domingo, 7 de fevereiro de 2021

 Colecção “VERDADES ETERNAS”.3

O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES

Desde que o pecado entrou na Terra, as esperanças dos homens fixaram-se no Ser vindouro que,
como Salvador, os havia de libertar da morte eterna.
Os nossos primeiros pais puderam vislumbrar a Sua vinda futura através das palavras proféticas
dirigidas por Deus à serpente: «Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.» (Génesis 3:15).
Os sacrifícios instituídos, com todas as suas vítimas, não tinham outro fim senão anunciar Aquele
que, pela Sua morte, viria tirar os pecados do mundo.
O serviço do Santuário, com todas as suas solenidades apontava igualmente para o grande
acontecimento do futuro: a vinda do Redentor.
Mas, sobretudo através dos profetas, foi essa vinda anunciada. Primeiro, em termos mais ou menos
velados, e finalmente com tanta clareza que não podia dar lugar à menor dúvida. E essas predições
messiânicas dos profetas, se por um lado manifestam a esperança de Israel, por outro lado, tendo-se
cumprido à letra, constituem uma prova irrefutável da inspiração divina das Sagradas Escrituras em
que estão contidas.
Passamos, em seguida, a enumerar apenas algumas dessas profecias, confrontando a predição com o
respectivo cumprimento.
Nascido de uma vigem: «O mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá, e
dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel» (que traduzido é Deus connosco). (Isaías 7:14). –
«Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de
se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.» (Mateus 1:18).
Nascido em Belém: «E tu, Belém-Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá
o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade.» (Miqueias 5:2). «E, tendo nascido Jesus, em Belém da Judeia, no tempo do rei
Herodes, eis que uns magos vieram, do oriente, a Jerusalém.» (Mateus 2:1).
O Seu ministério começou na Galileia: «Mas a terra que foi angustiada não será entenebrecida.
Ele envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zabulon, e a terra de Naftali; mas nos últimos a
enobreceu, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava em
trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a
luz.» (Isaías 9:1-2). – «Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia; e,
deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulon e Naftali;
para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zabulon e a terra de
Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações; o povo que estava
assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte,
a luz raiou.» (Mateus 4:12-16).
Humilde no Seu trabalho: «Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.»
(Isaías 42:2). – «Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz.» (Mat.
12:19).

A Sua ternura e compaixão: «A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em
verdade, produzirá o juízo.» (Isaías 42:3). – «Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o
morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo.» (Mateus 12:20).
A Sua solicitude: «Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços, recolherá os
cordeirinhos, e os levará no seu regaço: as que amamentam, ele guiará mansamente.» (Isaías 40:11).
– «Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas, o mercenário, e o que não
é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e
dispersa.» (João 10:10-12).
A entrada pública em Jerusalém: «Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém:
eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho,
filho de jumenta.» (Zacarias 9:9). – «E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a
Bethfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou então Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que

está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-
a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles: e logo os

enviará. Ora tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: Dizei à
filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um
jumentinho, filho de animal de carga.» (Mateus 21:1-5).
Rejeitado pelos príncipes do Seu povo: «A Pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça
da esquina.» (Salmos 118:22). – «Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os edificadores
rejeitaram, esta foi posta por cabeça da esquina: Isto foi feito pelo Senhor e é coisa maravilhosa aos
nossos olhos? E buscavam prendê-lo, mas temiam a multidão; porque entendiam que contra eles
dizia esta parábola; e, deixando-o, foram-se.» (Marcos 12:10-12).
Traído por um amigo: «Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia
do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.» (Salmos 41:9).– «Não falo de todos vós; eu bem
sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou
contra mim o seu calcanhar. Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na
verdade, na verdade vos digo que um de vós me há-de trair.» (João 13:18, 21).
Abandonado pelos Seus discípulos: «Ó espada, ergue-te contra o meu Pastor e contra o varão que
é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos: fere o Pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas
volverei a minha mão para os pequenos.» (Zacarias 13:7). – «Então Jesus lhes disse: Todos vós, esta
noite, vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se
dispersarão. ... Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então,
todos os discípulos, deixando-o, fugiram.» (Mateus 26:31, 56).
Vendido por trinta moedas: «O Senhor pois me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em
que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do
Senhor.» (Zacarias 11:13). – «E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de
um oleiro, para sepultura dos estrangeiros.» (Mateus 27:7).
Sofreu pelos outros: «Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo
seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Pelo que, lhe darei a parte
de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e
foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores

