Colecção “Verdades Eternas”.15
O BAPTISMO – TESTEMUNO PÚBLICO DA
ACEITAÇÃO DE JESUS
A maior instituição que há entre os homens é a Igreja Cristã. Fundada pelo próprio Cristo, tem
subsistido há vinte séculos. Milhões de crentes nos séculos de perseguição preferiram renunciar às
suas vidas a desobedecer aos seus ensinamentos divinos. E ainda hoje aquele que deseja auxílio do
Céu e comunhão com os seguidores de Cristo tem de volver os passos para a casa de Deus.
Quais são então os ensinos fundamentais que devem aceitar os que querem estar em comunhão com
a Igreja, e qual é o acto exterior e oficial que admite na Igreja um candidato?
O que quiser fazer parte da Igreja tem de primeiro crer no sacrifício substituinte de Cristo, que
morreu, foi sepultado e ressuscitou, em favor da humanidade pecadora. Sobre esta primeira e
grande verdade o apóstolo Paulo escreveu: «Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos
tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual, também,
sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.»
(I Coríntios 15:1-4).
Ele terá de crer neste sacrifício na cruz, não somente como um facto histórico, mas também como
uma verdade salvadora. Terá de ver na morte de Cristo a sua própria morte e terá de crer que, pelo
sangue d’Ele, poderão ser lavados os seus pecados. Noutras palavras, terá de, pela fé, certificar-se
de que assim poderá pôr fim à sua vida de pecado e começar vida nova sem pecado. Dizem-nos as
Escrituras que Jesus Cristo «em seu sangue nos lavou dos nossos pecados.» (Apocalipse 1:5). O
apóstolo Paulo declara: «Segundo a sua misericórdia, nos salvou, pela lavagem da regeneração e da
renovação do Espírito Santo.» (Tito 3:5). Em seguida, descrevendo a transição de uma esfera da
existência para a outra, fala do «velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano»,
como representando a pessoa entes de ser um cristão, e do «novo homem que segundo Deus é
criado em verdadeira justiça e santidade», como retratando o homem depois de iniciado na igreja.
(Efésios 4:22-24
).
Eis as grandes verdades sobre que se edifica a Igreja. Sobre estas repousam todas as outras
doutrinas.
O Baptismo, porta de entrada para a Igreja
Examinemos as Escrituras, a fim de descobrirmos que acto nos torna pública e definitivamente
membros desta grande instituição. Cristo ordenou aos Seus apóstolos que fossem a todas as nações,
para proclamarem-lhes as gloriosas verdades da salvação, disse: «Portanto ide, ensinai todas as
nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.» (Mateus 28:19).
Nestas palavras de Cristo encontramos o que procuramos. Os apóstolos deviam, não só ensinar
todas as nações, preparando assim o povo para estar em comunhão com a Igreja Cristã, mas também
ministrar o rito do baptismo aos que aceitassem os seus ensinos. O baptismo, conforme o plano de
Deus, é a porta através da qual homens e mulheres crentes entram na Igreja. São, pois, assim
formalmente «agregados» ao corpo dos crentes. (Actos 2:41).
A Escritura Sagrada fala-nos do baptismo em vários lugares, em exemplos que nos permitem avaliar
a sua importância e compreender a maneira exacta como deve ser ministrado.
Baptismo, uma cerimónia da Nova Dispensação
O baptismo é uma cerimónia da nova dispensação. Não é uma sombra de algo que tivesse de
ocorrer no futuro, como eram as cerimónias do Velho Testamento, mas é, pelo contrário, um grande
memorial testificando que o sacrifício de Cristo no Calvário teve lugar e que o participante na
cerimónia acredita que ele aceita a garantia da sua aceitação por Deus.
«Ou não sabeis que, todos quantos fomos baptizados em Jesus Cristo, fomos baptizados na sua
morte? De sorte que fomos sepultados com ele, pelo baptismo, na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós, também, em novidade de vida.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na
da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o
corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto
está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele
viveremos.» (Romanos 6:3-8).
O baptismo representa dois acontecimentos importantes: em primeiro lugar, a morte, sepultamento e
ressurreição de Cristo; em segundo lugar, uma morte para o pecado, um sepultamento da velha
natureza e uma ressurreição espiritual por parte dos que aceitam Cristo.
Somos baptizados na Sua morte.
Somos sepultados com Ele pelo baptismo.
Viveremos na semelhança da Sua ressurreição.
A conversão não traz apenas uma experiência de «novo nascimento» para o pecador, mas também
uma morte definitiva para a velha vida do pecado. Ela não deve apenas voltar-se para algo novo,
mas deve voltar-se de algo de velho e repudiá-lo.
O velho homem do pecado deve ser morto. Não só a pessoa se torna «uma nova criatura», como
isso é tão verdade que «as coisas velhas já passaram».
Desta experiência fala o apóstolo Paulo com grande clareza: «E os que são de Cristo crucificaram a
carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito.» (Gálatas 5:24-25).
O velho homem é crucificado; doravante não deve servir ao pecado. Ver Romanos 6:6.
Desde o tempo da conversão a pessoa deve viver uma vida transformada. As coisas que outrora
amava e apreciava devem agora ser abandonadas e esquecidas. A carne é crucificada com as paixões
e concupiscências. Não mais ama o pecado nem os caminhos da impiedade. «Tudo se fez de novo».
Assim, o baptismo tem um duplo significado para o homem que nasce de novo. Não só se torna um
meio pelo qual pode expressar a sua fé na morte expiatória de Jesus pelos seus pecados, mas
testifica também de uma experiência pessoal e real pela qual está passando ao tornar-se filho de
Deus.
Que bela e apropriada ilustração de tudo isto encontra-se na cerimónia do baptismo! Quão
perfeitamente Deus providenciou para cada necessidade do pecador.
Como Cristo morreu pelo pecado dos homens, foi sepultado e três dias depois ressuscitou, assim o
pecador arrependido morre de uma morte espiritual para o pecado, sepulta a velha vida nas águas do
baptismo e ergue-se de novo na semelhança da Sua ressurreição. Ele foi baptizado em Cristo. Nele
tudo se fez novo.
Uma cerimónia necessária
O baptismo é uma cerimónia necessária. Quando Jesus deu a grande comissão evangélica à Sua
Igreja, ordenou-lhe: «Portanto, ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do
Filho e do Espírito Santo.» (Mateus 28:19). O evangelho de Marcos cita da seguinte maneira as
palavras de Jesus: «Quem crer e for baptizado será salvo: mas quem não crer será condenado.»
(Marcos 16:16).
Certamente que uma linguagem como esta nunca poderia ter sido usada por Jesus ao falar de uma
cerimónia que pouco ou nenhum significado tivesse, ou que não fosse essencial no plano da
redenção.
Na verdade, a realização da cerimónia do baptismo só por si não salvará a pessoa dos seus pecados,
mas serve como símbolo de uma purificação espiritual.
Quando Saulo de Tarso se converteu, o servo de Deus, Ananias, disse-lhe para se baptizar e lavar os
seus pecados. Isso tinha algum significado na obra de conversão e regeneração. A purificação real
do pecado opera-se apenas pelo sangue de Cristo. Essa é a fonte que foi aberta para o pecado e a
impureza. O pecador tem redenção pelo Seu sangue (Efésios 1:7). As suas vestes manchadas pelo
pecado são lavadas e branqueadas pelo sangue do Cordeiro. (Apocalipse 7:14). Mas assim como era
necessário na velha dispensação um sacrifício pelo qual se podia exprimir a fé no sangue expiatório,
assim é necessário uma cerimónia para os que vivem deste lado da cruz. Os crentes de outrora
exprimiam a sua fé derramando o sangue de um cordeiro; os cristãos modernos passando pelas
águas do baptismo.
Com isto concorda o testemunho ulterior do apóstolo Pedro, que declara: «Que também, como uma
verdadeira figura, agora vos salva, baptismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da
indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo.» (I Pedro
3:21).
O Baptismo por si mesmo não salva
Sendo a doutrina do baptismo apresentada através de todo o Novo Testamento, intimamente
relacionada com a salvação e remissão dos pecados, concluem alguns que deve residir no próprio
rito uma eficácia inerente. Tal ideia é completamente errónea. O baptismo, em si mesmo, é tão
insuficiente para nos promover a salvação, como o comer do pão consagrado na Ceia do Senhor
para nos conferir os atributos de Cristo. O acto físico é apenas um símbolo de um acto espiritual ou
mudança que já se operou. E como é possível alguém participar indignamente da Ceia do Senhor,
assim também pode alguém receber o rito do baptismo indignamente – isto é sem o coração
preparado. Em ambos os casos, a pessoa continua numa condição perdida, não havendo recebido
bênção alguma na celebração do acto. Pior ainda, ela zombou de um símbolo solene ordenado por
Deus atraindo sobre si mesma a condenação do Céu.
Baptizados em Cristo
Em Romanos 6:3, como noutros textos, diz-se que quando o pecador arrependido é baptizado, é
«baptizado em Jesus Cristo». O professor Sauter, que é uma autoridade no grego do Novo
Testamento, fala-nos de certo velho manuscrito em papiro, mostrando que sempre que esta
expressão aparece o Novo Testamento, a pessoa baptizada torna-se propriedade da pessoa divina
indicada. Assim, o baptismo serve não apenas como testemunho de que o indivíduo renunciou à sua
velha vida de pecado, mas também que doravante é propriedade pessoal do seu Redentor. A sua
relação transforma-se. É agora o filho do Rei.
Requisitos para o Baptismo
Os requisitos para a cerimónia do baptismo são fé, arrependimento e plena aceitação de Jesus Cristo
como Salvador pessoal. Jesus disse: «Quem crer e for baptizado será salvo». A cerimónia deve ser
precedida pela fé. Sem fé em Deus e em Cristo como Salvador do homem, de nada vale o passar
pelas águas do baptismo. Isso seria uma forma morta. Seria apenas como o metal que soa e como o
sino que tine.
O baptismo das crianças não é, portanto, escriturístico. Antes que essa cerimónia seja ministrada a
uma criança, deve primeiro dar-se-lhe tempo de atingir a idade da responsabilidade pessoal. Deve
ensinar-se-lhe cuidadosamente a Palavra de Deus e, sendo possível levá-la a aceitar plenamente o
evangelho. A criança deve ter idade suficiente para reconhecer completamente o facto do pecado, a
sua necessidade de um Salvador pessoal, e de que só Jesus Cristo pode efectuar a sua redenção.
A criança não é responsável pelos seus pecados antes de atingir a idade da responsabilidade e da
razão. Por isso a cerimónia do baptismo não tem significado nenhum na sua vida antes de ser
atingido esse período.
«É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que
o buscam.» (Hebreus 11:6). Só os que atingiram a idade em que a fé se torna possível é que podem
tornar parte nesta importante e significativa cerimónia.
A maneira Bíblica
O único modo de baptismo reconhecido no Novo Testamento é a imersão. A palavra grega
«baptizo», da qual deriva a palavra portuguesa «baptizar», significa imergir ou mergulhar.
O Dr. Artur Perry Stanley, da Igreja Anglicana, nas suas Instituições Cristãs, declara que «durante
os primeiros treze séculos (depois de Cristo) a prática quase universal do baptismo era a que vemos
no Novo Testamento e que é representada pela palavra «baptismo» – pois que aqueles que eram
baptizados eram mergulhados, submergidos, imersos na água», Págs. 256, 257.
Foi deste modo que Jesus foi baptizado. Naquela altura João Baptista baptizava, os que se
convertiam, no rio Jordão. Centenas acorriam de Jerusalém, da Judeia e de toda a região
circunvizinha, para serem baptizados por ele.
«Então veio Jesus, da Galileia, ter com João, junto do Jordão, para ser baptizado por ele. Mas João
opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser baptizado por ti e vens tu a mim? Jesus, porém,
respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então
ele o permitiu. E, sendo Jesus baptizado, saiu logo da água e eis que se lhe abriram os céus e viu o
Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é
o meu Filho amado, em quem me comprazo.» (Mateus 3:13-17).
