poente. É um quadro de beleza insuperável, e a ele bem se poderiam aplicar as palavras do profeta: “Serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu Deus.” Isaías 62:3. Diante da arrebatadora cena, a multidão com renovado fervor se une em brados de aclamação jubilosa. ... Supõem que Cristo esteja agora para assumir o trono de Davi e reinar como príncipe temporal. Seus olhos se voltam para ver como Ele reage diante da impressiva cena. Mas eis que o Filho do homem está em lágrimas!
Ao repousarem os olhos de Cristo sobre o templo, prestes a ser desolado, e seu véu rasgado quando o ato final dos judeus Lhe consumaria a morte, Ele chora sobre a desobediente cidade. ... Dentro de poucas horas o Redentor do mundo seria preso por mãos ímpias, e crucificado. Não a nação romana, não os gentios, mas o povo pelo qual tanto fizera e de quem esperara tanto, seria Seu homicida. ...
Não mais se ouviria na cidade a graça que traz salvação. Essa era a causa da intensa tristeza do Salvador. ... As ternas lágrimas que Ele derramou sobre Jerusalém foram as últimas lágrimas do amor rejeitado. ... A vibrante multidão não podia compreender a causa da tristeza do Salvador. Não sabiam que as iniquidades de Israel estavam trazendo sobre ela suas calamidades finais. Mas uma misteriosa reverência cai sobre a procissão e em certo sentido lhe acalma o entusiasmo. ... Muitos, naquele ajuntamento, trazem no próprio corpo a evidência de que o poder divino está entre eles, e cada um tem uma história para contar acerca das misericordiosas obras de Cristo. A narração daquelas maravilhosas obras aumenta o fervor de seus sentimentos até alcançar uma intensidade indescritível. Os discípulos e o povo se unem em cânticos de louvor.
Então chegam a Ele os príncipes e sacerdotes, pedindo-Lhe que silencie essas aclamações. “Mestre, repreende os Teus discípulos!” dizem eles. Cristo lhes responde: “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.” Lucas 19:39, 40.
Cristo viera à Terra para revelar os princípios do reino do Céu. Seu caráter como Salvador e doador da vida havia sido demonstrado bem pouco tempo antes, junto ao sepulcro de Lázaro, mas em seu orgulho os judeus rejeitaram Aquele que era poderoso e portador da salvação. Quão diferente seria a atitude de Cristo, tivessem os príncipes e sacerdotes sido fiéis ao depósito a eles confiado! — Manuscrito 128, 1899.

Mas Herodes, juntamente com os...

Mas Herodes, juntamente com os da sua guarda, tratou-O com desprezo, e, escarnecendo dEle, fê-Lo vestir-Se de um manto aparatoso, e o devolveu a Pilatos. Lucas 23:11. 


A história passada se repetirá. Um decidido conflito deve travar-se no mundo cristão. Pessoas desleais aos mandamentos do Deus vivo, em sua suposta importância, serão inspiradas por Satanás para guerrear contra aqueles que seguem o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. ... O resultado será que essas pessoas se tornarão desumanas em seus atos para com outras pessoas. ...
Se o professo mundo cristão aprendesse uma lição do tratamento que Jesus recebeu dos judeus, e resolvesse pela graça de Deus nunca pisar sobre o mesmo terreno, não se faria responsável pela morte de Cristo na pessoa de Seus santos.
Um grande grupo de sacerdotes e anciãos acompanhou Cristo até Herodes. E quando Cristo foi levado perante Herodes, todos esses sacerdotes e escribas falavam excitadamente, apresentando suas acusações contra Ele. Mas o tetrarca prestou pouca atenção às acusações trazidas contra Cristo. Considerou-O inocente de todo crime.
Os soldados romanos sabiam que agradariam a vil, endurecida e rude turba, bem como aos sacerdotes e príncipes, se mostrassem por Cristo todo o desprezo que uma ímpia e corrupta soldadesca podia instigar. E foram auxiliados pelos próprios dignitários judeus. ... Expuseram a Majestade do Céu, o Rei da glória, diante deles como um embusteiro, e trataram-nO como objeto de escárnio.
Fizeram com que o Rei da glória aparecesse sob uma luz tão ridícula quanto possível. Vestiram-nO com um velho manto real púrpura, que servira a algum rei. Colocaram em Suas mãos um velho bastão e, sobre Sua divina cabeça, uma coroa de cruéis espinhos, que Lhe perfuraram a santa fronte, fazendo descer o gotejante sangue por Sua face e barba. Os mais insolentes discursos foram feitos diante dEle. Mas Cristo não lhes dirigiu nenhum olhar de reprovação. Cobriram-Lhe o rosto com uma velha peça de roupa e Lhe bateram na face, dizendo: “Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que Te bateu!” Mateus 26:68. Então, arrancando rudemente o manto, cuspiram-Lhe no rosto e bateram nEle com uma cana, com toda a força brutal de uma soldadesca corrupta. Foram usadas as mais grotescas atitudes e a linguagem mais vil, enquanto em pretensa humildade se curvavam diante dEle. ...