intercede.» (Isaías 53:6, 12). – «Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.» (Mateus 20:28).
O Seu silêncio sob tratamento abusivo: «Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca: como um
cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda, perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca.» (Isaías 53:7). – «Jesus, porém, guardava silêncio. ... E, sendo acusado pelos
príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-lhe então Pilatos: Não ouves
quanto testificam contra ti? E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava
muito maravilhado.» (Mateus 26:63; 27:12-14).
Batido no rosto: «Agora ajunta-te em esquadrões, ó filha de esquadrões; pôr-se-á cerco contra nós:
ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel.» (Miqueias 5:1).– «Então cuspiram-lhe no rosto e lhe
davam punhadas, e outros o esbofeteavam. ... E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe
com ela na cabeça.» (Mateus 26:67; 27:30).
Cuspido e açoitado: «As minhas costas dou aos que me ferem, e as minhas faces aos que me
arrancam os cabelos: não escondo a minha face dos que me afrontam e me cospem.» (Isaías 50:6). –
«E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe:
Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas.» (Marcos 14:65).
Mãos e pés pregados na cruz: «Pois me rodearam cães: o ajuntamento de malfeitores me cercou,
traspassaram-me as mãos e os pés.» (Salmos 22:16). – «Onde o crucificaram, e com ele outros dois,
um de cada lado, e Jesus no meio.» «Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas
ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos
cravos, e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.» (João 19:18; 20:25).
Desamparado por Deus: «Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que te alongas das
palavras do meu bramido, e não me auxilias?» (Salmos 22:1). –«E, perto da hora nona, exclamou
Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lama sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?» (Mateus 27:46).
Escarnecido: «Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os beiços e meneiam a cabeça,
dizendo: Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.» (Salmos 22:7-8). – «E os
que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças, e dizendo: Tu, que destróis o templo e em
três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. E da mesma maneira,
também, os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam:
Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e
creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus.»
(Mateus 27:39-41, 43).
Deram-Lhe a beber fel e vinagre: «Deram-me fel por mantimento e, na minha sede, me deram a
beber vinagre.» (Salmos 69:21). – «Deram-lhe a beber vinho, misturado com fel; mas ele,
provando-o, não quis beber.» (Mateus 27:34).
Lançaram sortes sobre a Sua túnica: «Repartem entre si os meus vestidos, e lançam sortes sobre
a minha túnica.» (Sal: 22:18). – «E, havendo-o crucificado, repartiram os seus vestidos, lançando
sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si os meus vestidos, e
sobre a minha túnica lançaram sortes.» (Mateus 27:35).
Contado com os transgressores: «Pelo que, lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos
repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os
transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercede.» (Isaías

53:12). – «E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E cumpriu-
se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.» (Marcos 15:27-28).

O Seu lado traspassado: «E sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei
o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão, como
quem pranteia por um unigénito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo
primogénito.» (Zacarias 12:10). – «Contudo, um dos soldados lhe furou o lado, com uma lança, e
logo saiu sangue e água. ... E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.» (João
19:34, 37).
Sepultado junto aos ricos: «E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte.»
(Isaías 53:9). – «E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimateia, por nome José, que
também era discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos
mandou que o corpo lhe fosse dado. E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,
e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande pedra para a porta
do sepulcro, foi-se.» (Mat. 27:57-60).
A Sua ressurreição: «Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo
veja corrupção.» (Sal. 16:10). – «Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo: que a sua alma
não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que
todos nós somos testemunhas.» (Actos 2:31-32).
A Sua ascensão: «Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e
até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.» (Sal. 68:18). – «E, quando dizia
isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o aos seus olhos.»
(Actos 1:9).» «Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.»
(Efésios 4:8).

Predição do tempo em que devia vir o Messias

Encontra-se no livro de Daniel uma importantíssima profecia, indicando precisamente a altura em
que devia vir o Messias: «Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa
cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos. Sabe e entende: desde a
saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e
sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E,
depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias, e não será mais; e o povo do príncipe que
há-de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá
guerra: estão determinadas assolações. E ele firmará um concerto, com muitos, por uma semana: e
na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações
virá o assolador, e isso até à consumação; e, o que está determinado será derramado sobre o
assolador.» (Daniel 9:24-27).
Segundo um autor eclesiástico, que se faz eco de muitos outros, eis alguns aspectos da interpretação
desta profecia: «Foi pois, o édito de Artaxerxes Longímano de 457 a. C., édito de restauração da
nação judaica, que o profeta Daniel assinalou como ponto de partida das 70 semanas. – Do édito ao
Ungido, o Príncipe, haverá 7 + 62 semanas = 69 semanas = 483 anos. (Chanoine G. Vidal, La
Prophétie des Semaines, Alger, 1947, págs. 178, 182). Correspondendo o Outono de 457 a. C. à
data do citado decreto, se lhe acrescentarmos 483 anos somos levados ao Outono de 27 A. D. Como
início da 70a semana, que correspondeu também ao início da vida pública de Jesus.

«O ponto de partida desta última semana é o ano do aparecimento de Cristo nas margens do Jordão
e da vocação dos primeiros apóstolos, primeiro gérmen do Reino de Deus. É nesse momento que
começa o Concerto que será firmado com um grande número ao cabo de sete anos. No meio da
semana, três anos e meio depois deste início, será realizado o acto essencial do pacto. O Príncipe
instituirá um sacrifício cuja abolição das vítimas e dos sacrifícios em uso entre os judeus prova que
a imolação do Príncipe os substitui a todos.» (Ibidem, págs. 191, 192). Este sacrifício, a morte de
Cristo na cruz, teve lugar em Abril de 31 A. D.. Três anos e meio depois, em 34 A. D., pela rejeição
formal da Sinagoga, que se tornou perseguidora da igreja cristã, terminou o concerto com o povo
judeu.

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«Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a
lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adopção de filhos.» (Gálatas
4:4-5).
Quando João Baptista começou a preparar o povo para receber o Messias, podia com razão dizer:
«O tempo está cumprido.» (Marcos 1:15).
«O Desejado de Todas as Nações» (Ageu 2:7), como Mestre e Salvador, ia realizar a obra de ensino
e redenção pelo qual podemos ser salvos.

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