Há um certo número de factos de importância vital apresentados neste registo do baptismo de Jesus.
Em primeiro lugar, Ele foi baptizado no Jordão. Ele andou todo o caminho desde Jerusalém até ao
Jordão para encontrar um lugar conveniente para o baptismo. Em segundo lugar, quando foi
baptizado, Ele «saiu logo da água». Isto indica claramente que o método de ministrar esta cerimónia
a Jesus foi a imersão, pois que Ele tinha entrado na água para ser baptizado. Finalmente, quando
Deus Pai olhou desde o Céu para aquela cena, aprovou o que tinha sido feito e falou directamente
do Seu trono aos que ali estavam, dizendo: «Este é o meu Filho amado em quem me comprazo».
Jesus, que é o exemplo em todas as coisas, passou, pois, pelas águas do baptismo e foi imergido,
ilustrando assim a Sua morte, sepultamento e ressurreição que em breve experimentaria para a
salvação da humanidade.
A mesma forma de baptismo foi também ministrada pelo evangelista Filipe, quando guiado pelo
Espírito de Deus, levou o eunuco etíope à aceitação de Jesus. Depois de estar convencido da
sinceridade e fé do eunuco, «mandou parar o carro e desceram ambos à água, tanto Filipe como o
eunuco, e o baptizou. E quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe e não o viu
mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho.» (Actos 8:38-39).
João Baptista, com cujo ministério foi instituída a cerimónia do baptismo, reconhecia que a fim de
ministrar convenientemente esta sagrada cerimónia era essencial ter muita água. Geralmente ele
baptizava no Jordão, embora, por vezes, transferisse a cena das suas actividades para outro local;
mas, ao fazer assim, escolhia lugares aptos para os serviços baptismais. Lemos a propósito o
seguinte: «Ora João baptizava, também, em Enon, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e
vinham ali, e eram baptizados.» (João 3:23).
A aspersão e a infusão na cerimónia do baptismo só foram introduzidas na Igreja séculos depois da primeira
Igreja Cristã. Porém essa forma não tem base nem no ensino das Escrituras nem no exemplo dos discípulos
de Jesus. Encontra-se entre os erros que se introduziram na Igreja durante o período que resultou da grande
apostasia predita pelo apóstolo Paulo: «Ninguém, de maneira alguma, vos engane; porque não será assim
sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se
levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora, de sorte que se assentará, como Deus, no templo de
Deus, querendo parecer Deus. ... Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste,
até que do meio seja tirado.» (II Tessalonicenses 2:3-7).
sábado, 27 de fevereiro de 2021
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Colecção “Verdades Eternas”.14
O CÉU E O INFERNO SEGUNDO
A BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia não ensina que fogos do inferno estão ardendo agora, nem pretende que os pecadores
estejam já sendo atormentados. O inferno não é um local permanente de castigo, onde os ímpios
devam ser guardados vivos através da eternidade. É, sim, um local onde os ímpios, depois do dia do
juízo, serão plena e finalmente destruídos.
Esta doutrina é claramente ensinada pelo apóstolo Pedro: «Pelas quais coisas pereceu o mundo de
então, coberto com as águas do dilúvio. Mas os céus e a terra que agora existem, pela mesma
palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição
[destruição] dos homens ímpios. ... Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os
céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que
nela há se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser, em
santo trato e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus,
em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa,
aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.» (II Pedro 3:6, 7, 10-13).
Este plano é muito lógico. Os ímpios serão punidos no próprio local onde foram cometidos os seus
pecados. Seria muito estranho se eles devessem ser transportados pata outro planeta onde a
maldição do pecado nunca sobreveio e sofressem então aí pelas suas más acções. Não; precisamente
como os antediluvianos foram destruídos sobre a Terra, assim, no fim, todos os ímpios terão o seu
fim na Terra, não num dilúvio de água, mas num lago de fogo e enxofre.
A Terra purificada
O fogo do juízo final realizará um propósito duplo. Não só destrói o pecado e pecadores, como
purificará a própria Terra. O pecado poluiu o próprio terreno que o homem pisa e o ar que ele
respira. A Terra está cheia de insectos destruidores de vida, de micróbios causadores de doenças e
sujidade; e a sua superfície tem sido horrivelmente maculada pelas obras do homem e como
resultado da tríplice maldição. Está cheia também de ervas daninhas, espinhos e cardos e de
milhares de plantas nocivas que impedem o homem na sua luta por produzir alimentos e flores.
Com efeito a habitação do homem está tão cheia dos resultados do pecado humano que se tornou
um lugar absolutamente impróprio para habitação de um povo justo. A Terra, portanto, deve ser
purificada; porque uma vez mais deve tornar-se um paraíso e o lar dos remidos. Este é mais um
motivo por que o fogo do juízo será aceso aqui sobre este planeta.
Segundo as palavras do apóstolo Pedro, acima citadas, os próprios « elementos, ardendo, se
desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão.» É claro que toda a Terra deve tornar-se uma
imensa caldeira de fogo e deve ser inteiramente derretida a purificada de toda a coisa má como
preparação para a reconstituição e retauração da primitiva beleza pela mão do Criador. É isso que
sucederá precisamente. «Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra,
em que habita a justiça.» (II Pedro 3:13).
Destruição completa
A destruição dos ímpios será completa. Não tendo recebido de Cristo o dom da imortalidade, eles
perecerão rapidamente nas chamas de Geena (*). Isto destrui-los-á por completo.
«Porque, eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos, e todos os que cometem
impiedade, serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de
sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. ... E pisareis os ímpios, porque se farão cinza,
debaixo das plantas dos vossos pés, naquele dia que farei, diz o Senhor dos Exércitos.» (Malaquias
4:1, 3).
O profeta Naum, ao descrever o destino dos inimigos de Deus, exclama: «Que pensais vós contra o
Senhor? Ele mesmo vos consumirá de todo: não se levantará por duas vezes a angústia. Porque,
ainda que eles se entrelacem, como os espinhos, e se saturem de vinho, como bêbedos, serão
inteiramente consumidos, como palha seca.» (Naum 1:9-10).
O mesmo concordam as palavras do Salmista: «Não te indignes por causa dos malfeitores, nem
tenhas inveja dos que obram a iniquidade. Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão
como a verdura. ... Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor
herdarão a terra. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não
aparecerá. ... Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a gordura dos
cordeiros: desaparecerão e em fumo se desfarão. ... Vi o ímpio, com grande poder, espalhar-se como
a árvore verde na terra natal. Mas passou e já não é: procurei-o, mas não se pode encontrar.»
(Salmos 37:1-2, 9-10, 20, 35-36).
Não há pecadores à prova de fogo. Deus podia mantê-los vivos mesmo na Geena, mas para que
servia isso? Deseja Deus que o Seu belo universo seja manchado para sempre por uma hedionda
mancha, onde os Seus inimigos se contorçam em dores e torturas através da eternidade? Mil vezes
não. Ele dará um fim completo aos Seus inimigos e destruirá até as próprias obras das suas mãos.
Desarraigá-los-á para sempre. Serão como se nunca tivessem existido. Ver Obadias 16.
___________
(*) Nota: Segundo as línguas originais da Bíblia há dois termos com sentidos diferentes: Inferno, que significa a sepultura, e Geena, o fogo do juízo
final – embora traduzidos indistintamente inferno.
A segunda morte
Em Apocalipse é indicado que a destruição que sobrevem a Satanás e aos pecadores, no lago de
fogo, é a segunda morte. «E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo, esta é a segunda
morte.» (Apocalipse 20:14).
Devido ao pecado de Adão todos, excepto os justos, que estiverem vivos quando Jesus vier, terão de
sofrer a primeira morte. Dessa morte deve haver uma ressurreição. «Porque, assim como todos
morrem em Adão, assim, também, todos serão vivificados em Cristo.» (I Coríntios 15:22).
Mas da segunda morte, que os homens sofrerão por causa dos seus pecados não haverá ressurreição.
É o termo final e completo da vida. Os ímpios serão «desarraigados». A sua morte é eterna. Nunca
mais voltarão a viver.
Fogo eterno
Na verdade o fogo com que os ímpios serão destruídos é chamado «fogo eterno». Eles hão-de ir
para o «castigo eterno»; isto é, esse castigo será eterno nos seus efeitos. O castigo que será infligido
aos pecadores é a morte, morte eterna pelo fogo da geena, destruição tão completa que os
pecadores jamais podem voltar à vida. Será como se nunca tivessem existido.
O facto de que a Bíblia fala do castigo eterno para os ímpios tem levado muitos a tirarem a
conclusão de que os ímpios continuam a sofrer no inferno eternamente. Esses têm interpretado
grosseiramente mal os ensinos das Escrituras. Um texto assim interpretado é Mateus 25:46: «E irão
estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.» (Mateus 25:46).
Este versículo fala de «castigo eterno», e não de tormentos no inferno. Pelo contrário, menciona que
os que sofrem a segunda morte estarão para sempre mortos. «O salário do pecado é a morte», e a
segunda morte é eterna. Desta não há ressurreição. Os ímpios nunca mais voltarão a viver. Assim o
seu castigo – a morte – é eterno [Orig Kólasis: «castigo» e não tormento].
Há uma vasta diferença entre castigo eterno e sofrimento eterno. Não haverá sofrimento eterno.
Deus não é um tirano nem um inimigo. Ele não tem prazer na morte dos ímpios e certamente não
tem qualquer desejo de continuar a torturá-los através de toda a eternidade. Ele tem de os destruir
para desarraigar o pecado e a rebelião e tornar o universo um lugar seguro e decente em que o Seu
povo possa habitar. A destruição dos pecadores será como o da «palha». Eles serão consumidos
como a gordura dos cordeiros; «em fumo se desfarão». Ver Salmos 37:20. E isso será o seu fim.
Aqui cai a cortina sobre uma era de rebelião e de pecado. Cristo, o Libertador, revelou-Se poderoso
para salvar. O Seu arqui-inimigo já não existe. Os resultados da maldição foram destruídos. O fogo
derreteu e purificou a Terra. Uma vez mais o universo está puro. Uma vez mais é restaurada a
harmonia perfeita. Agora Jesus é o Senhor de tudo.
Paraíso restaurado
A rebelião terminou. Jesus Cristo é gloriosamente vitorioso. O fogo da geena realizou a sua obra
purificadora. Satanás, o pecado e os pecadores desapareceram. Pereceram por completo de sobre a
face da Terra. Desapareceram também todas as obras do homem. Toda a coisa impura e nociva foi
destruída nas chamas. Os resultados do pecado estão no passado.
A destruição de Satanás e de todos os seus seguidores abrirá finalmente o caminho para o
estabelecimento completo do reino de Cristo sobre a Terra e a restauração do homem no seu lar
edénico.
Era o propósito original de Deus que os homens habitassem a Terra a esse propósito, embora
temporariamente interrompido pela introdução do pecado, realizar-se-á finalmente.
Esta Terra é a herança do homem. A promessa feita a Abraão e à sua semente, de que eles herdariam
a Terra, não foi uma promessa vã. Cumprir-se-á tão certamente como é certo que Deus vive, pois
Ele «não é tardio» acerca das Suas promessas. Nenhuma delas falhou. «Porque, a promessa de que
havia de ser herdeiro do mundo, não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela
justiça da fé.» (Romanos 4:13.
Depois de descrever a purificação da Terra pelo fogo da geena, o apóstolo Pedro exclama em
êxtase: «Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a
justiça.» (II Pedro 3:10-13).
A Nova Terra
O lago de fogo não é, portanto, para destruir a Terra, mas apenas para a derreter e purificar.
Quando o fumo tiver subido e restarem apenas cinzas, o Senhor exercerá uma vez mais o Seu poder
criador para renovar. Esta é, também, a promessa de Deus, pois «o que estava assentado sobre o
trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.» (Apocalipse 21:5).