Os judeus haviam desejado uma evidência de Sua divindade pela operação de um milagre, mas ali tinham eles evidência muito maior do que qualquer milagre que se poderia realizar. — Manuscrito 112, 1897.

Suscitaram também entre si uma...


Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Lucas 22:24.

O pedido de Tiago e João, de se assentarem à direita e à esquerda do trono de Cristo, excitara a indignação dos outros. O fato de os dois irmãos manifestarem a presunção de pedir a mais alta posição excitara por tal forma os dez, que havia ameaça de alheamento. Pensaram que eram mal julgados, que sua fidelidade e seus talentos não eram apreciados. Judas era o mais rigoroso contra Tiago e João. 
Quando os discípulos entraram na sala da ceia, tinham o coração cheio de ressentimentos. Judas apressou-se em tomar lugar junto de Cristo, à esquerda; João estava à direita. Se houvesse lugar mais elevado, Judas estava decidido a ocupá-lo, e esse lugar, julgava-se, era junto de Cristo. E Judas era um traidor. 
Surgira outra causa de dissensão. Numa festa, era costume que um servo lavasse os pés aos hóspedes, e nessa ocasião se fizeram preparativos para esse serviço. O jarro, a bacia e a toalha ali estavam, prontos para a lavagem dos pés; não havia nenhum servo presente, porém, e cabia aos discípulos fazer isso. Mas cada um deles, cedendo ao orgulho ferido, resolveu não desempenhar a parte de servo. ... 
Olhando para o semblante perturbado de Seus discípulos, Cristo ergueu-Se da mesa e, pondo de lado a veste exterior, que Lhe poderia estorvar os movimentos, tomou uma toalha e cingiu-Se. ... 
Judas foi o primeiro cujos pés Jesus lavou. Judas já havia fechado o acordo para entregar Jesus nas mãos dos sacerdotes e escribas. Cristo lhe conhecia o segredo. Não obstante, não o expôs. Estava sequioso de sua alma. Seu coração bradava: Como posso renunciar a ti? Esperava que Seu ato de lavar os pés de Judas tocasse o coração do discípulo errante e o impedisse de completar seu ato de deslealdade. E por um momento o coração de Judas comoveu-se intensamente com o impulso de confessar no mesmo instante e ali mesmo o seu pecado. Mas não queria humilhar-se. Endureceu o coração contra o arrependimento. Escandalizou-se com o ato de Cristo. Se Jesus assim Se humilhava, pensou, não podia ser o Rei de Israel. ... 
Até mesmo Judas, se se houvesse arrependido, teria sido recebido e perdoado. A culpa de sua alma teria sido lavada pelo sangue expiatório de Cristo. Mas, com autoconfiança e exaltação própria, acalentando em alta estima a sua própria sabedoria, justificou seu procedimento. — Manuscrito 106, 1903.