Então, foram a um lugar chamado Getsémani ; ali chegados, disse Jesus a Seus discípulos:
Ao
deixar Cristo os discípulos, pedindo-lhes que orassem por si mesmos e
por Ele, escolheu três — Pedro, Tiago e João — e penetrou nos mais
retirados recessos do horto. Esses três discípulos tinham visto Sua
transfiguração; tinham visto os visitantes celestiais, Moisés e Elias,
falando com Jesus, e Cristo desejava sua presença com Ele nessa ocasião
também. ...
Cristo expressou Seu desejo
de simpatia humana, e então retirou-Se deles cerca de um tiro de pedra,
caiu sobre Seu rosto e orou, dizendo: “Pai, se queres, passa de Mim este
cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua.” Lucas
22:42. ...
A sobre-humana agonia com a
qual estivera lutando levou-O aos discípulos, ansiando por
companheirismo humano. Mas foi desapontado; não Lhe deram o auxílio que
deles esperava. ...
Ouçam a agonizante
oração de Cristo no jardim do Getsémani! Enquanto os discípulos dormiam
sob os estendidos ramos das oliveiras, o Filho do homem — um homem de
dores e que sabe o que é padecer — estava prostrado sobre a terra fria.
Ao sobrevir-Lhe a agonia de alma, grandes gotas sanguinolentas de suor
Lhe saíram dos poros e, com o orvalho que caía, umedeceram a relva do
Getsémani. ...
Ali o misterioso cálice
Lhe tremeu na mão. Ali o destino de um mundo perdido oscilou na balança.
Deveria Ele enxugar as gotas de sangue de Sua fronte e arrancar de Sua
alma a culpa de um mundo que perecia, e que O colocava, o inocente, sob a
penalidade de uma lei justa? Deveria recusar tornar-Se o substituto e
penhor dos pecadores? Recusar dar-lhes outra oportunidade, outro tempo
de graça?
A separação de Seu Pai, a
punição pela transgressão e pelo pecado, devia cair sobre Ele a fim de
exaltar a lei de Deus e testificar de sua imutabilidade. E isso
decidiria para sempre o conflito entre o Príncipe de Deus e Satanás a
respeito do caráter imutável daquela lei.
A
Majestade do Céu era como alguém atordoado pela agonia. Nenhum ser
humano poderia suportar tal sofrimento; mas Cristo havia contemplado a
luta. Dissera a Seus discípulos: “Tenho um batismo com o qual hei de ser
batizado; e quanto Me angustio até que o mesmo se realize!” Lucas
12:50. Aquela era a “hora e o poder das trevas”. Lucas 22:53. —
Manuscrito 42, 1897.
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