Isto é tão velho como o plano da redenção. Quando Deus estabeleceu o programa da salvação do
homem incluiu não só a sua pessoa, mas também o seu lar. A Bíblia abunda em promessas de Deus
acerca de uma Terra renovada na qual o Seu povo habitaria. Assim, declarou através do profeta
Isaías:
«Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem
mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que
crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo gozo. E folgarei em Jerusalém, e exultarei no meu
povo: e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.» (Isaías 65:17-19).
Com isto concordam as palavras de Jesus proferidas no Monte das Bem-aventuranças quando disse:
«Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.» (Mateus 5:5).
O amado João diz-nos que em visão viu o lar dos homens no seu restaurado estado. «E vi um novo
céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.»
(Apocalipse 21:1).
Na Nova Terra será plenamente restaurada a glória do Éden. A Terra será como antes de a sombra
da maldição cair sobre ela. Que lugar edénico será a habitação eterna do povo de Deus!
Este é o lar há muito perdido pelo homem. Tudo o que foi perdido por ele na queda, ser-lhe-á
restituído de novo na Nova Terra. Haverá uma «restauração de tudo», diz Actos 3:21. O primeiro
domínio será restituído ao homem por meio de Cristo (Miqueias 4:8); e – graças a Deus! – a
restauração inclui a volta do jardim do Éden para a Terra. Uma vez mais o homem andará junto ao
rio da vida e beberá das suas águas cristalinas e vitalizantes. Uma vez mais terá livre acesso à
árvore da vida, da qual há tanto tempo fora exilado. Sim, o Éden, o jardim de Deus, o primeiro lar
do homem, uma vez mais derramará sobre a Terra a fragrância da sua floração e verdura.
A Nova Jerusalém
A Nova Jerusalém tornar-se-á capital eterna. Esta maravilhosa cidade, com as suas imponentes
muralhas de jaspe, as suas doze portas, cada uma delas uma sólida pérola, com as suas ruas de ouro
transparente; com as suas «muitas moradas» preparadas para os santos por Jesus e pelos anjos estará
já repousando sobre a Terra. Terá escapado vitoriosamente da terrível conflagração que destruiu
Satanás e os pecadores e do interior das suas muralhas o Rei Jesus governará as nações.
João, no Apocalipse, tentou uma descrição desta gigantesca metrópole, tal como a viu descer do
Céu. Descreveu-a assim: «E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.» (Apocalipse 21:11).
«E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois
com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.»
(Apocalipse 21:3).
«E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a
cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem
alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para
ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.»
(Apocalipse 21:22-25).
Assim a Terra, campo de batalha das forças do bem e do mal, que durante cerca de 6 000 anos
esteve nas mãos do chefe rebelde, não será apenas restituída ao reino de Deus, mas será exaltada
acima de todos os miríades de mundos e planetas na vasta criação de Deus. A cidade de Deus, como
memorial estará localizada no próprio local onde Jesus foi condenado à morte pelos Seus inimigos.
Nessa altura Satanás pensava que tinha a vitória. Tinha conseguido colocar inerte o Filho de Deus
na sepultura e tinha-a selado com o selo romano. Mas Ele, que saiu como vencedor do diabo e da
morte, estabelecerá o Seu trono eterno no monte de Sião como memorial perene do Seu completo
triunfo sobre todos os seus inimigos.
«E o Senhor será rei sobre toda a terra: naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome. ... E
habitarão nela, e não haverá mais anátema, porque Jerusalém habitará segura.» (Zacarias 14:9-11).
Quem pode descrever a glória daquela Terra? Quem pode avaliar o valor da vida eterna? Os mais
arrebatados sonhos do homem não o podem conceber. «As coisas que o olho não viu, e o ouvido
não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.» (I
Coríntios 2:9). Mais alto do que o mais elevado pensamento humano pode atingir é o amor de Deus
pelos Seus filhos e esse amor manifestar-se-á na recompensa que Ele deseja prodigalizar-nos na
vida futura. Só então fruiremos plenamente a vida mais abundante que Jesus declarou ter vindo dar-
nos.
A Bíblia abre com o Éden perdido, com a maldição repousando pesadamente sobre o homem que
foi apartado de Deus e está sob a sentença de morte. Termina com o Éden restaurado com o homem
plenamente reinstalado no seu lar perdido e desfrutando a honra e bênção da imortalidade e da vida
eterna.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Colecção «Verdades Eternas».13
ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS DA HISTÓRIA
DA TERRA
De dia para dia pioram as condições no mundo. Os esforços Satânicos para estabelecer uma nova era
de prosperidade para todos e harmonia entre os povos, tem-se malogrado. Não só o pensar dos
homens, mas a própria Natureza está desequilibrada: Tufões, terramotos, secas e inundações com
todo o seu séquito de misérias, vêm aumentando de ano para ano. Em muitos lugares reina o medo e
o receio do futuro prevalece por todo o mundo. Que significará tudo isto? Onde iremos parar?» –
Eis o problema que já se encontra solucionado na Palavra de Deus.
Início do Juízo Celeste
Há pouco mais de 172 anos, no Outono de 1844, terminou o período profético de 2 300 anos, que
iriam do decreto, que pusesse definitivamente termo ao cativeiro dos judeus em Babilónia, que foi
feito por Artaxerxes, no Outono de 457 a. C., até que se iniciasse a investigação necessária para se
apurar quais os habitantes da Terra que se salvariam. Os nomes daqueles cuja vida de
arrependimento alcançou para eles a justiça e a salvação, mediante a sua fé em Cristo, ficam
inscritos no «Livro da vida» (Apocalipse 3:3-5) e aguardam o dia da recompensa ao terminar o
Juízo, em que Jesus dirá:
«Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça
ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo,
para dar a cada um segundo a sua obra. ... Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras
no sangue do Cordeiro (arrependimento e aperfeiçoamento do carácter), para que tenham direito à
árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.» «E não entrará nela coisa alguma que
contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro.» (Apocalipse 22:11, 12, 14; 21:27).
(a) PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO ETERNO: Assim que tivesse início esse julgamento
investigativo, deveria aparecer um movimento religioso que proclamasse eficazmente ao mundo
que «vinda é a hora do seu juízo.« (Apocalipse 14:6-7); e caracterizado ainda pelo seu regresso à
Bíblia como fonte do «Evangelho Eterno». O enérgico movimento religioso que cumpre a profecia
é a Mensagem Adventista; ela ergue bem alto os Dez Mandamentos da Lei de Deus, pelos quais
todos são julgados. (Tiago 2:10-12). Em 1844, ao terminar o longo período profético de 2 300 anos,
chegou ao auge um grande avivamento de interesse pelas profecias, que, tanto no Velho Mundo
como nas Américas, culminou na poderosa proclamação da mensagem Adventista que hoje circunda
o Globo e já é pregada em terras que representam 98% da população do Mundo. Cumpre-se deste
modo a profecia:
«E vi outro anjo (mensageiro) voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar
aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, com grande voz:
Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é vinda a hora do seu juízo, e adorai aquele que fez o céu, e a
terra, e o mar, e as fontes das águas.» (Apocalipse 14:6-7).
(b) A DATA DO FIM DO JUÍZO: O ano e dia do fim do Juízo Investigativo não foi revelado,
devendo chegar «como o ladrão de noite» à grande massa da humanidade. (II Pedro 3:10). Jesus
dizia: «Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente
meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será, também, a vinda do Filho do homem. Porquanto,
assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,
até ao dia em que Noé entrou na arca e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos,
assim será, também, a vinda do Filho do homem. ... Por isso, estai vós apercebidos, também; porque
o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis.» (Mateus 24:36-39, 44).
A data de 1844 foi a última fixada por Deus nas profecias. Entre os acontecimentos que já se tinham
cumprido na data exacta, abarcados pela mesma profecia dos 2 300 anos, encontra-se o ano de 408
a. C., quando terminaria a reconstrução de Jerusalém após o cativeiro babilónico (Daniel 9:25); e,
ainda as datas do baptismo e crucifixão de Jesus Cristo a 27 e 31 A. D. (Daniel 9:25, 27). Para o ano
de 34 A. D. estava avisado na profecia que o Evangelho deixaria de ser pregado exclusivamente aos
judeus, até então o Povo Escolhido mas, seria levado a todo o mundo, como sucedeu (Daniel 9:24).
Contudo, aos que reparam nos sinais precursores do fim, que a Bíblia encerra para todos os que a
estudem, esse dia não virá despercebido. Dissera o Senhor Jesus: «E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.» (Mateus 24:14).
Todas as nações terão oportunidade de saber o significado das condições cada vez mais agitadas e
calamitosas dos seus dias. Para essa informação geral, contribui também a larga distribuição da
Bíblia feita pelas Sociedades Bíblicas, que nos mais de 200 anos da sua actividade já espalharam
mais de dois biliões e duzentos milhões de exemplares ou porções das Sagradas Escrituras,
traduzidas já em 1 064 línguas e dialectos, e com a notável circulação anual de vinte e cinco
milhões de exemplares.
c) SINAIS PRECURSORES DO FIM: Deus, nas Sagradas Escrituras, revelou os dados suficientes
para podermos reconhecer a aproximação da Segunda Vinda de Jesus à Terra, que, praticamente,
coincidirá com o encerramento do Juízo Celeste. «E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro,
até ao fim do tempo: muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.» (Daniel
12:4). A rapidez com que as invenções modernas se fazem seguir e a propagação do conhecimento
das profecias são as provas mais distintas da hora crepuscular em que vivemos. Hoje, não só se
deslocam transportes a velocidades fantásticas, mas, por todo o mundo, vai raiando a esperança da
breve vinda de Jesus e do fim das tristezas presentes. «E naquele tempo se levantará Miguel, o
grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca
houve, desde que houve nação, até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo
aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para
a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.» (Daniel 12:1-2).
Falando da Sua segunda «vinda e do fim do mundo» (Mateus 24:3), Jesus predisse (versículos 6, 7):
«E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso
tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra
reino, e haverá fomes, e pestes, e terramotos, em vários lugares.» E S. Lucas continua o relato das
palavras do Senhor Jesus, dizendo: «Haverá, também, coisas espantosas, e grandes sinais no céu. E
haverá ... na Terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; homens
desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto as virtudes do
céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem, numa nuvem, com poder e grande glória.»
(Lucas 21:11, 25-27). Maremotos, cheias, furacões, terramotos, fomes e epidemias deverão alastrar-
se e multiplicar-se, não obstante os avanços da ciência que deveriam permitir dominar melhor as
cruezas da Natureza. Por outro lado, a ciência posta ao serviço da defesa das nações, tem
desenvolvido engenhos e meios de destruição, tão eficazes como temíveis, que vêm tornando as
guerras cada vez mais horrorosas e devastadoras.
Contra o que se impunha, a civilização hodierna não trouxe consigo a perfeição. Não ficou banida a
guerra; e, para introduzir uma nova era de bem-estar geral no nosso Planeta, nem tão pouco se têm
provado eficazes pactos ou alianças. E o mal parte da natureza do coração humano, que, tendo-se
tornado materialista e extremamente pragmático, é egoísta. Já predisseram os apóstolos: «Sabe,
porém, isto; que, nos últimos dias, sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes
de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos, sem afecto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para
com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.» (II Timóteo 3:1-5). Mas
não fica por aqui o cinismo, hipocrisia, desumanidade e egoísmo dos «últimos dias». «Mas os
homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.» (II Timóteo
3:13). «Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da
verdade, voltando às fábulas.» (II Timóteo 4:3-4). Não é, pois, de admirar que o apóstolo Pedro
afirmasse que os habitantes da Terra, envolvidos em ensinamentos que são «fábulas», não fizessem
senão escárnio da proclamação da verdade bíblica, perguntando se alguma vez Cristo estaria para
regressar à Terra. «Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando
segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?» (II
Pedro 3:3-4). Mas logo a seguir adverte: «Eles voluntariamente ignoram isto: que ... os céus e a
terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo,
até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.» (II Pedro 3:5, 7). Os que se riem destes
prenúncios serão apanhados de improviso como numa armadilha. Bem nos avisou o Senhor Jesus
Cristo: « E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de
embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós, de improviso, aquele dia. Porque virá como
um laço, sobre todos os que habitam na face de toda a terra.» (Lucas 21:34-35).
