Colecção «Verdades Eternas».11
A SEGUNDA VINDA DE JESUS
«Assim, também, Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda
vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.» (Hebreus 9:28).
Quando Jesus morreu no Gólgota, esse acto tornou possível a redenção do homem do pecado e da
influência e resultados do mesmo. Ele não completou realmente, nessa altura, a Sua obra redentora.
Depois da ressurreição subiu ao Céu deixando os Seus seguidores no mundo amaldiçoado pelo
pecado. Muitos dos santos dos séculos passados dormem ainda nas suas sepulturas. Ele anunciara
definitivamente aos Seus discípulos: «Vou para meu Pai» e a Simão Pedro: «Para onde eu vou não
podes agora seguir-me, mas depois me seguirás.» (João 13:36).
Enquanto os homens e as mulheres cristãos estiverem rodeados do pecado e sujeitos às suas
influências; enquanto a sepultura estiver sobre a Terra – o plano da redenção humana não está
completo.
O plano de Deus para salvar o homem abrangia mais do que a ideia do perdão do pecado e da
vitória sobre ele. Implicava a restauração edénica do homem, a ressurreição do corpo, a concessão
da imortalidade e a completa destruição de Satanás, do pecado e dos pecadores. Devia libertar o
universo da maldição e de todos os seus nefastos resultados.
«Gememos em nós mesmos», suspirava o apóstolo Paulo, «esperando a adopção, a saber, a
redenção do nosso corpo.» (Romanos 8:23). E ainda: «Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio
o Salvador do corpo.» (Efésios 5:23). «E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos
vossos pés.» (Romanos 16:20). «E a ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti
virá o primeiro domínio, o reino de Jerusalém.» (Miqueias 4:8).
Estas coisas não se cumpriram na altura da primeira vinda de Cristo. A Sua morte tornou a sua
realização possível mas, na realidade, não operou esse facto. Os corpos dos mortos repousam ainda
nas suas sepulturas. Satanás continua ao nosso redor rugindo como um leão e buscando a quem
tragar. A Terra está ainda cheia de violência e o primeiro domínio perdido pelo homem não foi ainda
restaurado. Está nas mãos do iníquo.
O plano da redenção é, pois, uma tarefa inacabada; e se Cristo permanecesse para sempre longe do
mundo jamais seria desfrutado o resultado desse plano.
Mas Jesus virá outra vez! Oh, gloriosa verdade! Esta é a maior nova de todos os tempos. Notai de
novo a sua mensagem de despedida deixada aos discípulos, tão sentidamente proferida antes de Se
separar deles para a Sua ascensão aos Céus:
«Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, crede, também, em mim. Na casa de meu Pai há
muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos
preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais
vós, também.» (João 14:1-3).
Sim, Jesus virá outra vez. Esta é a mais doce mensagem que jamais soou aos ouvidos humanos. Ele
virá «sem pecado para salvação». Ele virá para completar a Sua obra de redenção.
Uma vinda literal
A vinda de Cristo não será em segredo. A Sua ascensão foi um acontecimento literal e assim será a
Sua segunda vinda. Os Seus discípulos contemplaram-n’O à medida que Ele subia até que uma
nuvem O envolveu e O ocultou das suas vistas. Anjos dos Céus, que apareceram aos tristes
espectadores, declararam que Ele voltaria da mesma maneira como tinha sido visto ir.
«E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o aos
seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram
dois varões, vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para
o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima, no céu, há-de vir, assim, como para o céu
o vistes ir.» (Actos 1:9-11).
Em toda a parte nas Escrituras se encontra o testemunho de que Jesus virá de uma maneira pessoal,
visível e literal. João declara que esse acontecimento será visível a todos os olhos: «Eis que vem
com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Sim. Ámen.» (Apocalipse 1:7).
O próprio Jesus, falando desse importante acontecimento, comparou-o ao resplendor do relâmpago.
«Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será, também, a
vinda do Filho do homem. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da
terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande
glória.» (Mateus 24:27, 30).
E não virá como um bebé deitado e oculto numa obscura manjedoura de Belém, mas como um
poderoso rei e vencedor. No Seu séquito virá toda a hoste celeste.
