Perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Mateus 27:17.
Outro
recurso insinuou-se à mente de Pilatos, mediante o qual poderia salvar
Aquele a quem não ousava entregar à turba enlouquecida, sabendo que por
inveja haviam trazido Jesus à sala do julgamento. Invenção pagã, sem uma
partícula de justiça, era costume que, por ocasião da grande festa
nacional, fosse libertado um prisioneiro condenado à morte. Poderia o
persuadido Pilatos usar esse subterfúgio e conseguir o que desejava —
salvar um homem inocente, cujo poder, embora preso e sob acusação, ele
sabia não ser o poder de um homem comum, mas de Deus? Sua alma estava em
terrível conflito. Apresentaria o digno e inocente Cristo lado a lado
com o famoso Barrabás, e se convenceu de que o contraste entre a
inocência e a culpa seria tão convincente, que Jesus de Nazaré seria
escolhido por eles.
Barrabás havia
asseverado ser Cristo e cometera grande maldade. Sob uma ilusão
satânica, pretendia que tudo quanto pudesse obter por furtos e assaltos
era seu. Um marcante contraste se apresentava entre os dois. Barrabás
era uma personalidade famigerada que havia realizado coisas admiráveis
por meios diabólicos. Pretendia ter poder religioso, o direito de
estabelecer uma nova ordem de coisas. ...
Esse
falso Cristo reivindicava aquilo que Satanás reclamara no Céu — o
direito a todas as coisas. Cristo, em Sua humilhação, possuía todas as
coisas. NEle não havia treva alguma. ...
Barrabás
e Cristo estavam lado a lado, e todo o universo celestial os
contemplava. As pessoas olhavam para os dois. Onde estavam agora as
vozes que alguns dias antes proclamavam em alto som as maravilhosas
obras que Cristo havia realizado?... Naquela ocasião, a inconstante
multidão estivera imbuída com um entusiasmo de impulso celestial para
proclamar em cânticos sagrados o seu louvor e hosanas, enquanto Cristo
entrava em Jerusalém. Agora lhes é dada a escolha. Pilatos pergunta: “A
quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado
Cristo?”...
Ergueu-se até ao Céu um
clamor de tremendo significado para todo o mundo. O Céu todo ouviu
aquele clamor do qual pareciam todos participar com um zelo e desespero
nascido de sua escolha. “Não este”, disseram, apontando para Jesus, “mas
Barrabás.”... O Redentor do mundo foi rejeitado; o culpado assassino,
poupado. — Manuscrito 112, 1897.
Sem comentários:
Enviar um comentário