Infelizmente a grande parte da população do mundo não estará contando com o regresso do
nosso Senhor; nem com o fim da presente existência.
Sete pragas sobre a Terra
O Juízo Investigativo será seguido duma visitação preliminar e breve da ira transbordante do Divino
Juiz sobre os impenitentes: «Uma assolação do Todo-Poderoso» (Joel 1:15; Apocalipse 16:21). A
sexta praga, abrangendo também o tempo da sétima, será uma guerra global. O Harmagedon uma
batalha a nível mundial entre «os que servem a Deus e os que o não servem.» (Malaquias 3:18).
Nela Jesus intervirá em pessoa pondo termo à vida de todos os ímpios moradores da Terra, «pelo
esplendor da sua vinda». (Joel 3:9-14; II Tessalonicenses 1:7-8; 2:1, 3-8; Jeremias 25:31-33).
O Segundo Advento de Cristo
Enquanto os ímpios fogem para se esconderem de Cristo que se aproxima (Apocalipse 6:14-17), e
caem mortos pelo caminho, ouvir-se-á o grito jubilante de todos os salvos: «Eis que este é o nosso
Deus a quem aguardávamos e ele nos salvará!» (Isaías 25:9). Tanto os justos que ficarem vivos até
esse glorioso dia, como os ressuscitados, serão acolhidos por Cristo nas nuvens e levados para o
Céu por mil anos. (I Tessalonicenses 4:15-17; Apocalipse 20:6). No Céu os salvos irão descansar
após as tribulações da vida presente e gloriar-se-ão com todas as maravilhas celestes e refazer-se-ão
(Apocalipse 22:1-3), para que, passados mil anos, regressem à Terra para recomeçar a existência
feliz que Adão e Eva interromperam com a sua desobediência a Deus. Durante os mil anos, os
salvos reinarão com Cristo e julgarão os impenitentes, atribuindo-lhes as penas no lago de fogo e
enxofre. Satanás e os seus anjos serão igualmente julgados. (Apocalipse 20:4-6; I Coríntios 6:2-3).
Destruição dos Ímpios
Passados os mil anos, desce do Céu a cidade amada, a nova Jerusalém, contendo todos os salvos e a
Jesus, que ressuscitará os ímpios mortos. Satanás, então, enganá-los-á de novo e prepara um ataque
contra a cidade que desceu do Céu. Rodeando os ímpios a colossal cidade, descerá fogo do Céu, e
incendiar-se-á toda a Terra e não se apagará o braseiro até que toda a matéria combustível na Terra
se tenha consumido. Será então que Deus se vingará de todos os impenitentes que pisaram a pés a
salvação que Cristo nos trouxe, não se arrependendo da desobediência aos Dez Mandamentos da
Lei de Deus e não se apoderando do dom da salvação, para transformação do carácter pecaminoso
por natureza. (Apocalipse 21:2, 3, 9-27; 20:7-10, 13-15; II Pedro 3:9-13; Romanos 6:23; 12:2;
Hebreus 8:10; I João 2:3-6).
A Nova Terra
Depois de consumida a face da Terra, Deus cria uma nova atmosfera e uma nova crosta terrestre e
de novo a formará bela como o Jardim do Éden. (Apocalipse 21:1). Na Nova Terra, no Paraíso
restaurado, continuar-se-á a vida normal de seres perfeitos e felizes, que Adão interrompeu com a
sua expulsão do Éden. (Isaías 45:18; 65:16-25).
Conclusão
Hoje, enquanto o tempo da graça perdura, hoje, enquanto não terminou o Juízo Investigativo, é
ocasião de nos arrependermos da desobediência à Lei de Deus. Temos já hoje de ir aprendendo a
viver dentro dos Seus rectos caminhos; pois que na Cidade Santa e na Nova Terra, não entrará
nenhum impenitente:
«E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que
estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.» «Mas, quanto aos tímidos, e aos descrentes, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos devassos, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.»
«Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e
qualquer que ama e comete a mentira.» (Apocalipse 21:27, 8; 22:15).
Colecção «Verdades Eternas».12
ALGUNS SINAIS DA SEGUNDA
VINDA DE JESUS
Depois de Jesus ter prometido aos Seus discípulos que viria outra vez, eles dirigiram-lhe a seguinte
pergunta: «Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do
mundo?» (Mateus 24:3).
A resposta de Jesus a esta pergunta foi positiva e clara. Segundo declara S. Lucas, Ele declarou:
Haverá sinais. (Lucas 21:25).
Esta foi uma promessa encorajadora. O povo de Cristo não seria deixado nas trevas acerca deste
eminente acontecimento na obra da redenção.
Aumento de conhecimento
Um sinal da vinda de Cristo é revelado na profecia de Daniel 12:4: «E tu, Daniel, fecha estas
palavras e sela este livro, até ao fim do tempo: muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência
se multiplicará.»
Que rigoroso quadro das condições de hoje! O aumento do conhecimento durante o último século e
meio tem sido fenomenal. Nada como ele foi testemunhado desde a criação do homem.
Se retrocedêssemos 150 anos, encontraríamos o Mundo quase como nos dias dos patriarcas.
Durante milhares de anos muito pouco se viu como progresso, melhoramento ou invenção. Dealbou
então o século dezanove e o mundo pareceu despertar subitamente do seu longo sono. Uma nova
era tinha começado.
Entre 1799 e 1825 organizaram-se cinco grandes Sociedades Bíblicas na Inglaterra e na América, e
a distribuição de Bíblias tornou-se em breve mundial. O conhecimento acerca da Palavra de Deus
começou a aumentar.
Aumentou também o conhecimento geral. Desde o início do século dezanove seguiram-se uma após
outra novas invenções.
Os homens viajavam nos mares em barcos à vela até que o vapor de Fulton foi lançado ao mar em
1807. Temos agora os poderosos leviatãs sulcando os sete mares e tornando vizinhas todas as
nações. O ar foi dominado e hoje os homens voam através dos céus a uma velocidade de centenas
de quilómetros à hora. Grandes aviões, agora em construção, levarão cada um até 750 passageiros
de continente a continente dentro de poucas horas.
Há ainda o moderno comboio com a sua rede de linhas cobrindo a Terra; a relativamente recente
invenção do automóvel que agora se tem tornado um meio indispensável de transporte; e dezenas de
outras máquinas numerosas demais para poderem mencionar-se.
Hoje o mundo está em rodas, e os que têm de viajar mais rapidamente têm de tomar asas e voar
como as aves do céu. Os homens correm de uma parte para a outra, sem falarmos das viagens no
espaço extraterrestre a velocidades até hoje incríveis. As maiores migrações humanas da história do
homem têm tido lugar nos nossos dias. Somos testemunhas vivas e participantes reais do
cumprimento destas profecias.
Há outras provas do rápido aumento do conhecimento. O telégrafo, a rádio, a telegrafia sem fios, a
electricidade para iluminação e indústria, o cinema, a televisão, o telefone, os modernos
computadores e a Internet são criações dos nossos dias. Finalmente os homens têm aprofundado os
segredos do Omnipotente e têm desintegrado o átomo abrindo vistas inteiramente novas e
possibilidades de invenção e progresso jamais sonhadas pelas gerações passadas. O conhecimento
aumentou. Estamos nos últimos dias.
Luta industrial
Isaías declara que aguardaremos o Senhor num tempo em que os habitantes das nações da Terra se
associariam e formariam confederações num esforço de melhorar as suas condições; num tempo em
que passarão pela Terra «duramente oprimidos e famintos ... e amaldiçoarão ao seu rei e ao seu
Deus»; um tempo em que se ostentarão o ateísmo e a anarquia. (Ver Isaías 8:9, 22).
O apóstolo S. Tiago profetizou que nos dias que precederiam a segunda vinda do Senhor haverá
«ricos» que amontoariam tesouros, defraudando os trabalhadores e viveriam em prazer e deleites,
enquanto o pobre clamaria por pão.
«Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, pelas vossas misérias, que sobre vós hão-de vir. As
vossas riquezas estão apodrecidas, e os vossos vestidos estão comidos da traça. O vosso ouro e a
vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a
vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram
as vossas terras, que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos
ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes: cevastes
os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da
terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós, também,
pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.» (Tiago 5:1-8).
O quadro assim descrito tanto por Isaías como por Tiago, aplica-se perfeitamente aos nossos dias.
Hoje todo o mundo está dividido como resultado de sérias contendas entre o capital e o trabalho. O
clamor do trabalhador ouve-se através de toda a Terra. A reclamação por pão, por melhores
condições de vida e pelos confortos da vida está-se tornando cada vez mais insistente por parte do
produtor. A indústria é paralisada por greves e lutas industriais de toda a espécie.
O público, apanhado entre as mós de cima e de baixo do capital e do trabalho, tornou-se
desassossegado e impotente quase até ao ponto do desespero. Toda a situação é pressaga. Mas por
sobre o borborinho da luta e contenda pode ouvir-se a clara voz do profeta: «Sede vós, também,
pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.» (Tiago 5:8).
Para o estudante da profecia esta situação constitui mais um sinal de que Jesus em breve virá; e este
conhecimento habilita-o a suportar a contenda pacientemente até que Jesus traga doce alívio pelo
estabelecimento da paz eterna.
Um grande reavivamento religioso
Isaías predisse um grande influxo dos habitantes de todas as nações para a casa de Deus (a igreja)
nos últimos dias.
«E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e
se exaltará por cima dos outeiros: e concorrerão a ele todas as nações.» (Isaías 2:2).
Isto indica que, ao aproximar-se o tempo da vinda de Cristo, a igreja aumentaria em popularidade e
prestígio em todas as partes da Terra. «Concorrerão a ela todas as nações». Será o movimento
universal para o cristianismo.
Esta predição pode pressagiar uma união dos grandes corpos cristãos do mundo, que acompanhará
um poderoso influxo de homens e mulheres de todas as nações para a igreja. Assim o cristianismo
tornar-se-á popular. «Firmar-se-á o monte da casa do Senhor no cimo dos montes».
Mas deve exercer-se grande cuidado para se não tirar desta previsão a conclusão de que esses que
afluem à igreja são verdadeiros seguidores de Cristo. É fácil de seguir um movimento popular,
mesmo que leve à igreja. Mas ser-se cristão é outra coisa.
Comparemos, por um momento, esta predição de Isaías com outra feita pelo apóstolo Paulo, quando
ele tomou o telescópio profético e viu condições que prevaleceriam nos últimos dias: «Sabe, porém,
isto; que, nos últimos dias, sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos, sem afecto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para
com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.» (II Timóteo 3:1-5).
Mas talvez alguém diga: Como podem ambas estas profecias ser verdadeiras? Como pode a igreja
ser exaltada ao cimo dos montes; com as nações afluindo para ela e ao mesmo tempo prevalecer o
formalismo e o mundanismo entre os que professam o cristianismo? Respondemos: A profecia de
Isaías não descreve um mundo convertido afluindo para a igreja leal e justa, mas uma igreja
mundana e apóstata, abrindo os seus braços para acolher os que vêm do mundo pecaminoso para a
sua comunhão.
A popularidade da igreja tem sido sempre uma indicação de conformidade com o mundo e não de
semelhança com Cristo. Não há um conflito geral entre as predições de Isaías e de Paulo. Isaías
disse que viu a igreja expandindo-se rapidamente por toda a parte nos últimos dias.
Mas Paulo profere uma advertência: Este número crescente de membros e esta posição favorável
por parte da igreja não deixaria no mundo um lugar mais seguro para viver, mas aumentaria
grandemente o perigo que cerca aqueles que verdadeiramente desejam seguir a Cristo. Dezanove
terríveis pecados são catalogados como encontrando-se nas vidas dos que têm «aparência de
piedade». O mundo e a igreja tornaram-se precisamente iguais. Não se pode ver qualquer distinção
entre os seus membros e os que não fazem qualquer profissão de cristãos. Realizam as formalidades
religiosas, mas é negado e rejeitado o poder de Cristo para salvar do pecado. A igreja tornou-se
descuidada e mundana.