Todos O verão
Aqueles que estiverem vivos, por altura da segunda vinda de Cristo, não necessitarão de depender
de sábios do Oriente que lhes digam que viram a Sua estrela ou dos pastores que lhes falem do
cântico dos anjos anunciando a Sua vinda; não necessitarão da imprensa diária, e dos outros meios
de comunicação social, para anunciar o acontecimento por meio de uma edição extraordinária, nem
que as emissões de rádio e televisão espalhem a notícia ao mundo. Oh, não! Toda a luz e glória do
mundo celestial se desencadeará subitamente sobre a nossa pequenina Terra, e o nome de Jesus será
proferido simultaneamente por todos os lábios.
A glória de Deus Pai, que é tão deslumbrante que vela a Sua Pessoa; a glória de Jesus, cujos
vestidos são tão brancos como a luz e cujos olhos são «como chamas de fogo»; a glória dos dez mil
milhares de anjos, cada um deles com a face resplandecente como um relâmpago, será ostentado
simultaneamente e constituirá a mais formidável cena que a humanidade jamais testemunhou.
Alguns estarão olhando e não recearão nem terão medo. Olharão para a Sua amorável face e
exclamarão: «Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor,
a quem aguardávamos: na sua salvação, gozaremos e nos alegraremos.» (Isaías 25:9). Estes são os
que aceitaram o Evangelho e fizeram paz com Deus.
Mutos não estarão preparados
Não serão muitos os que estarão preparados para O encontrar com alegria. O caminho que leva à
vida é estreito e apertado e poucos há que o encontrem e escolham. Dos outros é dito: «E todas as
tribos da terra se lamentarão.» (Mateus 24:30). Os ricos lançarão o seu ouro e a sua prata aos
morcegos e às toupeiras (Isaías 2:20) e pedirão para serem aniquilados depois, de preferência a
estarem vivos perante o fulgor dos Seus olhos perscrutadores.
«E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o
livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos:
Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
Cordeiro. Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?» (Apocalipse 6:15-17).
E eis a triste situação dos perdidos. Recusaram orar a um amoroso Deus, que poderia tê-los salvo, e
agora clamam às inanimadas montanhas e rochas para que os abriguem da Sua terrível presença.
Proferem assim a sentença contra si próprios e, como não podem resistir na presença de um Deus
santo, serão subitamente feridos de morte pela glória da Sua Pessoa. David exclama: «Virá o nosso
Deus, e não se calará; adiante dele, um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor
dele.» (Salmos 50:3). Paulo declara que este fogo consumidor destruirá todos os ímpios que vivam
sobre a Terra.
Os mortos ressuscitam
Ao aproximar-se Jesus da Terra, a Sua voz soará através do espaço, num poderoso apelo a reunir,
dirigido a todo o Seu povo. Será este o chamamento de um general ao seu exército. Os próprios
mortos justos ouvirão a Sua voz: «Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em
que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.» (João 5:25).
«Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó,
porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.» (Isaías
26:19). Esta ressurreição dos justos que dormem é o primeiro grande acto do drama final com que
terminará a obra da redenção do homem. O último inimigo a ser destruído é a morte. Milhões dentre
o Seu povo dormem hoje debaixo da terra seguramente fechados no cárcere da morte. Mas eles
serão libertados quando Cristo aparecer. Eles ouvirão a Sua voz e sairão. As últimas algemas de
Satanás serão quebradas. Eles terão a vitória sobre a morte e a sepultura.
A imortalidade dada pela ressurreição
Nesta altura é cumprida a promessa da imortalidade. O apóstolo Paulo declara que nem todos
dormiremos. Alguns estarão vivos até que Jesus venha. Mas todo o povo de Deus receberá o dom da
imortalidade.
«Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque
convém que isto, que é corruptível, se revista da incorruptibilidade, e que isto, que é mortal, se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que
é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a
morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno (sepultura), a tua
vitória?» (I Coríntios 15:51-55).
Assim os que são chamados da sepultura, por altura da segunda vinda de Cristo, e os que são justos
e achados vivos serão subitamente transformados de seres mortais em imortais. Não mais serão
susceptíveis de doença e morte. Não mais terão cabelos grisalhos nem estarão alquebrados pela
idade, mas o frescor da juventude estará sobre cada fronte; e a dor e a morte ficarão para sempre
abolidas para eles.
«Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre este, não tem poder a
segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo.» (Apocalipse 20:6). «E Deus limpará dos
seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas.» (Apocalipse 21:4).
Esse Jesus
A grande espectativa da Igreja através de todos os tempos tem sido sempre a denominada «bem-
aventurada esperança», que é a Segunda Vinda do Salvador.
E Jesus virá, de novo, conforme prometeu, e a Sua vinda triunfal será visível a todo o Universo.
Recordemos o momento em que o Salvador subiu ao Céu, depois de haver dado as Suas instruções
aos apóstolos para continuarem a missão de que os incumbira.
«E disse-lhes: Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o aos
seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram
dois varões, vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para
o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima, no céu, há-de vir, assim, como para o céu
o vistes ir.» (Actos 1:7-11).
Jesus, o mesmo Jesus que subiu ao Céu, esse mesmo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
voltará, segunda vez, para levar os salvos para o Seu Reino Eterno.
Antes de subir para o Pai, dissera a Tomé. – Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; e chega a tua
mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. «Depois de fazer isso, Tomé
respondeu: ‘Senhor meu e Deus meu!» (João 20:27-28).
Subindo ao Céu não depôs a Sua natureza humana. «Esse Jesus» disseram os anjos. Esse Jesus, isto
é, o mesmo Jesus que vos escolheu para o apostolado; o mesmo Jesus que andou convosco pelos
caminhos e povoações da Palestina; o mesmo Jesus que abandonastes, quando O prenderam; esse
mesmo Jesus que morreu, que foi sepultado e ressuscitou verdadeiramente, como vistes e disso sois
testemunhas. – Esse mesmo Jesus há-de voltar um dia, conforme prometeu. E voltará da mesma
maneira como O vistes subir ao Céu. Quando vier, toda a humanidade de então O verá descer do
Céu com grande majestade e glória.
Assim exclamava Job: «Porque eu sei que o meu Redentor vive e que, por fim, se levantará sobre a
terra. E, depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim
mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e por isso, os meus rins se consomem dentro de
mim.» (Job 19:25-27).
Os resultados da maldição do pecado serão deixados na sepultura. A corrupção operada pelo pecado
e a doença dará lugar à incorrupção. A mortalidade será substituída pela imortalidade. Os salvos
serão todos transformados, mas continuarão ainda como seres humanos, como Cristo, o Filho do
Homem. Ele é o nosso parente, o nosso irmão.
A bem-aventurada esperança
Oh! Como devemos amar o Seu aparecimento!
Para o apóstolo Paulo, ele era a «bem-aventurada esperança».
«Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens ensinando-nos
que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos, neste presente século,
sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.» (Tito 2:11-13).
Para Job, ele seria o dia da libertação e da contemplação do seu Redentor face a face.
«Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias do meu combate esperaria, até que
viesse a minha mudança. Chamar-me-ias, e eu te responderia: afeiçoa-te à obra das tuas mãos.» (Job
14:14-15).
Para o amado João, ele seria a resposta final do secreto anseio do mais profundo do seu coração,
porque ao terminar o livro da inspiração, ouvimo-lo ciciar a oração: «Ora vem, Senhor Jesus.»
(Apocalipse 22:20).
Para Jesus será o tempo de reunião com o Seu povo. «Para que onde eu estiver estejais vós
também» foi o expresso desejo do Seu coração.
Para os justos mortos será o dia da libertação da tumba.
Para todos os discípulos de Cristo será o dia dos dias. As famílias da Terra, separadas pela morte,
unir-se-ão uma vez mais e para sempre. Receberão da Sua mão o maravilhoso dom da imortalidade
e serão bem-vindas ao terno reino de Deus em todos os séculos.
À luz destas solenes considerações, o nosso interesse absorvente devia centralizar-se em preparar-
nos para o glorioso aparecimento do nosso Redentor. «Por isso, estai vós apercebidos, também;
porque o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis.» (Mateus 24:44).
«E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos
cuidados da vida, e venha sobre vós, de improviso, aquele dia. Porque virá como um laço, sobre todos os que
habitam na face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de
evitar todas estas coisas que hão-de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.» (Lucas 21:34-36).
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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