Aqui está um quadro bíblico de uma igreja popular, mas decadente. A religião tornou-se um
provérbio e uma capa para o pecado. Os membros podem beber, jogar, mentir, roubar, enganar,
desfazer os votos matrimoniais e, no entanto, permanecer em boa e regular posição na igreja. Não
há semelhança com a vida de Cristo nas suas vidas. Não há paixão pelas almas, nem zelo
missionário, nem real anelo por Deus.
Esta situação constitui um grande perigo. «Sobrevirão tempos trabalhosos». E Jesus disse: «Por se
multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.» (Mateus 24:12). Mesmo os que são fiéis
devem acautelar-se para que, pela contemplação do pecado, na vida dos outros professos seguidores
de Cristo, eles mesmos não se transformem.
Pensamos não ser necessário tentar convencer o leitor de que estas profecias encontram completo e
perfeito cumprimento nas próprias condições que hoje nos rodeiam. Estes são os dias de que
falaram Isaías e Paulo: Portanto, estes são «os últimos dias». A própria decadência espiritual do
cristianismo de hoje é, em si mesma, um sinal de que a vinda de Jesus está próxima.
Sem afecto natural
Um dos principais sinais dos últimos dias, enumerado pelo apóstolo Paulo, é a perda de afecto
humano (II Timóteo 2:3). A ordem natural indicada por Deus para os homens e mulheres é a do
matrimónio monogâmico, e este, por sua vez, unicamente entre um homem e uma mulher.
«Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma
carne.» (Génesis 2:24).
Isto é, uma mulher e um homem enquanto eles viverem.
Mas esta ordem tem sido rapidamente mudada, a tal ponto que hoje os tribunais estão
sobrecarregados com processos de divórcios instaurados por pessoas, que procuram a anulação dos
seu laços matrimoniais. O matrimónio já não é considerado como uma relação sagrada, que deve ser
guardada e preservada. Muitos contraem-no descuidada e casualmente e os seus laços são
quebrados sem arrependimento.
Assim, a ordem de Deus está sendo alterada. As condições dos nossos dias mais uma vez cumprem
o plano profético. A dissolução dos laços domésticos, a corrida para os tribunais com casos de
divórcio e a perda do respeito devido aos votos do matrimónio são «sinais dos tempos» e
encontram-se entre aqueles que mostram que se aproxima rapidamente o tempo em que Jesus há-de
vir pôr termo a este mundo de pecado.
Jesus apresenta outros sinais
Jesus deu também outros sinais específicos da Sua vinda.
«Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; e haverá em vários
lugares grandes terramotos, e fomes e pestilências; haverá, também, coisas espantosas, e grandes
sinais no céu.» (Lucas 21:10-11).
Quão exactamente Jesus descreve as coisas que têm acontecido nestas últimas gerações! Os mais
destrutivos terramotos da história têm ocorrido durante o último século e meio. Alguns deles
permanecem na memória de pessoas ainda vivas. Um dos piores terramotos do mundo data apenas
de 1946. Teve lugar no Sul do Japão, perto da cidade de Tóquio, que poucos anos antes tinha sido
quase totalmente destruída por outro terramoto. Mas está na memória de muitos de nós o terrível
terramoto, seguido de marmoto (tsunami do japonês), que ocorreu em 26 de Dezembro de 2004,
com uma magnitude de 8,3o da escala de Richter, e que além dos muitos mortos que causou, atingiu
uma área enorme dos oceanos Índico e Pacífico.
A fome e a peste têm sobrevindo após as grandes guerras mundiais, a tal ponto que a perda de vidas
pela fome e a doença, em alguns países, tem excedido as mortes ocasionadas pela guerra.
A epidemia de pneumónica que se manifestou após a primeira guerra mundial vitimou a vertiginosa
soma de 20 000 000 de vidas. Nunca tinha o mundo sido anteriormente assolado por semelhante
praga. Uma autoridade declarou, por essa altura, que «por toda a Europa, América, Ásia e África
esta epidemia fatal teve um domínio universal.»
A fome vem depois das guerras e à fome segue-se a peste. A segunda guerra mundial culminou com
as piores condições de fome da história do homem, espalhada em muitas partes da Terra, vitimando
vidas humanas em números aterradores. Milhões de dólares de comida e vestuário têm sido
enviados para áreas famintas de todo o mundo através dos vários governos e igrejas, num esforço de
salvar vidas; mas apesar do que todo este auxílio organizado numa escala como a que se pôde
realizar, as mortes por fome e peste têm atingido muitos milhões.
Angústia das nações
Um dos principais sinais mencionados por Jesus foi que nos últimos dias haveria: «angústia das
nações, em perplexidade ... homens desmaiando de terror na expectação das coisas que sobrevirão
ao mundo. Porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa
nuvem, com poder e grande glória.» (Lucas 21:25-27).
Mais uma vez se nos apresenta o quadro dos nossos dias! Se Jesus estivesse hoje sobre a Terra não
poderia certamente retratar com mais precisão as condições do século XXI. Antes de se desencadear
a segunda guerra mundial, Ramsay Mac Donald, então primeiro-ministro da Inglaterra, disse: «Os
negócios das nações estão-se furtando ao controlo humano.»
Isto aconteceu antes dos dias da bomba atómica. Já os corações dos homens estavam desfalecendo
de terror; já as nações estavam em angústia. Mas agora encontram-se num estado de choque.
Os actos terroristas que têm ocorrido ultimamente leva a que muitas pessoas, em todo o mundo, se
interroguem o que vai ser o futuro dos seus filhos e netos. Com a descoberta da desintegração do
átomo e outras descobertas mais recentes, os homens estão em condições de causarem a destruição
em larga escala no mundo, a menos que haja uma intervenção acima dos homens.
Isto leva-nos a acreditar que o fim está às portas, pois Jesus declarou:
«Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima, e levantai as vossas cabeças,
porque a vossa redenção está próxima. E então verão vir o Filho do homem, numa nuvem, com
poder e grande glória.» (Lucas 21:28-27).
O reino de Deus está perto
Temos visto alguns dos Seus sinais. Estamos vendo-os hoje. Estão por toda a parte em evidência. Não
podemos equivocar-nos. A vinda de Jesus está às portas e a nossa principal consideração na vida, devia ser preparar-nos para O encontrar.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Colecção «Verdades Eternas».11
A SEGUNDA VINDA DE JESUS
«Assim, também, Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda
vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.» (Hebreus 9:28).
Quando Jesus morreu no Gólgota, esse acto tornou possível a redenção do homem do pecado e da
influência e resultados do mesmo. Ele não completou realmente, nessa altura, a Sua obra redentora.
Depois da ressurreição subiu ao Céu deixando os Seus seguidores no mundo amaldiçoado pelo
pecado. Muitos dos santos dos séculos passados dormem ainda nas suas sepulturas. Ele anunciara
definitivamente aos Seus discípulos: «Vou para meu Pai» e a Simão Pedro: «Para onde eu vou não
podes agora seguir-me, mas depois me seguirás.» (João 13:36).
Enquanto os homens e as mulheres cristãos estiverem rodeados do pecado e sujeitos às suas
influências; enquanto a sepultura estiver sobre a Terra – o plano da redenção humana não está
completo.
O plano de Deus para salvar o homem abrangia mais do que a ideia do perdão do pecado e da
vitória sobre ele. Implicava a restauração edénica do homem, a ressurreição do corpo, a concessão
da imortalidade e a completa destruição de Satanás, do pecado e dos pecadores. Devia libertar o
universo da maldição e de todos os seus nefastos resultados.
«Gememos em nós mesmos», suspirava o apóstolo Paulo, «esperando a adopção, a saber, a
redenção do nosso corpo.» (Romanos 8:23). E ainda: «Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio
o Salvador do corpo.» (Efésios 5:23). «E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos
vossos pés.» (Romanos 16:20). «E a ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti
virá o primeiro domínio, o reino de Jerusalém.» (Miqueias 4:8).
Estas coisas não se cumpriram na altura da primeira vinda de Cristo. A Sua morte tornou a sua
realização possível mas, na realidade, não operou esse facto. Os corpos dos mortos repousam ainda
nas suas sepulturas. Satanás continua ao nosso redor rugindo como um leão e buscando a quem
tragar. A Terra está ainda cheia de violência e o primeiro domínio perdido pelo homem não foi ainda
restaurado. Está nas mãos do iníquo.
O plano da redenção é, pois, uma tarefa inacabada; e se Cristo permanecesse para sempre longe do
mundo jamais seria desfrutado o resultado desse plano.
Mas Jesus virá outra vez! Oh, gloriosa verdade! Esta é a maior nova de todos os tempos. Notai de
novo a sua mensagem de despedida deixada aos discípulos, tão sentidamente proferida antes de Se
separar deles para a Sua ascensão aos Céus:
«Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, crede, também, em mim. Na casa de meu Pai há
muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos
preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais
vós, também.» (João 14:1-3).
Sim, Jesus virá outra vez. Esta é a mais doce mensagem que jamais soou aos ouvidos humanos. Ele
virá «sem pecado para salvação». Ele virá para completar a Sua obra de redenção.
Uma vinda literal
A vinda de Cristo não será em segredo. A Sua ascensão foi um acontecimento literal e assim será a
Sua segunda vinda. Os Seus discípulos contemplaram-n’O à medida que Ele subia até que uma
nuvem O envolveu e O ocultou das suas vistas. Anjos dos Céus, que apareceram aos tristes
espectadores, declararam que Ele voltaria da mesma maneira como tinha sido visto ir.
«E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o aos
seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram
dois varões, vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para
o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima, no céu, há-de vir, assim, como para o céu
o vistes ir.» (Actos 1:9-11).
Em toda a parte nas Escrituras se encontra o testemunho de que Jesus virá de uma maneira pessoal,
visível e literal. João declara que esse acontecimento será visível a todos os olhos: «Eis que vem
com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Sim. Ámen.» (Apocalipse 1:7).
O próprio Jesus, falando desse importante acontecimento, comparou-o ao resplendor do relâmpago.
«Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será, também, a
vinda do Filho do homem. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da
terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande
glória.» (Mateus 24:27, 30).
E não virá como um bebé deitado e oculto numa obscura manjedoura de Belém, mas como um
poderoso rei e vencedor. No Seu séquito virá toda a hoste celeste.
Todos O verão
Aqueles que estiverem vivos, por altura da segunda vinda de Cristo, não necessitarão de depender
de sábios do Oriente que lhes digam que viram a Sua estrela ou dos pastores que lhes falem do
cântico dos anjos anunciando a Sua vinda; não necessitarão da imprensa diária, e dos outros meios
de comunicação social, para anunciar o acontecimento por meio de uma edição extraordinária, nem
que as emissões de rádio e televisão espalhem a notícia ao mundo. Oh, não! Toda a luz e glória do
mundo celestial se desencadeará subitamente sobre a nossa pequenina Terra, e o nome de Jesus será
proferido simultaneamente por todos os lábios.
A glória de Deus Pai, que é tão deslumbrante que vela a Sua Pessoa; a glória de Jesus, cujos
vestidos são tão brancos como a luz e cujos olhos são «como chamas de fogo»; a glória dos dez mil
milhares de anjos, cada um deles com a face resplandecente como um relâmpago, será ostentado
simultaneamente e constituirá a mais formidável cena que a humanidade jamais testemunhou.
Alguns estarão olhando e não recearão nem terão medo. Olharão para a Sua amorável face e
exclamarão: «Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor,
a quem aguardávamos: na sua salvação, gozaremos e nos alegraremos.» (Isaías 25:9). Estes são os
que aceitaram o Evangelho e fizeram paz com Deus.
Mutos não estarão preparados
Não serão muitos os que estarão preparados para O encontrar com alegria. O caminho que leva à
vida é estreito e apertado e poucos há que o encontrem e escolham. Dos outros é dito: «E todas as
tribos da terra se lamentarão.» (Mateus 24:30). Os ricos lançarão o seu ouro e a sua prata aos
morcegos e às toupeiras (Isaías 2:20) e pedirão para serem aniquilados depois, de preferência a
estarem vivos perante o fulgor dos Seus olhos perscrutadores.
«E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o
livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos:
Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
Cordeiro. Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?» (Apocalipse 6:15-17).
E eis a triste situação dos perdidos. Recusaram orar a um amoroso Deus, que poderia tê-los salvo, e
agora clamam às inanimadas montanhas e rochas para que os abriguem da Sua terrível presença.
Proferem assim a sentença contra si próprios e, como não podem resistir na presença de um Deus
santo, serão subitamente feridos de morte pela glória da Sua Pessoa. David exclama: «Virá o nosso
Deus, e não se calará; adiante dele, um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor
dele.» (Salmos 50:3). Paulo declara que este fogo consumidor destruirá todos os ímpios que vivam
sobre a Terra.
Os mortos ressuscitam
Ao aproximar-se Jesus da Terra, a Sua voz soará através do espaço, num poderoso apelo a reunir,
dirigido a todo o Seu povo. Será este o chamamento de um general ao seu exército. Os próprios
mortos justos ouvirão a Sua voz: «Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em
que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.» (João 5:25).
«Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó,
porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.» (Isaías
26:19). Esta ressurreição dos justos que dormem é o primeiro grande acto do drama final com que
terminará a obra da redenção do homem. O último inimigo a ser destruído é a morte. Milhões dentre
o Seu povo dormem hoje debaixo da terra seguramente fechados no cárcere da morte. Mas eles
serão libertados quando Cristo aparecer. Eles ouvirão a Sua voz e sairão. As últimas algemas de
Satanás serão quebradas. Eles terão a vitória sobre a morte e a sepultura.
A imortalidade dada pela ressurreição
Nesta altura é cumprida a promessa da imortalidade. O apóstolo Paulo declara que nem todos
dormiremos. Alguns estarão vivos até que Jesus venha. Mas todo o povo de Deus receberá o dom da
imortalidade.
«Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque
convém que isto, que é corruptível, se revista da incorruptibilidade, e que isto, que é mortal, se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que
é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a
morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno (sepultura), a tua
vitória?» (I Coríntios 15:51-55).
Assim os que são chamados da sepultura, por altura da segunda vinda de Cristo, e os que são justos
e achados vivos serão subitamente transformados de seres mortais em imortais. Não mais serão
susceptíveis de doença e morte. Não mais terão cabelos grisalhos nem estarão alquebrados pela
idade, mas o frescor da juventude estará sobre cada fronte; e a dor e a morte ficarão para sempre
abolidas para eles.
«Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre este, não tem poder a
segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo.» (Apocalipse 20:6). «E Deus limpará dos
seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas.» (Apocalipse 21:4).
Esse Jesus
A grande espectativa da Igreja através de todos os tempos tem sido sempre a denominada «bem-
aventurada esperança», que é a Segunda Vinda do Salvador.
E Jesus virá, de novo, conforme prometeu, e a Sua vinda triunfal será visível a todo o Universo.
Recordemos o momento em que o Salvador subiu ao Céu, depois de haver dado as Suas instruções
aos apóstolos para continuarem a missão de que os incumbira.
«E disse-lhes: Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o aos
seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram
dois varões, vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para
o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima, no céu, há-de vir, assim, como para o céu
o vistes ir.» (Actos 1:7-11).
Jesus, o mesmo Jesus que subiu ao Céu, esse mesmo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
voltará, segunda vez, para levar os salvos para o Seu Reino Eterno.
Antes de subir para o Pai, dissera a Tomé. – Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; e chega a tua
mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. «Depois de fazer isso, Tomé
respondeu: ‘Senhor meu e Deus meu!» (João 20:27-28).
Subindo ao Céu não depôs a Sua natureza humana. «Esse Jesus» disseram os anjos. Esse Jesus, isto
é, o mesmo Jesus que vos escolheu para o apostolado; o mesmo Jesus que andou convosco pelos
caminhos e povoações da Palestina; o mesmo Jesus que abandonastes, quando O prenderam; esse
mesmo Jesus que morreu, que foi sepultado e ressuscitou verdadeiramente, como vistes e disso sois
testemunhas. – Esse mesmo Jesus há-de voltar um dia, conforme prometeu. E voltará da mesma
maneira como O vistes subir ao Céu. Quando vier, toda a humanidade de então O verá descer do
Céu com grande majestade e glória.
Assim exclamava Job: «Porque eu sei que o meu Redentor vive e que, por fim, se levantará sobre a
terra. E, depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim
mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e por isso, os meus rins se consomem dentro de
mim.» (Job 19:25-27).
Os resultados da maldição do pecado serão deixados na sepultura. A corrupção operada pelo pecado
e a doença dará lugar à incorrupção. A mortalidade será substituída pela imortalidade. Os salvos
serão todos transformados, mas continuarão ainda como seres humanos, como Cristo, o Filho do
Homem. Ele é o nosso parente, o nosso irmão.
A bem-aventurada esperança
Oh! Como devemos amar o Seu aparecimento!
Para o apóstolo Paulo, ele era a «bem-aventurada esperança».
«Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens ensinando-nos
que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos, neste presente século,
sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.» (Tito 2:11-13).
Para Job, ele seria o dia da libertação e da contemplação do seu Redentor face a face.
«Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias do meu combate esperaria, até que
viesse a minha mudança. Chamar-me-ias, e eu te responderia: afeiçoa-te à obra das tuas mãos.» (Job
14:14-15).
Para o amado João, ele seria a resposta final do secreto anseio do mais profundo do seu coração,
porque ao terminar o livro da inspiração, ouvimo-lo ciciar a oração: «Ora vem, Senhor Jesus.»
(Apocalipse 22:20).
Para Jesus será o tempo de reunião com o Seu povo. «Para que onde eu estiver estejais vós
também» foi o expresso desejo do Seu coração.
Para os justos mortos será o dia da libertação da tumba.
Para todos os discípulos de Cristo será o dia dos dias. As famílias da Terra, separadas pela morte,
unir-se-ão uma vez mais e para sempre. Receberão da Sua mão o maravilhoso dom da imortalidade
e serão bem-vindas ao terno reino de Deus em todos os séculos.
À luz destas solenes considerações, o nosso interesse absorvente devia centralizar-se em preparar-
nos para o glorioso aparecimento do nosso Redentor. «Por isso, estai vós apercebidos, também;
porque o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis.» (Mateus 24:44).
«E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos
cuidados da vida, e venha sobre vós, de improviso, aquele dia. Porque virá como um laço, sobre todos os que
habitam na face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de
evitar todas estas coisas que hão-de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.» (Lucas 21:34-36).
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Colecção «Verdades Eternas».10
OBJECÇÕES ACERCA DO ESTADO
INCONSCIENTE DO HOMEM NA MORTE
1a Objecção: Quando Estêvão foi martirizado, orou: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.»
(Actos 7:59). Cristo na cruz disse: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» (Lucas 23:46).
Isto prova que na morte o homem real, ou seja, a entidade imortal chamada «espírito», deixa
o corpo.
A palavra aqui traduzida por «espírito» deriva da palavra grega pneuma, o que sucede sempre que
se lê «espírito» no Novo Testamento. O sentido primário de pneuma é «vento, ar», e como a vida
está associada tão intimamente com o ar que respiramos, pneuma pode também significar «vida».
Não há nada na palavra pneuma que sugira uma entidade imaterial, consciente.
Estêvão não orou: «Recebe-me. Isto é muito significativo, porque certamente nesta oração está a
falar o homem real, e não apenas o invólucro, o corpo. Se Estêvão acreditasse que os justos vão
para o Céu, por altura da morte, seria legítimo esperar que ele orasse: «Recebe-me na glória.» Mas
Estêvão, o ser animado, ainda consciente, embora moribundo, confiou algo a Cristo – o seu
pneuma, a sua vida.
Estêvão sabia que a sua vida era um dom de Deus. Ele podia dizer, como Job: «O espírito de Deus
me fez.» (Job 33:4). Este grande dom estava prestes a deixá-lo e ele desejava confiá-lo à guarda de
Deus agora, que já não podia retê-lo por mais tempo. Ele acreditava na verdade, mais tarde,
expressa por Paulo: «A vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis, com ele, em glória.» (Colossenses
3:3-4). Estêvão sabia que no dia da ressurreição receberia de novo a vida, a vida imortal.
A maior parte do que acaba de ler-se acerca das palavras de Estêvão aplica-se, com toda a
evidência, também às palavras de Cristo. Ele confiou à guarda do Seu Pai a vida que estava prestes
a depor pelos pecados do mundo. Na manhã da ressurreição o anjo de Deus chamou-O, desde o
novo túmulo de José, para retomar a vida, que voluntariamente tinha deposto. Assim lemos que
Estêvão ao render o espírito, adormeceu. (Actos 7:60).
2a Objecção: Cristo disse ao ladrão na cruz que estaria com Ele no Paraíso. (Ver Lucas 23:43).
O texto nas traduções portuguesas correntes, reza assim: «Disse-lhe Jesus: em verdade te digo que
hoje estarás comigo no Paraíso.» Os crentes na doutrina de almas ou espíritos imortais apresentam
ousadamente I Pedro 3:18, 20 numa tentativa de provarem que quando Cristo morreu na cruz
desceu a pregar a certas almas perdidas que se encontravam no inferno. Mas essa pretensão
manifesta-se logo desprovida de fundamento quando nos é apresentado este texto de Lucas 23:43 e
se pretende que quando Cristo morreu na cruz foi imediatamente para o Paraíso. Cremos que Cristo
não foi para o Paraíso naquela Sexta-feira da crucifixão, e pelos seguintes motivos:
Se o leitor comparar Apocalipse 2:7 com Apocalipse 22:1-2, verá que o Paraíso é onde está o «trono
de Deus». Portanto, se Cristo foi para o Paraíso naquela Sexta-feira à tarde, Ele foi para a própria
presença de Deus; mas Cristo mesmo, na manhã da ressurreição, declarou a Maria, ao cair ela aos
Seus pés para o adorar: «Não me detenhas (me toques), porque ainda não subi para meu Pai: mas
vai para os meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso
Deus.» (João 20:17). Estas palavras de Cristo concordam perfeitamente com as palavras do anjo às
mulheres que foram à sepultura: «Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.» (Mateus 28:6). Ele
tinha jazido na sepultura e esse foi o motivo porque disse na manhã da ressurreição: «Ainda não
subi para meu Pai.»
Temos, portanto, de ser colocados na embaraçante posição de tentar decidir se aceitamos as
declarações feitas às mulheres por Cristo e pelo anjo na manhã da ressurreição, ou a declaração feita
por Jesus ao ladrão na Sexta-feira à tarde? Não, Cristo não se contradisse. Notai que a conjunção
«que» não aparece no original deste versículo. Os nossos tradutores usaram o seu melhor critério
em colocá-la onde a colocaram, mas o seu trabalho não foi certamente inspirado. Por isso não
necessitamos de nos ater a essa introdução feita recentemente pelos tradutores, quando nos
esforçamos por determinar o pensamento dos escritores de há dezanove séculos.
Se os tradutores, que em geral fizeram excelente trabalho, tivessem posto o «que» de Lucas 23:43
depois de «hoje» em vez de depois de «digo», não estaríamos em presença de uma contradição
aparentemente insolúvel. As palavras de Cristo poderiam então ser correctamente compreendidas
assim: Na verdade te digo hoje (neste dia em que parece que sou abandonado por Deus e pelos
homens e morro como um criminoso comum) que tu estarás comigo no Paraíso. Em vez de ficar
desprovida de sentido, a palavra «hoje» adquire um significado real.
Portanto, Cristo disse, segundo a língua original: Em verdade te digo hoje, comigo estarás no
Paraíso – e não «que hoje».
Construção de frase semelhante ocorre nos escritos do profeta Zacarias: «Voltai à fortaleza, ó presos
de esperança; também hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro.» (Zacarias 9:12). O
contexto mostra que a expressão em «dobro» não devia ocorrer naquele próprio «hoje», mas era um
acontecimento futuro. É evidente que «hoje» qualifica «declaro», da mesma sorte que em Lucas
23:43 «hoje» qualifica «digo», o que não só é gramaticalmente correcto, mas paralelo à linguagem
de Zacarias. Não há, pois, contradição entre a mensagem dada ao ladrão e a anunciada a Maria. E,
devemos acrescentar, não há entidade consciente introduzindo-se no Paraíso naquela triste Sexta-
feira à tarde.
3a Objecção: Como harmonizar com a crença da inconsciência do homem na morte a
narrativa bíblica da feiticeira de Endor, que trouxe Samuel a falar com o rei Saul? (Ver I
Samuel 28:7-19).
Saul ordenara aos seus servos: «Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que
vá a ela e a consulte. (Versículo 7). Encontraram tal mulher em Endor. A mulher pergunta: «A quem
te farei subir? E disse ele (Saul): Faze-me subir a Samuel.» (Versículo 11). Pouco depois a mulher
declarou: «Vejo deuses que sobem da terra.. ... Vem subindo um homem ancião, e está envolto
numa capa.» (Versículos 13 e 14). «Samuel disse a Saul: Por que me desinquietaste, fazendo-me
subir? ... O Senhor entregará, também, Israel, contigo, na mão dos filisteus, e amanhã tu e os teus
filhos estareis comigo.» (Versículos 15-19).
Esta narrativa nada diz acerca da vinda de Samuel desde os Céus nesta ocasião. Saul emprega as
palavras «faze-me subir». A feiticeira emprega as mesmas expressões ou outras semelhantes:
«subir», «subir da terra», «vem subindo». E a Samuel são atribuídas palavras equivalentes:
«fazendo-me subir». Se alguém pode apoiar-se nesta estranha e trágica história, somos nós, os que
cremos que quando os mortos voltam a esta terra «sobem» «da terra». Mas ao procurarmos provas
acerca do estado do homem na morte não consideramos seguro basearmo-nos nos acontecimentos e
conversações de uma sessão infestada de demónios e condenada por Deus. Todavia, visto que os
crentes na imortalidade da alma apelam para essa sessão, perguntamos: Como harmonizais todas
estas palavras com a vossa crença? Acreditais que os justos mortos estão em cima no Céu e não em
baixo na terra? Podem as palavras «subir da terra» significar descer do Céu?
Além disso, a narrativa descreve assim «Samuel»: «...Um homem ancião ... envolto numa capa».
Seria esta a maneira de um espírito imortal aparecer? Reveste-se ele realmente de um corpo? Neste
caso, onde obtém ele o corpo? Se se respondesse que houve uma ressurreição, nós replicaríamos
que tal confissão vicia o caso, porquanto acreditamos que os mortos podem ressuscitar, mas não
acreditamos que o demónio tenha poder para ressuscitar os mortos, e certamente Deus não estava ao
mando desta feiticeira que se encontrava sob o divino édito de morte por praticar a feitiçaria.
(Levítico 20:27; Deuteronómio 18:10-11).
Mas o registo informa ainda que Saul terminou a sua pecaminosa carreira cometendo suicídio. (I
Samuel 31:4). Mas «Samuel», predizendo a morte de Saul, declarou: «Amanhã tu e teus filhos
estareis comigo». Dizei-nos, por favor, onde habitava Samuel, se o suicida Saul havia de estar com
ele? Realmente maravilhamo-nos de que aqueles que acreditam na doutrina da imortalidade natural
apresentem sempre esta história bíblica, porque, fazendo assim, eles fazem «subir» Samuel da
«terra», quando, segundo o seu ponto de vista, ele devia estar no Céu; e fazem o ímpio Saul «estar
com» o santo Samuel, quando este régio suicida devia, em vez disso, ir para o inferno.
Mas porque fala a história de «Samuel», se na realidade ele não estava ali? O relato não diz que
Saul viu «Samuel», porque quando a feiticeira gritou, ele perguntou: «Que é o que tu vês?» E pouco
depois: «Como é a sua figura?» Se Samuel tivesse realmente estado ali por que o não teria visto
Saul? Só os olhos da feiticeira eram suficientemente agudos para ver um homem ancião ... envolto
numa capa»? Lemos: «Saul, entendendo que era Samuel». A palavra entendendo vem de uma
palavra hebraica diferente de «ver». O sentido é que Saul compreendeu, ou concluiu como resultado
da descrição, dada pela feiticeira, que Samuel estava presente.
A feiticeira enganou a Saul. Ela, enganada também pelo diabo pensava provavelmente que via
Samuel. Saul, por sua vez, aceitou a explicação dela. A narrativa bíblica descreve pois simplesmente
esta sessão espírita de acordo com as suposições da feiticeira e de Saul. Esta é uma linguagem
literária conhecida como linguagem de aparências. Quando a história diz «Samuel», podeis
compreendê-la como significando apenas aquela aparição gerada pelo demónio e que eles
supunham ser Samuel.
4a Objecção: A história do rico e Lázaro, contada por Cristo, comprova a imortalidade da
alma. (Ver Lucas 16:19-38).
Esta história nada diz de almas imortais deixando o corpo pela morte. Pelo contrário, o rico depois
de morrer tinha «olhos» e «língua», ou seja, partes muito reais do corpo. Ele pediu que Lázaro
«molhasse na água a ponta do seu dedo». Se se toma à letra a narrativa, então os bons e os maus,
pela morte, não desaparecem como espíritos intangíveis, mas vão receber as suas recompensas
como seres reais com partes corpóreas. Todavia, como podem eles ir corporalmente, podendo nós
ver os seus corpos na sepultura? Além disso, se se trata de uma narrativa literal, então o Céu e o
Inferno estão suficientemente perto um do outro para que se possa manter uma conversa entre os
habitantes dos dois lugares – situação bastante indesejável, para não dizer mais. Se os crentes na
imortalidade natural pretendem que este seja um quadro literal da geografia do Céu e do Inferno,
devem também compreender os textos acerca das «almas debaixo do altar» clamando vingança
contra os seus perseguidores. (Apocalipse 6:9, 11). Ambas as passagens não podem ser literais. Se
os justos podem realmente ver os ímpios em tortura, para que necessitariam eles de clamar a Deus
por vingança? Quando o rico pediu que Lázaro fosse enviado à Terra para advertir os outros acerca
do Inferno, Abraão respondeu: «Têm Moisés e os profetas: ouçam-nos». E «se não ouvem a Moisés
e aos profetas tão pouco acreditarão, ainda que alguns dos mortos ressuscitem.» (Lucas 16:29, 31).
Assim a narrativa em parte alguma fala de espíritos desincorporados nem sequer quando se trata de
voltar para advertir os outros.
Para evitar a crença de que os espíritos têm corpo e de que o Céu e o Inferno estão tão perto que
permitem conversações entre eles, não seria melhor encarar esta história simplesmente como uma
parábola? Devemos lembrar-nos de que os teólogos concordam unanimemente em que as doutrinas
não devem ser baseadas em parábolas ou alegorias. Uma parábola, como outras ilustrações, é
geralmente usada para tornar vívido um ponto particular. Tentar construir doutrinas sobre cada parte
da história, levará geralmente a absurdos, senão a completas contradições. Alguns que tentam
encontrar na ilustração uma prova para uma crença oposta à que é mantida pelo orador ou escritor
violam a mais elementar regra que preside às alegorias. Afirmamos que, usando esta parábola para
provar que o homem recebe a sua recompensa na altura da morte, levará Cristo a contradizer-se a Si
mesmo.
Noutro local Cristo apresenta claramente o tempo em que os justos receberão a sua recompensa e os
ímpios serão lançados no fogo consumidor: «Quando o Filho do homem vier em sua glória ... e
todas as nações serão reunidas diante dele ... então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde,
benditos do meu Pai ... então dirá, também, aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos.» (Mateus 25:31, 41).
Não há necessidade de alguém voltar para advertir acerca do destino do além-túmulo, porque os
vivos «têm Moisés e os profetas; oiçam-nos.» Nós, os vivos, estamos, portanto, justificados em
compreender a parábola de harmonia com o que os profetas disseram. Malaquias, por exemplo,
declara que «aquele dia vem» (trata-se de um acontecimento futuro) «em que os ímpios sofrerão o
tormento do fogo consumidor». (Malaquias 4:1, 3). Os escritores do Velho Testamento são bem
claros em afirmar que os mortos, tanto justos como ímpios, jazem no silêncio e na inconsciência até
ao dia da ressurreição. (Job 14:12, 15, 20, 21; 13; 19:25, 27; Salmos 115:17; Eclesiastes 9:3, 6, 10).
Tomando a história como parábola ou alegoria é posto de lado o fundamento para interpretar como
literal, a não ser que se pretenda manter que um ponto particular de uma história figurativa deva ser
tomado à letra, embora se crie assim uma contradição directa com as disposições literais de «Moisés
e os profetas» e de Cristo. (Mateus 25).
Cremos que a história é uma parábola, que era um método usual que Cristo empregava no Seu
ensino, embora aqui, como em vários outros casos , Ele não o declara especificamente. Procuremos,
pois, encontrar precisamente a lição que Cristo se estava a esforçar por ensinar e não tentemos fazer
a parábola provar mais do que isso. Evidentemente, Cristo desejava censurar os fariseus, «que eram
avarentos». (Lucas 16:14). Eles, e na realidade muitos judeus, pensavam que as riquezas eram um
sinal do favor de Deus e que a pobreza era sinal do Seu desagrado. Cristo apresentou a lição de que
a recompensa do rico avarento, que nada mais tinha do que migalhas para o pobre, era precisamente
o contrário do que os judeus pensavam.
Isto é o que a parábola pretende ensinar. Seria tão razoável pretender que Cristo ensinava aqui
também que os justos vão literalmente para «o seio de Abraão» e que o Céu e o Inferno estão ao
alcance da voz, como que a recompensa vem imediatamente depois da morte. Cristo chamava a
atenção contra o tirar conclusões falsas desta lição que estava ensinando aos judeus na apresentação
desta história. Sem dúvida Ele acautelava contra isso declarando ao terminar que «Moisés e os
profetas» deviam ser os guias para os vivos no que respeita ao seu destino além da morte.
Sim, três vezes o fez, descrevendo definitivamente a volta de alguém desde os mortos apenas pela
ressurreição.
Empregando a linguagem de alegoria, Ele podia, sem inconveniente, levar um morto inconsciente a travar
conversa, sem levar a conclusões de que os mortos estão conscientes. Noutra parte da Bíblia encontramos a
vívida parábola das árvores que «foram uma vez ... a ungir para si um rei», e da conversa havida entre elas.
(Juízes 9:7, 15; II Reis 14:19). Porque não tentar provar, por esta parábola, que as árvores falam e que têm
reis? Não, direis, isso seria querer provar mais do que o orador pretendia. A mesma regra se aplica à parábola
do rico e Lázaro.
sábado, 20 de fevereiro de 2021
Colecção “Verdades Eternas”.9
A RESSURREIÇÃO ÚNICA ESPERANÇA DE VIDA
APÓS A MORTE
O dom da imortalidade e da vida eterna que Deus prometeu aos Seus filhos é o Seu mais precioso
dom ao homem. Foi para tornar possível a consecução desse dom que Cristo subiu ao Calvário. Ele
morreu para que possamos viver. Pelas Suas pisaduras fomos curados da doença do pecado e
libertados da sentença de morte eterna. Recebemos um dom de vida intimamente ligada com a vida
de Deus.
«Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo
Jesus, nosso Senhor.» (Romanos 6:23).
Esta vida é transitória
Por toda a parte se ouve a voz de choro pelos mortos. A morte e a ruína estão constantemente em
evidência. As próprias coisas da natureza estão debaixo da sentença de morte. Para onde quer que
nos voltemos são visíveis os resultados da maldição. Não há uma família que não tenha uma cadeira
vazia, não há um coração que não tenha sofrido a angústia do apartamento de um ente querido.
Gerações inteiras dos nossos antepassados desceram já à tumba silenciosa e inumeráveis milhões
dormem o sono da morte.
«Porque os vivos sabem que hão-de morrer.» (Eclesiastes 9:5). A morte tornou-se o quinhão de toda
a humanidade, porque ela é a herança natural do pecado.
Estes factos sombrios têm oprimido de tal maneira o pensamento do homem que se torna quase
impossível persuadi-lo a olhar com esperança para uma grande eternidade no além. No entanto, o
propósito do evangelho consiste em pô-lo ao alcance do homem. Foi para isso que Deus deu o Seu
Filho Unigénito. Foi para isso que Jesus condescendeu em morrer.
No livro de Job é feita a cadente pergunta: «Morrendo o homem, porventura tornará a viver?» (Job
14:14). Toda a Bíblia está cheia da resposta afirmativa. Sim, os mortos viverão de novo e os que
aceitaram a Jesus Cristo como seu Salvador herdarão a vida eterna. Isto é tão certo como o facto de
que Deus vive, porque Ele garantiu que assim seria.
«Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.» (João 3:16).
«E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.» (I João 2:25).
«E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Quem tem o
Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, para que
saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.» (I João 5:11-13).
Os impenitentes morrem duas vezes
Os impenitentes morrem duas vezes. A primeira morte, que é a sorte comum de todos os homens, é
temporária; a segunda morte, que será experimentada apenas pelos ímpios, será eterna. O
Evangelho de Cristo não salva os homens da primeira morte, mas promete que o justo «não
receberá o dano da segunda morte», porque sobre ele, ela «não tem poder». (Ver Apocalipse 3:11;
20:6).
A primeira morte
A primeira morte não é um estado de consciência em que o espírito ou alma fica separado do corpo
e continua a viver. Pelo contrário, uma cessação transitória e real da vida É comparada na Bíblia,
tanto por Jesus como por Paulo, a um sono inconsciente. Jesus disse aos Seus discípulos:
«Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.
Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isto da sua
morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente:
Lázaro está morto.» (João 11:11-14).
Paulo declara acerca dos mortos justos que eles «dormiram» em Cristo. (I Coríntios 15:18).
Segundo o apóstolo João, estão apenas a descansar dos seus trabalhos. Estão inteiramente
inconscientes do que se passa no mundo, que deixaram atrás de si, porque os seus pensamentos
pereceram e nada sabem. (Salmos 6:5; 146:3-5; Eclesiastes 9:5-6). Os mortos dormem
pacificamente como se repousassem. Torna-se despercebida para eles a passagem do tempo. O
tempo decorrido no sono da morte não parece mais longo para os que aguardam mil anos na
sepultura do que para os últimos a morrer. Desde o tempo em que os homens depõem os seus fardos
e adormecem atá à hora em que o Filho de Deus os chame de novo para a vida, parecerá para eles
como que apenas um instante – como um abrir e fechar de olhos.
O homem não é imortal
Por natureza o homem não possui a imortalidade. Ele é mortal, o que significa sujeito à morte e
ruína. Isso encontra-se claramente estabelecido em Job, capítulo 14.
A palavra «mortal» ocorre apenas uma vez na Bíblia e nessa altura é aplicada a Deus. (Ver I
Timóteo 1:17).
A palavra «imortalidade» ocorre cinco vezes, mas nunca é aplicada ao homem no seu estado
natural. Pelo contrário, lemos que Deus tem «Ele só, a imortalidade.» (Ver I Timóteo 6:15-16). O
homem é aconselhado a «procurar» esse inapreciável dom. Assim, o apóstolo declara que Deus
«recompensará cada um segundo as suas obras, a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em
fazer o bem, procuram glória, e honra e imortalidade (grego).» (Romanos 2:6-7). O único meio de
o homem poder receber a imortalidade é procurá-la, tornando-se assim evidente que não a possui
por natureza. Se jamais a houver de possuir, tem de adquiri-la; e como a imortalidade é um atributo
de Deus, só pode ser adquirida pelo homem como dom d’Aquele que a possui. É por isso que Paulo
declara que «o dom de Deus é a vida eterna por nosso Senhor Jesus Cristo.»
A árvore da vida
Quando o homem foi posto no Éden, Deus deu-lhe acesso à árvore da vida, que devia perpetuar a
sua vida, enquanto ele comesse dos seus frutos. Se o homem nunca tivesse pecado (perdendo assim
o direito a essa árvore mantenedora da vida) teria vivido para sempre. Mas é aqui que intervém a
suprema tragédia da raça humana. O homem pecou e como consequência o Senhor expulsou-o do
jardim do Éden para cultivar a terra de que tinha sido tomado.
«O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E
havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada
inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.» (Génesis 3:23-24).
Por que foi o homem lançado do Éden? A resposta é simples: «Então disse o Senhor Deus: Eis que
o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e
tome, também, da árvore da vida, e coma e viva eternamente: O Senhor Deus, pois, o lançou fora.»
(Génesis 3:22-23).
A sua expulsão do Paraíso tinha como objectivo privá-lo do acesso à árvore da vida – impedindo-o
assim de viver para sempre. Apartado da árvore da vida, o homem tornou-se sujeito à doença e à
ruína. Tornou-se mortal. Os querubins continuaram a guardar as portas do Paraíso e o homem
continuou a morrer. A espada inflamada guardava a entrada.
Os mortos ressuscitarão
O homem nunca receberá o pleno dom da imortalidade e da vida eterna sem que lhe seja aberto de
novo o caminho para voltar ao seu lar edénico. Uma vez que de novo ele ganhe acesso à árvore da
vida, comerá e viverá para sempre. Essa experiência não vem ao homem na morte, mas virá no
glorioso futuro, quando os mortos ressuscitarem.
«Porque, se os mortos não ressuscitam», declara o apóstolo Paulo, «também Cristo não ressuscitou;
e, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados; e, também, os
que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais
miseráveis de todos os homens. Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias
dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos
mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim, também, todos
serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de
Cristo, na sua vinda.
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque
convém que isto, que é corruptível, se revista da incorruptibilidade, e que isto, que é mortal, se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que
é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a
morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno (sepultura), a tua
vitória?» ( I Coríntios 15:16-23, 51-55).
A isto deve acrescentar-se também a promessa de Jesus:
«Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do
Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. ... Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que
todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.» (João 5:25, 28-
29).
Haverá ainda uma ressurreição dos mortos e é nesse facto que o filho de Deus encontra esperança. A
morte não é o fim de tudo. Há vida – vida gloriosa e imortal – no futuro. Essa constitui «a bem-
aventurada esperança» do cristão.
Embora nesta vida o homem tenha de experimentar salvação do pecado e do seu poder, a obra de
salvar os homens não se completou deste lado da sepultura. Há uma salvação futura. A primeira é
gloriosa, mas a segunda excede-se em glória.
Aqui, como cristãos, somos salvos da culpa e pena do pecado, mas estamos ainda rodeados pelos
deletérios miasmas deste mundo corrupto. Continuamos a sofrer decepções e tristezas da mesma
maneira que os não cristãos. Por vezes a sorte do cristão é mais dura ainda do que a do declarado
pecador, porém além dos sofrimentos que são quinhão de todos os homens nesta vida, ele tem de
suportar o opróbrio, cruéis escárnios e amargas perseguições dos inimigos de Cristo. Alguns têm
mesmo de sacrificar a própria vida pela causa de Cristo e do Evangelho.
Glória futura
Se Deus não tivesse nada de melhor em perspectiva para os Seus filhos do que guardá-los apenas de
pecar num mundo ímpio em que têm de continuar a sofrer tanto física como mentalmente, Ele
envergonhar-se-ia de ser chamado seu Deus. Mas esta esperança de salvação presente é apenas um
prelúdio do que há-de seguir-se. Há uma grandiosa salvação futura; e esta será plena e completa; de
certo que os que a experimentarem não ficarão apenas eternamente livres do pecdo e tentação; mas
também da sua influência e ambiente.
«Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior,
contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós,
um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.» (II Coríntios
4:16-18).
Esta glória futura não vem com a morte, mas na altura da ressurreição dos mortos, com a segunda
vinda de Jesus. A morte não é porta de entrada no Céu. A morte é um sono pacífico e inconsciente e
não a transição de uma forma de vida para outra. Morrer não significa ir para o Céu, para o inferno,
ou para o purgatório. Significa uma cessação de vida.
«Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio.» E ainda: «Porque na morte não
há lembrança de ti; no sepulcro, quem te louvará?» (Salmos 115:17; 6:5).
Torna-se assim evidente que o cristão não pode olhar para a morte como fruição das suas
esperanças. A morte é um inimigo – o último inimigo que Deus destruirá. Não é, como alguns têm
pensado, um amigo que nos abre as portas do Paraíso. Não, devemos olhar para além da sepultura
para a nossa situação futura e – graças a Deus – as nossas esperanças não serão decepcionadas.
Os mortos viverão de novo
Sim, os mortos em Cristo hão-de viver de novo. Os que foram arrebatados pela mão cruel da morte
deixaram de existir temporariamente. Na verdade, estão repousando hoje debaixo da terra em sono
inconsciente. Foram arrebatados cruelmente pelo arqui-inimigo do homem, mas a sepultura não os
reterá para sempre. A voz do Doador da vida ouvir-se-á na Terra e desfará as portas das sepulturas.
Aquele que no começo fez o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida (o
espírito), tornando-o «alma vivente», exercitará o Seu grande poder criador uma vez mais e
libertará o Seu povo da morte, da sepultura.
« Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas
sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.» «Eis que farei entrar em vós o espírito, e
vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e
porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor.» (Ezequiel 37:12, 5-6).
Seremos transformados
A vida após a ressurreição será infinitamente diferente da que é agora. Os salvos não estarão mais
sujeitos à doença, ao sofrimento e à morte. Não sofrerão mais perseguições às mãos dos seus
inimigos. Não serão mais sujeitos à tentação e ao pecado com todas as suas tristes consequências.
Sobre tudo isso, eles são «mais do que vencedores por aquele que nos amou.» (Romanos 8:37). As
coisas velhas terão passado por completo. Tudo será feito de novo.
«Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia,
ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.» (I Coríntios 15:42-43).
Depois da morte não há tempo de prova
Os que se tenham tornado filhos de Deus aqui, serão herdeiros do Seu reino depois. (Ver Romanos
8:16-19). Mas não haverá tempo de prova para além da sepultura. O plano da redenção limita-se
estritamente a esta vida. Para os que aqui e agora rejeitam a oferta da misericórdia e graça salvadora
de Deus, não há esperança. Estão perdidos, irremediavelmente perdidos; têm de sofrer o destino dos
ímpios, que é a morte eterna depois de destruídos no lago de fogo. Cristo não morrerá por eles outra
vez, nem estenderá o seu tempo de prova.
«Amados, agora somos filhos de Deus», declara o apóstolo João. Pelo novo nascimento tornamo-
nos membros da família de Deus e aqui e agora somos reconhecidos como Seus filhos. Esta é a
nossa única esperança do Céu. Continuar numa condição perdida e irregenerada até que Jesus venha
ou até à morte, esperando ser aceitos por Ele, apesar dos nossos pecados, é fatal. Se ofendermos o
Seu Espírito aqui, não teremos parte com Ele depois.
Queremos nós ser salvos? Se quisermos, sê-lo-emos; porque Deus apenas aguarda a nossa decisão. Se
recebermos hoje a Cristo e O aceitarmos como nosso Salvador pessoal, ser-nos-á dado «poder para sermos
feitos filhos de Deus.» (João 1:12); e tornando-nos filhos de Deus tornar-nos-emos também herdeiros das
Suas riquezas e glória. Teremos a vida eterna, se nos apropriarmos dela. Em Seu grande amor, Deus assim o
determinou. Entreguemo-nos hoje a Ele a fim de nos salvarmos!